(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas INVESTIGA��O

CPI dos Fura-fila: subsecret�ria apresenta novos �udios e e-mails

Segundo Jo�o V�tor Xavier, depoimento e provas apresentadas por Jana�na Passos "fortalece muito daquilo que a gente sentia, mas que faltava materialidade"


11/05/2021 17:02 - atualizado 11/05/2021 21:44

O deputado João Vítor Xavier, presidente da CPI dos Fura-fila, em coletiva de imprensa na tarde desta terça (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
O deputado Jo�o V�tor Xavier, presidente da CPI dos Fura-fila, em coletiva de imprensa na tarde desta ter�a (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)

A subsecret�ria de Vigil�ncia em Sa�de de Minas Gerais, Jana�na Passos de Paula, apresentou ind�cios de novas provas de vacina��o irregular de servidores da Sa�de em seu novo depoimento prestado ontem na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) dos Fura-Fila, na Assembleia Legislativa.

A informa��o foi passada pelo deputado Jo�o V�tor Xavier (Cidadania), presidente da comiss�o, em entrevista coletiva. Den�ncias de imuniza��o ilegal, apresentadas em fevereiro e mar�o deste ano, motivaram a cria��o da CPI, em 18 de mar�o.

O primeiro depoimento da subsecret�ria ocorreu em 26 de abril, mas ela solicitou mais uma oitiva para "colaborar mais" com as investiga��es.

Segundo o deputado, os integrantes da CPI j� n�o t�m d�vida: as vacinas usadas para imunizar os servidores foram retiradas da reserva t�cnica que pertencia aos 853 munic�pios mineiros. "E depois de utilizadas as vacinas foram faturadas para a Prefeitura de Belo Horizonte sem a participa��o da administra��o municipal", afirmou Jo�o V�tor.

"N�s j� t�nhamos ouvido a Jana�na duas vezes. Ela foi ouvida pela primeira vez na C�mara de Frios, depois foi ouvida como testemunha e hoje falou como investigada. Ela apresentou muitos documentos e apontou muitas contradi��es de depoimentos anteriores que ouvimos", afirmou Jo�o V�tor Xavier.

O parlamentar disse que Jana�na trouxe novas poss�veis provas: conversas, grava��es, mensagens de WhatsApp e e-mails. "Materiais que mostram orienta��es que ela recebeu, questionamentos que ela fez, apontamentos de eventuais equ�vocos durante o processo", disse. 

“Ela mostra com clareza de quem recebeu muitas ordens, mostra com clareza qual foi a postura dela diante muitos momentos, mostra apontamentos que ela fez e os desdobramentos internos disso", completou Jo�o V�tor, que disse n�o pode dar mais detalhes porque o processo � sigiloso.

Questionado sobre o motivo que levou a servidora a apresentar novas provas apenas ap�s os dois encontros, Jo�o V�tor Xavier respondeu: "� um direito de cada um, de acordo com a sua defesa. Eu tenho um sentimento pessoal, e n�o s� em rela��o a ela. Mas muitos acreditavam que a CPI n�o daria em nada, que n�o chegasse a lugar nenhum. Talvez muita gente subestimou o trabalho da Assembleia e da CPI. Com um trabalho mais s�lido, chegamos em um momento que cada um come�a a tentar se defender e, na defesa, aponta quest�es importante", disse. 

O depoimento de Jana�na Passos amplia a investiga��o da CPI. "Ele fortalece muito daquela que j� desconfiav�vamos, daquilo que j� tinha apurado e muito daquilo que a gente sentia, mas que faltava materialidade", afirmou tamb�m o deputado.
(Com Matheus Muratori)
 

O que � uma CPI?

As comiss�es parlamentares de inqu�rito (CPIs) s�o instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relev�ncia ligado � vida econ�mica, social ou legal do pa�s, de um estado ou de um munic�pio. Embora tenham poderes de Justi�a e uma s�rie de prerrogativas, comit�s do tipo n�o podem estabelecer condena��es a pessoas.

Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um ter�o dos 81 parlamentares. Na C�mara dos Deputados, tamb�m � preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).

H� a possibilidade de criar comiss�es parlamentares mistas de inqu�rito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, � preciso obter assinaturas de um ter�o dos integrantes das duas casas legislativas que comp�em o Congresso Nacional.

O que a CPI dos fura-fila investiga?

Na Assembleia de Minas, as CPIs podem funcionar por 120 dias. Posteriormente, � poss�vel prorrogar os trabalhos por mais 60 dias. O presidente � Jo�o V�tor Xavier (Cidadania); a relatoria est� a cargo de C�ssio Soares (PSD).


Saiba como funciona uma CPI

Ap�s a coleta de assinaturas, o pedido de CPI � apresentado ao presidente da respectiva casa Legislativa. O grupo � oficialmente criado ap�s a leitura em sess�o plen�ria do requerimento que justifica a abertura de inqu�rito. Os integrantes da comiss�o s�o definidos levando em considera��o a proporcionalidade partid�ria — as legendas ou blocos parlamentares com mais representantes arrebatam mais assentos. As lideran�as de cada agremia��o s�o respons�veis por indicar os componentes.

Na primeira reuni�o do colegiado, os componentes elegem presidente e vice. Cabe ao presidente a tarefa de escolher o relator da CPI. O ocupante do posto � respons�vel por conduzir as investiga��es e apresentar o cronograma de trabalho. Ele precisa escrever o relat�rio final do inqu�rito, contendo as conclus�es obtidas ao longo dos trabalhos. 

Em determinados casos, o texto pode ter recomenda��es para evitar que as ilicitudes apuradas n�o voltem a ocorrer, como projetos de lei. O documento deve ser encaminhado a �rg�os como o Minist�rio P�blico e a Advocacia-Geral da Uni�o (AGE), na esfera federal.

Conforme as investiga��es avan�am, o relator come�a a aprimorar a linha de investiga��o a ser seguida. No Congresso, sub-relatores podem ser designados para agilizar o processo.

As CPIs precisam terminar em prazo pr�-fixado, embora possam ser prorrogadas por mais um per�odo, se houver aval de parte dos parlamentares.

O que uma CPI pode fazer?

  • chamar testemunhas para oitivas, com o compromisso de dizer a verdade
  • convocar suspeitos para prestar depoimentos (h� direito ao sil�ncio)
  • executar pris�es em caso de flagrante
  • solicitar documentos e informa��es a �rg�os ligados � administra��o p�blica
  • convocar autoridades, como ministros de Estado — ou secret�rios, no caso de CPIs estaduais — para depor
  • Ir a qualquer ponto do pa�s — ou do estado, no caso de CPIs criadas por assembleias legislativas — para audi�ncias e dilig�ncias
  • quebrar sigilos fiscais, banc�rios e de dados se houver fundamenta��o
  • solicitar a colabora��o de servidores de outros poderes
  • elaborar relat�rio final contendo conclus�es obtidas pela investiga��o e recomenda��es para evitar novas ocorr�ncias como a apurada
  • pedir buscas e apreens�es (exceto a domic�lios)
  • solicitar o indiciamento de envolvidos nos casos apurados

O que uma CPI n�o pode fazer?

Embora tenham poderes de Justi�a, as CPIs n�o podem:

  • julgar ou punir investigados
  • autorizar grampos telef�nicos
  • solicitar pris�es preventivas ou outras medidas cautelares
  • declarar a indisponibilidade de bens
  • autorizar buscas e apreens�es em domic�lios
  • impedir que advogados de depoentes compare�am �s oitivas e acessem
  • documentos relativos � CPI
  • determinar a apreens�o de passaportes

A hist�ria das CPIs no Brasil

A primeira Constitui��o Federal a prever a possibilidade de CPI foi editada em 1934, mas dava tal prerrogativa apenas � C�mara dos Deputados. Treze anos depois, o Senado tamb�m passou a poder instaurar investiga��es. Em 1967, as CPMIs passaram a ser previstas.

Segundo a C�mara dos Deputados, a primeira CPI instalada pelo Legislativo federal brasileiro come�ou a funcionar em 1935, para investigar as condi��es de vida dos trabalhadores do campo e das cidades. No Senado, comit� similar foi criado em 1952, quando a preocupa��o era a situa��o da ind�stria de com�rcio e cimento.

As CPIs ganharam estofo e passaram a ser recorrentes a partir de 1988, quando nova Constitui��o foi redigida. O texto m�ximo da na��o passou a atribuir poderes de Justi�a a grupos investigativos formados por parlamentares.

CPIs famosas no Brasil

1975: CPI do Mobral (Senado) - investigar a atua��o do sistema de alfabetiza��o adotado pelo governo militar

1992: CPMI do Esquema PC Farias - culminou no impeachment de Fernando Collor

1993: CPI dos An�es do Or�amento (C�mara) - apurou desvios do Or�amento da Uni�o

2000: CPIs do Futebol - (Senado e C�mara, separadamente) - rela��es entre CBF, clubes e patrocinadores

2001: CPI do Pre�o do Leite (Assembleia de MG e outros Legislativos estaduais, separadamente) - apurar os valores cobrados pelo produto e as diretrizes para a formula��o dos valores

2005: CPMI dos Correios - investigar den�ncias de corrup��o na empresa estatal

2005: CPMI do Mensal�o - apurar poss�veis vantagens recebidas por parlamentares para votar a favor de projetos do governo

2006: CPI dos Bingos (C�mara) - apurar o uso de casas de jogo do bicho para crimes como lavagem de dinheiro

2006: CPI dos Sanguessugas (C�mara) - apurou poss�vel desvio de verbas destinadas � Sa�de

2015: CPI da Petrobras (Senado) - apurar poss�vel corrup��o na estatal de petr�leo

2015: Nova CPI do Futebol (Senado) - Investigar a CBF e o comit� organizador da Copa do Mundo de 2014

2019: CPMI das Fake News - dissemina��o de not�cias falsas na disputa eleitoral de 2018

2019: CPI de Brumadinho (Assembleia de MG) - apurar as responsabilidades pelo rompimento da barragem do C�rrego do Feij�o
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)