Covas decidiu neste domingo, 2, se afastar da Prefeitura pelo per�odo de um m�s para se dedicar ao tratamento. Ele foi internado em seguida, ap�s conversar com os m�dicos e relatar fraqueza, al�m de dor. O vice-prefeito, Ricardo Nunes, j� assumiu o cargo de forma interina. "Covas confia em mim", disse nesta segunda ao Estad�o.
Segundo o oncologista Tulio Pfiffer, que faz parte da equipe que acompanha o prefeito, o sangramento foi identificado durante uma endoscopia solicitada para pesquisar a origem de uma anemia que tem contribu�do para Covas sentir-se fraco. O prefeito j� havia sido sedado e intubado antes de ser submetido ao exame. Segundo o especialista, esse � o processo rotineiro para que as vias a�reas sejam protegidas em casos do tipo.
Ap�s ser tratado com "medidas de hemostasia local", que estancaram o sangramento, Covas foi ent�o encaminhado � UTI ainda intubado. "Ele foi transferido por zelo e para ser avaliado de perto", disse Pfiffer. "A seda��o ser� tirada de forma gradativa at� ele acordar e conforme o quadro evoluir", disse o m�dico, no fim da manh�. O procedimento de extuba��o ocorreu antes do fim da tarde, ap�s os m�dicos atestarem a estabilidade do quadro, mas o prefeito foi mantido na UTI.
Ainda de acordo com Pfiffer, o sangramento se deu no local da primeira les�o, ou seja, na c�rdia, estrutura que funciona como uma v�lvula. O m�dico, no entanto, afirmou que o fato de o sangramento ter ocorrido no mesmo local do primeiro tumor "n�o significa necessariamente" nova piora da doen�a.
Tamb�m integrante da equipe m�dica, o infectologista David Uip explicou que o sangramento ocorreu especificamente numa �lcera localizada na c�rdia, que surgiu ap�s o tratamento do tumor. Ao Estad�o, o ex-secret�rio estadual da Sa�de afirmou que Covas est� preocupado com a evolu��o da doen�a, assim como seus amigos e m�dicos. "Um tumor que sangra preocupa mesmo", disse.
Tratamento
Em fun��o da nova complica��o no quadro do prefeito n�o � poss�vel prever quando o tucano deve deixar a UTI ou mesmo retomar o tratamento contra o c�ncer, que teve de ser postergado. O prefeito tinha a interna��o programada para esta segunda para dar continuidade ao tratamento. O procedimento inclui uma combina��o de quimioterapia e imunoterapia.
Diante dos efeitos adversos do processo, Covas decidiu se licenciar - em abril, ele ficou 12 dias internado no S�rio ap�s descobrir uma evolu��o do c�ncer, que al�m de atingir ao menos cinco pontos do f�gado, tamb�m se espalhou para ossos da bacia e da coluna. Um ac�mulo de l�quidos ao redor do pulm�o e do abd�men, enfrentado com uso de um dreno, adiou sua alta, ocorrida apenas no dia 27.
Na Prefeitura, o clima � de tristeza. Apesar de considerado bastante fechado, Covas � querido entre os funcion�rios do gabinete, que acreditam na disposi��o do prefeito em vencer mais essa etapa da doen�a. Neste domingo, o tucano agradeceu o apoio que tem recebido pelas redes sociais. Afirmou ainda que a "vida tem lhe apresentado enormes desafios" e que agora, diante dos novos focos da doen�a, "seu corpo est� exigindo mais dedica��o ao tratamento, que entra numa fase muito rigorosa".
O vice-prefeito, Ricardo Nunes, estava em reuni�o quando soube da interna��o na UTI. Neste primeiro dia como prefeito em exerc�cio, n�o h� previs�o de agendas externas. A previs�o � de mais reuni�es ao longo do dia com o chamado "n�cleo duro" do governo, do qual fazem parte os secret�rios Rubens Rizek, de Governo, Alexandre Modonezi, das Subprefeituras e Ricardo Tr�poli, da Casa Civil.