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Estado de Minas ENTREVISTA

Ministra Fl�via Arruda: "Vacinar e preservar vidas s�o prioridades"

Respons�vel pela articula��o entre o governo e o Congresso admite que a CPI pode se transformar em palanque eleitoral, mas aposta na seriedade dos senadores


25/04/2021 04:00 - atualizado 25/04/2021 08:27

Ministra Flávia Arruda(foto: MARCOS CORREA/PR)
Ministra Fl�via Arruda (foto: MARCOS CORREA/PR)

A quatro dias de completar um m�s no cargo, a ministra da Secretaria de Governo, Fl�via Arruda, considera cumprida a sua primeira miss�o, o acordo que garantiu a san��o do Or�amento de 2021. "O ano mais apertado em termos fiscais das �ltimas d�cadas", diz a ministra em sua primeira entrevista nesses 26 dias no cargo.


Agora, ela se prepara para, novamente, tentar assegurar o di�logo crucial para o governo atravessar a pandemia, a CPI da Covid, e tentar recuperar a economia. "O maior desafio do governo e do pa�s � ampliar a vacina��o e preservar vidas. A pandemia � a maior crise depois da Segunda Guerra Mundial", afirma.

 

O fato de ser representante do Parlamento, n�o significa que v� aceitar tudo o que vier do Congresso em termos de pedidos de libera��o de recursos, especialmente, se representar um aumento do crescimento da d�vida.

"Se formos capazes de sinalizar para o mercado uma diminui��o do crescimento da d�vida p�blica, teremos mais investimentos e uma retomada mais r�pida da atividade econ�mica", prev�.  Como �nica mulher num ambiente t�o masculino quanto � hoje o Planalto, ela garante que tem feito seu papel de garantir o di�logo: "Quero construir pontes, n�o gosto de muros".

No entender da ministra, n�o h� espa�os para processos de impeachment, pois o pa�s n�o suporta mais rupturas. “H� um calend�rio eleitoral. Vamos seguir nessa dire��o”, diz. Sobre seu futuro pol�tico, ela diz que tudo ser� decidido na hora certa.

 

 

O governo passar� por uma CPI. Onde a articula��o pol�tica falhou, uma vez que n�o conseguiu negociar desde cedo a presid�ncia e/ou a relatoria do colegiado? 

O Senado tem sua din�mica pr�pria, e a CPI pode ser um instrumento propositivo para o pa�s. Ao ouvir todos os segmentos da sociedade poder� ajudar muito n�o apenas na corre��o de eventuais pol�ticas p�blicas, como, principalmente, na proposi��o de novas medidas para enfrentarmos a pandemia e suas consequ�ncias. Tenho ouvido muitos senadores que t�m essa vis�o propositiva. 

 

Qual o risco de o governo ser minoria entre os integrantes da CPI da Covid?

Os l�deres do governo no Senado e os l�deres dos partidos que apoiam o governo agiram de forma muito aberta e democr�tica no sentido de permitir que todas as correntes pol�ticas estejam presentes nessa discuss�o t�o importante para o pa�s.

 

H� o risco de uma politiza��o exagerada, de um palanque eleitoral?

Sempre existe. Mas a minha percep��o � a de que os senadores est�o preocupados mesmo � em contribuir para encontrarmos os melhores caminhos para vencermos a pandemia. A pontua��o de eventuais problemas, tanto no governo federal quanto nos governos estaduais, poder� ter um enfoque mais de ajustes de que de crucificar gestores. 

 

A negocia��o do Or�amento de 2021 exp�s a fragilidade das alian�as do governo no Congresso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi atacado pelos presidentes da C�mara e do Senado? O que foi que aconteceu? 

Faz parte do jogo, cada um com suas responsabilidades. Casa que n�o tem p�o, todo mundo grita e ningu�m tem raz�o. Mas todos foram capazes de compreender as dificuldades e constru�mos, juntos, a solu��o poss�vel. O importante � que terminou bem. E, agora, vamos cuidar da execu��o or�ament�ria com essa mesma vis�o de conjunto. Vai dar certo.

 

Analistas dizem que o Or�amento deste ano foi todo elaborado para pavimentar a reelei��o do presidente Jair Bolsonaro em 2022. N�o � muito arriscado transformar uma quest�o t�cnica em pol�tica? 

Esta avalia��o est� equivocada. O Or�amento tem uma margem discricion�ria para o governo de menos de 6% da receita l�quida. As despesas obrigat�rias tomam todo o espa�o or�ament�rio. Ser� o ano mais apertado em termos fiscais das �ltimas d�cadas. Infelizmente, n�o ser� esse o instrumento de a��o pol�tica. O presidente � um liberal. Se formos capazes de sinalizar para o mercado uma diminui��o do crescimento da d�vida p�blica, teremos novos investimentos e uma retomada mais r�pida da atividade econ�mica. E isso pode fazer a diferen�a. 

 

A mesma confus�o que se viu no Or�amento de 2021 vai se repetir em rela��o ao de 2022, quando o governo ter� folga financeira superior a R$ 106 bilh�es no teto de gastos por causa da infla��o mais alta? Vai haver uma farra de gastos?

Eu espero que tenhamos, j� no pr�ximo ano, um crescimento da ordem de 2,5% do PIB e algum aumento de receita que permita mais investimentos p�blicos. Mas muito aqu�m do que seria desej�vel. Muito longe de uma expans�o significativa de gastos.

 

A senhora est� confiante na base do governo para levar adiante as reformas que o pa�s tanto precisa para voltar a crescer? A CPI da Covid pode interromper de vez as reformas tribut�ria e administrativa? 

Esse � o Congresso mais reformista dos �ltimos anos. O que atrapalha n�o � a CPI, que vai envolver 18 senadores dos 81, e ainda temos 513 deputados. O que j� est� atrapalhando � a dificuldade das sess�es presenciais, que s�o a alma do Parlamento. Perde-se muito com as sess�es remotas. Fica muito mais dif�cil a busca de consensos e a forma��o de maiorias. Mas vamos avan�ar. H� essa determina��o de avan�ar nas reformas.

 

At� que ponto a reelei��o do presidente Jair Bolsonaro vai contaminar a agenda do Congresso? Veremos um Legislativo mais refrat�rio ao governo? O que pode ser feito para tornar a rela��o menos conflituosa? 

As elei��es de quatro em quatro anos t�m um efeito importante na discuss�o de temas dentro e fora do Congresso. Faz parte da democracia. � bom que seja assim. N�o vejo nisso um problema, mas uma oportunidade de pensar o Brasil.

 

Al�m da CPI, que outros grandes focos a senhora considera que merecem aten��o do governo daqui para frente?

O maior desafio do governo e do pa�s � ampliar a vacina��o e preservar vidas. E tem o desafio de n�o permitir um colapso das atividades econ�micas e socorrer as parcelas mais vulner�veis da popula��o. A pandemia e suas consequ�ncias s�o o maior desafio da nossa gera��o.

 

H� uma s�rie de pedidos de impeachment do presidente aguardando an�lise no Congresso e, agora, a oposi��o j� prepara um para juntar parte desses pedidos. A senhora confia que o presidente da C�mara, Arthur Lira, de quem a senhora � aliada, n�o colocar� nenhum desses pedidos para tramitar? 

O Congresso tem sido muito respons�vel em n�o criar mais crises do que as que j� temos. Tanto o presidente Rodrigo Maia, quanto o presidente Arthur Lira n�o viram nada que justificasse medidas excepcionais. E a sociedade, majoritariamente, e n�o deseja mais rupturas. H� um calend�rio pol�tico eleitoral a ser cumprido. Vamos trabalhar nessa dire��o. 

 

O presidente Jair Bolsonaro ainda est� sem partido. Ele pode ir para o PL? 

O Presidente tem uma for�a eleitoral muito grande e tem muitas op��es partid�rias. O PSL teve um crescimento gigantesco exatamente em fun��o do presidente. Mas eu n�o sei qual ser� a op��o dele.

 

Em rela��o a 2022, qual a senhora acredita que deva ser o tema de maior relev�ncia? Sa�de, economia/empregos, seguran�a p�blica? 

Ainda � cedo para essa avalia��o. Eu n�o sei se o que vou dizer � um progn�stico ou um desejo. Mas eu creio que, nas pr�ximas elei��es, haver� uma vontade de olhar para frente. Aprender com as li��es dessa grave crise e projetar um pa�s que combine crescimento econ�mico, gera��o de empregos e diminui��o das desigualdades sociais. 

 

A senhora acredita na reelei��o de Bolsonaro em 2022?

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, disse que o presidente pode ficar fora do segundo turno. � muito f�cil ser engenheiro de obra pronta. A verdade � que a pandemia � a maior crise depois da Segunda Guerra Mundial. Ela destruiu vidas e fam�lias no mundo inteiro. E o Brasil, com nossas desigualdades, t�m muito mais dificuldades de isolamento social do que os pa�ses ricos. O Brasil tamb�m foi obrigado a rever conceitos, mudar ministros e estrat�gias. Mas o importante � que a vacina��o est� avan�ando e vamos aos poucos vencendo esse que � o maior desafio da nossa gera��o. Tenho muita esperan�a em dias melhores para os brasilienses e todo povo brasileiro. Com f� e trabalho, vamos seguir em frente. 

 

O Pal�cio do Planalto � ocupado hoje basicamente por homens. Como � ser a �nica mulher nessa seara da articula��o pol�tica do governo? 

O presidente e os ministros t�m me ouvido com muito respeito. Esses dias, estava numa reuni�o com o presidente e eram 21 homens, eu era a �nica mulher. Saiu at� uma foto na imprensa destacando isso. Eu tenho consci�ncia de que estou cumprindo um papel tamb�m na busca de uma maior participa��o das mulheres nas grandes decis�es. Sou parte de uma mudan�a na sociedade. J� estou acostumada com isso. E, al�m do meu papel pol�tico, tento sempre diminuir os conflitos, e n�s, mulheres, somos boas nisso. 

 

As mulheres, geralmente, t�m v�rias tarefas acumuladas, al�m do trabalho fora de casa, e a senhora sempre foi uma m�e muito presente. Como est� sendo essa rotina?

Meu marido tem ajudado muito em casa e com nossas filhas, mas eu continuo muito presente. Tempo � quest�o de prioridade, e minhas filhas s�o minha prioridade emocional. Estar com elas me descansa e me conforta. �s vezes, tem uma ou outra dificuldade, mas minha fam�lia � muito presente tamb�m. Av�s, tios e primos nos apoiam muito. 

 

O que a senhora apontaria como seu maior �xito nessas primeiras semanas no cargo? 

O maior desafio desses meus primeiros dias no minist�rio foi buscar o entendimento poss�vel para o Or�amento. Foi muito dif�cil conciliar os limites da �rea econ�mica com a responsabilidade fiscal, a necessidade de recursos para combater a pandemia e os compromissos com as emendas parlamentares, fundamentais para v�rios setores do pa�s. Mas, com muito di�logo, chegamos a um bom entendimento e o presidente sancionou o Or�amento, com alguns vetos, mas totalmente dentro da lei.

 

Qual o principal desafio daqui para frente? 

Creio que o pa�s tem tr�s grandes desafios: combater a pandemia, socorrer os mais necessitados e lan�ar as bases para a retomada da economia e dos empregos.

 

Muitos pol�ticos dizem que, para se ter sucesso no cargo que a senhora ocupa, � preciso ter a certeza de que a palavra empenhada junto aos parlamentares ser� cumprida e um dos problemas � a escassez de recursos or�ament�rios para as emendas. A san��o do Or�amento resolveu esse problema ou ser� a cada dia a sua afli��o? 

Realmente � uma fun��o muito dif�cil. Mas n�o est� relacionada apenas � libera��o de emendas ou recursos, at� porque todos temos a dimens�o exata da escassez or�ament�ria, mas ao di�logo constante com todas as for�as pol�ticas. Eu quero construir pontes. N�o gosto de muros. 

 

Em rela��o � pol�tica local, como est� o relacionamento com o governador Ibaneis Rocha?  A senhora pensa em apoi�-lo em 2022? 

O governador e todo o Governo do Distrito Federal t�m meu total apoio em todas as iniciativas que trazem dignidade para as pessoas e desenvolvimento para a nossa cidade. Temos realizado parcerias importantes na retomada de projetos e destina��o de recursos, como o retorno da Cesta Verde, do M�ezinha Brasiliense, constru��o de novas UPAS e luta pela seguran�a p�blica.  

 

A senhora ser� candidata a algum mandato eletivo no ano que vem? 

Sinceramente, no meio de uma pandemia e com tantas dificuldades, n�o acho que � hora de fazer planos eleitorais. Estou trabalhando muito, fazendo todo o esfor�o para ajudar Bras�lia e o Brasil. No momento certo, vamos pensar nisso.


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