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Estado de Minas ENTREVISTA/RANDOLFE RODRIGUES

"Pazuello comprometeu Bolsonaro na CPI", diz Randolfe

Para senador, que � vice-presidente da CPI da COVID, ex-ministro da Sa�de usou habeas corpus para blindar o presidente da Rep�blica


22/05/2021 04:00 - atualizado 22/05/2021 07:59

Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da COVID(foto: EDILSON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
Senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da COVID (foto: EDILSON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)
 
O vice-presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito da COVID-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), diz que o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello se saiu bem no primeiro dia do depoimento, mas n�o conseguiu sustentar seus argumentos no segundo dia, quando parlamentares foram mais incisivos.

Na avalia��o do parlamentar, o habeas corpus que o general conseguiu no Supremo Tribunal Federal para ficar em sil�ncio sobre perguntas que o incriminassem, na pr�tica serviu para blindar o presidente Jair Bolsonaro. O senador afirma que a CPI segue no rumo determinado, mesmo que governistas tentem minar os trabalhos.

“Os depoimentos de Ernesto Ara�jo e Eduardo Pazuello comprometem diretamente o presidente da Rep�blica. Omiss�o no caso de Manaus, omiss�o para comprar vacinas e — mais grave no caso de Manaus —, a utiliza��o dos manauaras, dos amazonenses como uma esp�cie de cobaia para adotar o tratamento com cloroquina", salientou o senador. Confira os principais trechos da entrevista do parlamentar ao Correio Braziliense/Estado de Minas.

O general Pazuello conseguiu blindar o presidente Bolsonaro?
Ele se esfor�ou bastante, inclusive obteve sucesso at� certo ponto. Na quinta-feira, ficou imposs�vel. Ele teve que declinar, em determinado momento, que a decis�o de n�o intervir na sa�de do Amazonas foi do presidente da Rep�blica.

Ficou patente que a exposi��o de motivos assinada pelo general Braga Netto, pelo ministro da Sa�de, pelo chefe da AGU, pela chefe da CGU e pelo ministro da Justi�a para edi��o de uma medida provis�ria que assumia a responsabilidade civil e resolveria o imbr�glio com a Pfizer n�o foi subscrita pelo presidente da Rep�blica.

A exposi��o de motivos assinada por essas autoridades em 29 de dezembro � assinada em 6 de janeiro. Qual a diferen�a da exposi��o de motivos que constava o dispositivo que resolveria o imbr�glio com a Pfizer para a MP? Na primeira, tinha as cinco assinaturas. Na outra, tinha a de Jair Messias Bolsonaro. Nesses dois aspectos, por mais que Eduardo Pazuello tenha feito um contorcionismo gigantesco com os fatos, ele n�o obteve �xito.

Ele pode ser reconvocado? Pode ser punido por isso?
Ele veio com um habeas corpus. O habeas corpus ele utilizou para proteger o presidente. Ainda sobre a vacina, ficou claro que ele subscreveu toda a responsabilidade civil para efeitos adversos com a vacina da AstraZeneca, mas n�o subscreveu para a Pfizer.

A mesma circunst�ncia em rela��o � CoronaVac. Eu terminei a CPI dando boa sorte para ele. Porque metade daqueles que estavam a� para defend�-lo, a senten�a deles n�o vai ser dada por mim, relator, presidente. Vai ser dada por um juiz. Ele vai estar s�.

O depoimento de Pazuello pode ser encaminhado ao Minist�rio P�blico, assim como aconteceu com o ex-secret�rio F�bio Wajngarten?
N�o. N�s pretendemos mandar o relat�rio de uma vez s� para as autoridades respons�veis. Sei que pode ser um pouco for�ado, um pouco demais, mas fa�o minhas as alega��es do senador Alessandro (Vieira) (Cidadania-SE). O papel do senhor Eduardo Pazuello lembra muito o caso de Eichmann (Adolf Eichmann, oficial nazista).

H� rumores de que senadores ficaram intimidados com Pazuello por ele ser militar.
N�o sei quem foi intimidado. Quem viu as minhas inquiri��es, a inquiri��o do senador Alessandro (Vieira), do senador Otto (Alencar), da senadora Mara Gabrilli n�o me parece que tenha se assemelhado. Eu n�o fui procurado por ningu�m. E mesmo que tivesse sido, o mesmo trabalho de procurar seria negativo.

O mesmo trabalho que eu viria a cumprir com o senador Eduardo Pazuello, eu cumpriria com qualquer outro. O senhor Eduardo Pazuello n�o estava aqui representando o Ex�rcito. Estava como Eduardo Pazuello, ele foi ministro da Sa�de. Ele usou roupa civil. � nessa circunst�ncia que ele veio. Incluo o senador Renan (Calheiros) (MDB-AL). N�o vejo nenhuma possibilidade de intimida��o nesses nomes que declinei.

� poss�vel acarea��o com a Pfizer, ou com os convocados de Amazonas e Manaus?
Vamos colocar dois fatores para uma eventual acarea��o: necessidade e conveni�ncia. A acarea��o, temos que analisar se ser� �til. Em inqu�rito, acaba sendo de pouco uso. Conseguimos, em especial no dia de hoje, extrair as informa��es que eram suficientes e bastantes.

A base do governo se apresentou como vencedora nessas �ltimas sess�es e disse que a comiss�o est� indo pelo caminho necess�rio dos estados e munic�pios. Concorda? Que caminho deve tomar a CPI?
Conceito curioso de vencedores que t�m os governistas. Os depoimentos de Ernesto Ara�jo e Eduardo Pazuello comprometem diretamente o presidente da Rep�blica. Omiss�o no caso de Manaus, omiss�o para comprar vacinas e — mais grave no caso de Manaus —, a utiliza��o dos manauaras, dos amazonenses como uma esp�cie de cobaia para adotar o tratamento com cloroquina.

Cada um passa a vers�o do jogo como lhe conv�m. Eu acho, particularmente, que � um 8 a 0 para a linha que a CPI tem que seguir. A realidade dos depoimentos foi transmitida pela imprensa.

O ministro entrou em contradi��o?
Ele mentiu. � mais grave do que entrar em contradi��o. Contradizer � voc� ter dito uma coisa antes e outra depois. Ele mentiu e se omitiu. E quando foi inevit�vel na inquiri��o, acabou declinando a verdade.

Uma das contradi��es est� na crise do oxig�nio em Manaus. Pazuello fala que soube da crise no dia 10 e, depois, 7 de janeiro.
Os documentos falam no dia 7. Ele, ontem, disse dia 10. E hoje ele mesmo admitiu dia 7, tendo documento da White Martins falando dia 7, em um processo p�blico. Tem documento em resposta oficial do Minist�rio da Sa�de � C�mara.

Ele pode ser reconvocado?
� uma possibilidade. Mas vamos ver a oportunidade e a conveni�ncia. E por mais que tenham esfor�os para tirar o rumo da CPI, ela n�o ser� retirada do seu foco. Isso porque, claramente, o que alguns querem, o que alguns pretendem � desviar o foco. � fazer manobras dispersivas.

Voc�s viram o come�o do depoimento. Tentaram tumultuar. Eu acho natural. Quem est� sendo investigado sempre procura meios para tentar obstruir a investiga��o.

Quais s�o as expectativas para o depoimento da m�dica Mayra Pinheiro, a “Capit� Cloroquina”?
Vai nos trazer mais esclarecimentos sobre Manaus, Amazonas, Tratcov, cobaia. Tem algumas hip�teses com que trabalhamos. A da estrat�gia de imunidade de rebanho; as omiss�es para aquisi��o de vacinas; e a terceira hip�tese, a utiliza��o dos manauaras e amazonenses como cobaia.

E a m�dica Nise Yamaguchi? 
Est� no calend�rio dos depoimentos a ocorrerem. Vamos esperar a presen�a dela. Queremos saber se ela sustenta as declara��es que trouxe at� agora sobre a efic�cia do tratamento precoce.
 
 


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