Em depoimento � CPI da Covid no Senado, o gerente-geral da Pfizer para a Am�rica Latina, Carlos Murillo, afirmou que s� se sentiu confiante na celebra��o de um contrato entre a Pfizer e o governo brasileiro em 19 mar�o deste ano, quando o contrato foi efetivamente assinado.
A resposta foi dada logo ap�s o relator da Comiss�o, senador Renan Calheiros (MDB-AL), ler as declara��es do presidente Jair Bolsonaro de dezembro do ano passado, quando o mandat�rio afirmou: "L� no contrato da Pfizer, est� bem claro: 'N�s (Pfizer) n�o nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral'. Se voc� virar um jacar�, � problema seu".
Calheiros queria saber se naquele momento havia confian�a da farmac�utica na assinatura de um contrato. Murillo respondeu que "n�o poderia estar confiante oficialmente de um acordo at� o acordo ser assinado".
Indagado se as declara��es do presidente haviam atrapalhado as negocia��es com a Pfizer, Murillo negou que isso tenha ocorrido. Segundo ele, nunca ouviu esse tipo de declara��o das pessoas com quem estava negociando a venda do imunizante.
O gerente-geral tamb�m discordou das posi��es do ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello e do presidente da Rep�blica sobre as acusa��es de que o contrato da Pfizer teria "condi��es leoninas" que teriam impedido a assinatura do contrato. Segundo ele, as negocia��es da empresa com o Brasil tiveram "exatamente as mesmas condi��es que a Pfizer negociou e assinou neste momento com mais de 110 pa�ses do mundo".
Pazuello
No depoimento � CPI da Covid, Carlos Murillo afirmou que teve duas intera��es com ex-ministro da Sa�de, Eduardo Pazuello, em novembro e dezembro do ano passado. Al�m disso, Murillo tamb�m se encontrou com integrantes da equipe econ�mica em 7 de agosto, quando estava presente o secret�rio Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa.
Segundo ele, o primeiro contato com Pazuello partiu de uma liga��o feita pelo ex-ministro a ele em novembro. De acordo com Murillo, Pazuello tinha se colocado � disposi��o da farmac�utica. Naquela ocasi�o, a Pfizer tinha enviado nova oferta de 70 milh�es de doses.
A segunda intera��o com Pazuello foi em 22 de dezembro, numa reuni�o no Minist�rio da Sa�de com o ex-secret�rio-executivo da pasta �lcio Franco. Murillo relatou que, naquela ocasi�o, Pazuello disse a ele que era necess�rio "contar com mais doses" da vacina para o Brasil". "Respondi que t�nhamos compromisso de estar procurando mais doses para o Brasil", contou o representante da Pfizer.
Segundo ele, havia uma preocupa��o por parte do minist�rio sobre as condi��es do armazenamento da vacina. "Essa era uma das preocupa��es do governo", disse, lembrando que em outubro foi apresentado ao governo a embalagem que permitiria o armazenamento. Murillo afirmou que o Minist�rio da Sa�de entendeu que para assinar o contrato era necess�rio o aval da Anvisa e de uma legisla��o espec�fica. Portanto, no final de novembro teria come�ado a conversa sobre a legisla��o para comprar a vacina.
Murillo lembrou ainda que o pre�o unit�rio de cada dose oferecido ao Brasil foi de US$ 10. "O pre�o sempre foi o mesmo desde a primeira oferta em 14 de agosto", disse o representante da farmac�utica.
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