
O encontro ocorreu depois que a �rea t�cnica do TCU apontou falhas do governo no enfrentamento da COVID-19 e logo ap�s a equipe econ�mica mostrar preocupa��o com a possibilidade de Bolsonaro ser responsabilizado por irregularidades no Or�amento deste ano. Cabe ao tribunal analisar irregularidades or�ament�rias por parte do Executivo.
Foi com base em um relat�rio da Corte que apontou "pedaladas fiscais" que o Congresso abriu o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
"Salientei (no encontro com Bolsonaro) que o fundamental agora � a gente estabelecer um di�logo para recuperar a economia do pa�s. Temos que evitar um confronto e as institui��es todas t�m que se unir para combater a morte que est� acontecendo", disse ao Estad�o o ministro Augusto Nardes, um dos que foram recebidos no caf� da manh�, no Pal�cio da Alvorada.
Dos nove ministros titulares do TCU, seis participaram do encontro - tr�s deles de forma virtual. Augusto Sherman, ministro substituto, tamb�m foi ao Alvorada. A presidente do tribunal, Ana Arraes, n�o compareceu. Procurada, disse que designou Nardes para represent�-la.
Bolsonaro levou � reuni�o os ministros Marcelo Queiroga, da Sa�de, e Paulo Guedes, da Economia. Os dois minist�rios viraram foco de problemas para o governo e passaram a ser alvo do tribunal de contas. A pasta comandada por Guedes travou uma queda de bra�o com o Congresso por causa do espa�o destinado �s verbas parlamentares no Or�amento de 2021. J� a �rea chefiada por Queiroga est� sob o escrut�nio da CPI da COVID.
"O Guedes fez uma avalia��o do aspecto econ�mico, dizendo que o Brasil est� em vantagem em rela��o a outros pa�ses, elencou uma s�rie de n�meros. Mas, sobre esses n�meros, cabe ao governo fazer a sua defesa, n�o a mim", declarou Nardes.
Segundo relatos de outros participantes do caf�, Bolsonaro falou superficialmente sobre o combate ao coronav�rus e vacinas e focou nas medidas econ�micas do governo na pandemia, como aux�lio emergencial e programa de redu��o de jornadas e sal�rios em empresas privadas.
‘Manobra’
O encontro tamb�m ocorreu menos de duas semanas depois de uma tentativa malsucedida de alterar a composi��o do TCU. O governo queria antecipar a aposentadoria do ministro Raimundo Carreiro e escolh�-lo para ser embaixador do Brasil em Portugal.
Distante do Planalto, Carreiro foi indicado pelo ex-presidente Jos� Sarney e pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). O objetivo seria diminuir a influ�ncia emedebista no tribunal e nomear o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), aliado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Pacheco chegou ao comando da Casa com apoio do Planalto.
Renan acusou o governo de "manobra" para evitar problemas com o Or�amento e a "opera��o" foi suspensa. A senadora K�tia Abreu (Progressistas-TO), presidente da Comiss�o de Rela��es Exteriores da C�mara, afirmou que barraria qualquer indica��o de Carreiro para uma embaixada. "Subiu no telhado", disse ela ao Estad�o.
Antes da negativa de K�tia Abreu, que preside a comiss�o respons�vel por autorizar nomea��es para embaixadas, o Planalto j� tinha deixado pronto o "agreement", aval que permite indica��o para embaixada.
Por meio de suas assessorias, Pacheco e Anastasia negaram ter agido para mudar a composi��o do TCU. O Pal�cio do Planalto n�o se manifestou.
No ano passado, com a aposentadoria de Jos� M�cio Monteiro, Bolsonaro indicou para a Corte Jorge Oliveira, seu ex-ministro da Secretaria-Geral da Presid�ncia e amigo da fam�lia.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.