A um ano e meio da elei��o, pelo menos oito potenciais candidaturas se movimentam, da esquerda ao bolsonarismo, para disputar o Pal�cio dos Bandeirantes. As articula��es, por�m, podem ser afetadas pelos planos eleitorais do governador Jo�o Doria (PSDB) e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, que recuperou os direitos pol�ticos.
No entorno de Doria, a expectativa � de que o vice, Rodrigo Garcia (DEM), mantenha a estrat�gia inicial e assine a ficha de filia��o no PSDB em maio. Essa costura tinha sido fechada em um cen�rio com Doria disputando a elei��o presidencial. Assim, Garcia seria apontado como candidato tucano no Estado, sem a necessidade de realiza��o de pr�vias, e o DEM indicaria o vice em uma eventual chapa de Doria � Presid�ncia - uma decis�o da executiva da sigla garante que, caso o governador opte pela reelei��o, ter� a vaga assegurada e n�o precisar� se submeter a uma disputa interna.
O projeto presidencial do governador tucano, no entanto, enfrenta resist�ncias no pr�prio partido. Doria j� admitiu concorrer a um novo mandato ap�s a reabilita��o eleitoral de Lula. A avalia��o � de que a presen�a de Lula e do presidente Jair Bolsonaro na disputa do ano que vem tende a estreitar o espa�o para candidaturas. "O convite para o Rodrigo Garcia vir para o PSDB foi feito e todo o partido tem a expectativa de que ele venha", disse Marco Vinholi, presidente do PSDB-SP.
Nesse cen�rio, o ex-governador Geraldo Alckmin seria o preferido para disputar o Senado, mas essa articula��o passa por convencer o senador Jos� Serra a desistir da reelei��o e disputar a vaga de deputado federal.
O PSB, por sua vez, abriu um canal de di�logo com Alckmin e cogita a possibilidade de uma "dobradinha" dele com o ex-vice-governador M�rcio Fran�a (PSB). Segundo dirigentes da sigla, n�o est� descartado que um seja vice do outro. Nas conversas com dirigentes partid�rios, Alckmin tem dito, segundo relatos, que n�o tem interesse em disputar o Senado. Procurado, o ex-governador n�o quis se manifestar.
Na esquerda, o ex-prefeito Fernando Haddad passou a ser tratado no PT como candidato "natural" ao governo paulista depois que Lula voltou ao jogo pol�tico. Candidato ao Planalto em 2018, Haddad focou suas agendas em S�o Paulo e fez eventos virtuais recentes com prefeitos e lideran�as petistas nas regi�es de Campinas e Ribeir�o Preto.
Para marcar posi��o, o PSOL colocou o nome de Guilherme Boulos no tabuleiro paulista. O partido, nascido de uma dissid�ncia do PT, passou a admitir uma alian�a com Lula em 2022. Mas, para isso, dever� cobrar contrapartidas nos Estados. "N�o � o momento de come�ar campanha, mas h� espa�o para derrotar a hegemonia do PSDB em S�o Paulo. O mais importante � que haja uma unidade do campo progressista. � isso que eu defendo", declarou Boulos.
Dirigentes do PT e do PSOL admitem que a unidade no Estado vai passar pela negocia��o em torno da eventual chapa de Lula � Presid�ncia.
Ap�s terminar em quinto lugar na elei��o para a Prefeitura em 2020, o deputado estadual Arthur do Val (Patriota), conhecido como "Mam�e Falei", � apontado como "prioridade n�mero um" do Movimento Brasil Livre (MBL) para a disputa no Estado. "A gente est� buscando um (novo) partido para o Arthur disputar o governo do Estado", disse o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP), do MBL. O Patriota se tornou um ambiente indesej�vel para uma candidatura ligada ao MBL porque o movimento v� forte associa��o da legenda com Bolsonaro.
No campo bolsonarista, o ex-ministro da Educa��o Abraham Weintraub � cotado para a disputa. Ele disse durante uma live para um canal de um apoiador de Bolsonaro que cogitava concorrer ao governo. "Estamos pensando em como a gente faz para ajudar. Pode ser concorrendo. Falam em governador, senador", afirmou. "O cargo, em si, n�o � o principal."
Weintraub deixou o Pa�s respondendo a processos - um por crime contra a seguran�a nacional ap�s amea�as a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outro por racismo, ap�s fazer uma postagem que ridicularizaria a China. Ele est� nos Estados Unidos e tem afirmando a apoiadores que j� resolveu todas as pend�ncias judiciais que poderiam colocar em risco seu retorno. Nas redes sociais, bolsonaristas tentam impulsionar sua candidatura.
Outro nome que se movimenta no campo bolsonarista � o do deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragan�a (PSL), que conversa com o PTB para disputar o Executivo paulista.
O presidente da Federa��o das Ind�strias de S�o Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ainda est� filiado ao MDB, mas j� n�o tem rela��o org�nica com o partido. Skaf quer se candidatar, mas est� em compasso de espera e deve migrar para o mesmo partido para o qual for Bolsonaro.
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