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Estado de Minas POL�TICA

Empresa alvo de opera��o que mira em Salles tem hist�rico de infra��es ambientais


19/05/2021 14:40

Alvos da Opera��o Akuanduba, da Pol�cia Federal, na manh� desta quarta-feira, 19, os s�cios da Tradelink Madeiras, David Pereira Serfaty e o ingl�s Leon Robert Weich administram uma empresa que j� se envolveu em problemas com a Justi�a brasileira. Venda de madeira ilegal, falsifica��o de informa��es ambientais e explora��o de trabalho escravo s�o alguns delas. As autua��es � empresa, apontada como beneficiada por decis�es do Ibama e do ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, ultrapassam R$ 7 milh�es, segundo a Pol�cia Federal.

Fundada em Londres, h� 25 anos, a Tradelink Madeiras tem um bra�o brasileiro em Ananindeua, no Par�, al�m de uma filial na �sia.

A opera��o da PF � baseada em investiga��es que apontam para um "grave esquema de facilita��o ao contrabando de produtos florestais". Seu desencadeamento foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e cita o suposto envolvimento do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do presidente do Ibama, Eduardo Bim, outros servidores do �rg�o e empres�rios, Serfaty e Weich entre eles.

Ambos tiveram seus endere�os listados no mandado de busca e apreens�o da PF na manh� desta quarta. De acordo com a investiga��o, a Tradelink exportou madeira ilegal, sem autoriza��o pr�via do Ibama pelo menos em sete ocasi�es: cinco cont�ineres destinados aos Estados Unidos, um para a Dinamarca e um para a B�lgica. Em 17 de janeiro, as autoridades norte-americanas foram avisadas da proced�ncia da carga e o material apreendido. Dias depois, a empresa foi autuada pelas autoridades ambientais brasileiras.

Em fevereiro, representantes da empresa se reuniram com o superintendente do Ibama no Par�, e com o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, e apresentaram documentos em que afirmava que "os pedidos de licen�a de exporta��o foram protocolados no Ibama, mas que os processos n�o tinham sido conclu�dos a tempo."

O superintendente do �rg�o no Estado, Walter Mendes Magalh�es J�nior, atestou na ocasi�o que a empresa teria feito os pedidos e que o Ibama sofre com falta de pessoal e estrutura para fazer a vistoria nos portos. Uma semana depois, em 14 de fevereiro, o adido do governo americano, a partir de informa��es p�blicas e obtidas com os compradores da madeira, nos EUA, constatou as inconsist�ncias na documenta��o da empresa.

No mesmo m�s, no dia 21, o adido da Embaixada dos EUA reuniu-se com o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e exp�s os problemas relacionados � carga apreendida em porto americano.

De acordo com a investiga��o da PF, durante esse processo, Bim assinou um despacho para "dispensar a necessidade de autoriza��o espec�fica para exporta��o dos produtos e subprodutos florestais de origem nativa em geral, em descompasso com o estabelecido" pela legisla��o.

A reportagem entrou em contato com a empresa. De acordo com informa��o da Tradelink, Leon Robert Weich � desconhecido ali, na unidade de Ananindeua, apesar de ter seu nome listado na rela��o societ�ria. David Pereira Serfaty n�o foi localizado.

O Estad�o tamb�m entrou em contato com a sede da empresa, em Londres, mas n�o obteve resposta.

Investiga��o partiu de informa��es de autoridades dos EUA
A decis�o do ministro do STF aponta que as investiga��es da Opera��o Akuanduba tiveram in�cio com informa��es prestadas pela Embaixada do Estados Unidos, que compartilhou com a PF �in�meros documentos� produzidos por Bryan Landry, adido do Servi�o de Pesca e Vida Selvagem (FWS - �rg�o equivalente ao Ibama) naquele Pa�s. Tais papeis tratavam da apreens�o no Porto de Savannah, no Estado da Ge�rgia, de tr�s cargas de produtos florestais sem a respectiva documenta��o.

No of�cio, Bryan Landry apontou que o FWS tinha preocupa��es com rela��o a �poss�veis a��es inadequadas ou comportamento corrupto� por representantes da Tradelink (empresa que � alvo da Akuanduba) e/ou funcion�rios p�blicos respons�veis pelos processos legais e sustent�veis que governam a extra��o e exporta��o de produtos de madeira da regi�o amaz�nica. O adido do Servi�o de Pesca e Vida Selvagem dos EUA informou que o �rg�o abriu uma investiga��o relativa � empresa suas pr�ticas de compras, hist�rico de importa��o do Brasil e poss�vel envolvimento em pr�ticas
corruptas, fraudes e outros crimes.

Al�m dos documentos sobre o caso, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil tamb�m encaminhou � PF amostras das respectivas madeiras apreendidas no Porto de Savannah. A Pol�cia Federal pediu que os materiais fossem periciados, solicita��o que foi atendida por Alexandre. O ministro do STF considerou que o exame pericial era �imprescind�vel� uma vez que �poder� revelar se as madeiras apreendidas pelas autoridades norte-americanas foram extra�das do local indicado ou eram derivadas de outro local (origem il�cita)�.

"A documenta��o encaminhada pela autoridade policial traz fortes ind�cios de um encadeamento de condutas complexas da qual teria participa��o autoridade com prerrogativa de foro - Ministro de Estado - , agentes p�blicos e pessoas jur�dicas, com o claro intuito de atribuir legalidade �s madeiras de origem brasileira retidas pelas autoridades norte-americanas, a revelar que as investiga��es possuem reflexos transnacionais", afirma Alexandre na decis�o.


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