Ao assumir a Prefeitura de S�o Paulo ap�s a morte de Bruno Covas (PSDB) neste domingo, 16, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) provocou uma mudan�a na correla��o de for�as pol�ticas no Estado, maior col�gio eleitoral do Pa�s. Aliado do PSDB, Nunes � considerado pe�a-chave na tentativa de levar o MDB a apoiar os projetos eleitorais do governador Jo�o Doria para 2022. Caciques emedebistas, por�m, resistem ao plano e articulam alian�as regionais com o PT de Luiz In�cio Lula da Silva.
A inten��o de dirigentes tucanos � que o MDB esteja tanto na alian�a nacional, em uma eventual candidatura de Doria ao Pal�cio do Planalto, quanto na regional, num cen�rio em que o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), seria o candidato ao Pal�cio dos Bandeirantes.
O plano em S�o Paulo tem o apoio do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), presidente da sigla, mas o dirigente evita se comprometer com o projeto nacional de Doria. Isso porque, antes, o governador precisa vencer as pr�vias do PSDB, inicialmente marcadas para outubro, e se viabilizar como presidenci�vel. Levantamento do Estad�o com os 27 diret�rios do partido nos Estados, no entanto, mostrou resist�ncia ao projeto do tucano. Apenas tr�s concordam em realizar a consulta interna neste ano. Uma corrente defende a defini��o de quem ser� o candidato da sigla apenas em 2022.
Segundo integrantes do primeiro escal�o da Prefeitura e do governo, Nunes j� tinha afinidade com Doria antes da morte de Covas. O governador participou ativamente das articula��es que escolheram o emedebista como candidato a vice em 2020. Agora efetivado como prefeito da maior cidade do Pa�s, a avalia��o � de que Nunes ganhou estatura para ter voz nas discuss�es internas do MDB.
"Minha posi��o � que o MDB evite os extremos. Para 2022, defendo que o partido busque um nome que represente o centro, seja uma candidatura pr�pria ou de outra sigla", afirmou Nunes ao Estad�o.
Um dos poss�veis entraves para o acordo com os tucanos, o empres�rio Paulo Skaf (MDB) ficou isolado na legenda com a ascens�o de Nunes. Candidato derrotado na disputa pelo governo paulista em 2018 e pr�ximo do presidente Jair Bolsonaro, Skaf recebeu recados de que n�o ter� respaldo da legenda para uma nova tentativa no ano que vem. Em conversas reservadas, o presidente da Fiesp admite que est� afastado da rotina do partido e ainda n�o definiu seu futuro pol�tico. Na condi��o de presidente municipal do MDB, Nunes chegou a consultar Skaf na semana passada sobre suas inten��es eleitorais, mas saiu da conversa sem uma resposta conclusiva.
Grupo pol�tico
No MDB, Nunes � pr�ximo tanto de Baleia Rossi quanto do ex-presidente Michel Temer. Eles pregam a tese de manter a legenda no centro no momento em que o partido est� emparedado entre uma ala governista e outra que se aproxima de Lula.
Para amarrar o apoio do MDB paulista ao seu projeto, Doria entregou ao partido nesta semana a Secretaria de Agricultura. O cargo ser� ocupado pelo deputado estadual Itamar Borges, nome ligado ao agroneg�cio.
Os tucanos apostam no fortalecimento da rela��o com os emedebistas em S�o Paulo como trunfo no intrincado xadrez interno do partido, que � composto por alas regionais.
Integrantes da velha-guarda do MDB nordestino, como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-presidente Jos� Sarney (MA), t�m dialogado com Lula e rejeitam a ideia de apoiar Doria em uma campanha presidencial.
N�cleo
Em outra sinaliza��o da alian�a com os tucanos, o novo prefeito disse tamb�m que pretende preservar integralmente a estrutura da m�quina administrativa herdada de Covas, mantendo todos os secret�rios indicados pelo antecessor.
A exce��o � o secret�rio da Casa Civil, Ricardo Tripoli, que n�o � considerado do grupo "covista" dentro do PSDB. Vereadores e at� secret�rios avaliam que o ex-deputado n�o tem conseguido manter um di�logo "fluido" com a C�mara Municipal e por isso pode ser o primeiro substitu�do da gest�o Nunes.
Nesta segunda, 17, em sua primeira agenda ap�s ser efetivado no cargo ap�s a morte de Covas, Nunes repetiu o discurso de que sua gest�o � de continuidade. "N�o existe mudan�a ou altera��o. Participei com o Bruno da forma��o desse governo. N�o tem por que mudar", declarou o emedebista. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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