Importante base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, os evang�licos podem ser decisivos na disputa presidencial de 2022. Cientes disso, os potenciais advers�rios na disputa se articulam para conquistar ao menos parte desse apoio hoje majoritariamente direcionado para a reelei��o do presidente. Embora sem sucesso, Bolsonaro ganhou ainda mais pontos com esse eleitorado ao tentar convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) da abertura de templos em meio � pandemia do novo coronav�rus.
Do outro lado do espectro pol�tico, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se movimenta para abrir di�logo com fi�is e igrejas independentes. Entre os dois polos, candidatos de centro procuram uma brecha para se aproximar desse segmento.
Interlocutores do chamado polo democr�tico - grupo que re�ne seis poss�veis candidatos � Presid�ncia, inclusive o apresentador Luciano Huck e o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB) -, prop�em um "amplo debate" com os evang�licos. Um dos integrantes do polo afirmou, no entanto, que ainda "vai chegar a hora" de avan�ar nessa articula��o ainda t�mida. O grupo lan�ou um manifesto em defesa da democracia no fim de mar�o, que tamb�m foi assinado pelo ex-governador do Cear� Ciro Gomes (PDT), pelo ex-ministro da Sa�de Luiz Henrique Mandetta (DEM), pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e pelo ex-candidato do Novo ao Planalto, Jo�o Amo�do.
"Por enquanto, n�o tem ningu�m que possa fazer frente a Bolsonaro no mundo evang�lico. Ningu�m", disse o pastor Silas Malafaia, que lidera desde 2010 a Assembleia em Deus Vit�ria em Cristo. "Eu conhe�o essa turma toda, as grandes lideran�as (evang�licas). N�o conhe�o um l�der desses que esteja conversando com outro (presidenci�vel) ou apoiando outro", afirmou Malafaia ao Estad�o. "Das grandes lideran�as, 99% apoiam Bolsonaro."
Malafaia citou os pastores Jos� Wellington Bezerra da Costa e Manoel Ferreira (Assembleia de Deus), Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus), R.R. Soares (Igreja Internacional da Gra�a de Deus) e Valdemiro Santiago (Igreja Mundial do Poder de Deus) como apoiadores de Bolsonaro, entre outros. Como revelou o Estad�o, pesquisa Ipec divulgada no m�s passado, com foco no potencial de votos de cada presidenci�vel, mostrou que a maioria dos simpatizantes de Bolsonaro (53%) � evang�lica. "Sabemos da luta ideol�gica dele", disse o deputado e te�logo S�stenes Cavalcante (DEM-RJ). "Ele fez jus � fidelidade eleitoral dos evang�licos", emendou.
Enquanto Bolsonaro tem o apoio de pastores, Lula aposta num caminho diferente: falar diretamente com os fi�is e com os pastores de igrejas independentes, que n�o s�o ligadas a nenhuma grande congrega��o. O partido planeja um encontro nacional de evang�licos da legenda - o terceiro do tipo na hist�ria do PT - para o segundo semestre.
"Nunca procuramos o apoio dos l�deres. Vamos para o processo de convencimento, de milit�ncia", afirmou a deputada Benedita da Silva, uma das principais l�deres evang�licas do PT. Segundo ela, as igrejas evang�licas - especialmente as neopentecostais - possuem muitos fi�is de menor renda que foram beneficiados por pol�ticas sociais da era petista. Em 2010, os evang�licos representavam 22% da popula��o do Pa�s.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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