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Estado de Minas CPI DA COVID

An�lise: em 2� depoimento � CPI, Pazuello insistiu em teses negacionistas

As narrativas de Pazuello foram contestadas. Renan Calheiros, relator, contou 14 mentiras


20/05/2021 20:32 - atualizado 20/05/2021 20:47

O ex-ministro Eduardo Pazuello depôs duas vezes na CPI da COVID, no Senado (foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
O ex-ministro Eduardo Pazuello dep�s duas vezes na CPI da COVID, no Senado (foto: Jefferson Rudy/Ag�ncia Senado)

Em seu segundo dia consecutivo de depoimento, o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello insistiu em teses negacionistas – ao estilo “medidas de isolamento n�o s�o tamb�m, da mesma forma que outros medicamentos, outras a��es, n�o s�o cientificamente comprovadas”.

Mas tentou se descolar da defesa da hidroxicloroquina, dizendo n�o concordar e n�o ter comprado nenhum “grama” nem ter fomentado o uso. Se aconteceu, foi sem a autoriza��o dele, garantiu � CPI. Adivinhe quem mandou comprar?

Ao mesmo tempo, Pazuello arranjou um hacker para chamar de seu e levar a culpa pelo lan�amento do aplicativo institucional do Minist�rio da Sa�de, denominado Tratecov, que prescrevia o chamado “tratamento precoce”, � base de cloroquina, – sem comprova��o cient�fica – amplamente defendido por Jair Bolsonaro e seu entourage.

Sobram v�deos, declara��es, discursos, documentos, fotos, ordens, encomendas, enfim, para quem quiser encontrar a liga��o entre o Tratecov e as posi��es pol�ticas do presidente da Rep�blica, sobram pingos.

Mas � claro, segundo Pazuello, a culpa � do hacker, que “roubou o aplicativo do governo” e o colocou no ar sem estar pronto. Vai ver que � um hacker bolsonarista.

Omar Aziz, presidente da CPI, ironizou: “o hacker � t�o bom que ele conseguiu colocar o aplicativo em uma mat�ria na TV Brasil". Lembrou inclusive que o aplicativo foi lan�ado em evento oficial em Manaus. “Tudo que poderia ter sido feito para usar o povo amazonense de cobaia foi feito", disse Omar.

Pazuello seguiu lan�ando a “culpa” pelos malfeitos ou "n�o feitos" a terceiros. No caso da omiss�o do governo federal em rela��o ao colapso do sistema de sa�de do Amazonas, em abril do ano passado, por exemplo, ele ensaiou rifar o governador Wilson Miranda Lima, aliado de Bolsonaro.

Ao dizer que a decis�o de n�o intervir na sa�de do Amazonas n�o fora sua, mas de uma reuni�o de ministros com o presidente e o pr�prio governador do Amazonas. Para bom entendedor, quis sugerir algo assim: o governo federal nada fez porque o governador n�o quis.

N�o � toa, levou outro desmentido – no primeiro dia de depoimento foi a vez do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU): em nota oficial, o governo do Amazonas afirmou que nunca houve recusa do estado para qualquer tipo de ajuda relacionada �s a��es de enfrentamento � COVID-19.

Sobre a crise da sa�de em Manaus deste janeiro, em que as pessoas morreram asfixiadas por falta de oxig�nio, Pazuello tamb�m se eximiu de responsabilidades, culpando a empresa fornecedora e a Secretaria de Estado da Sa�de do Amazonas.

Insistiu que s� ficou sabendo do colapso em 10 de janeiro, mas ao ser confrontado com um documento oficial, encaminhado pelo Minist�rio da Sa�de para a C�mara dos Deputados, de que teria tratado de oxig�nio no dia 7 do mesmo m�s, Pazuello se enrolou: “Olha s�, isso [documento] � o papel, escrevendo, agora eu estou falando pessoalmente aqui sobre esse assunto”.

Mas as narrativas de Pazuello foram contestadas. Renan Calheiros, relator, contou 14 mentiras, anunciou a contrata��o de um servi�o de fact check e inaugurou a ideia de uma “nova cepa”: a nega��o do negacionismo.

O fato � que Pazuello est� conseguindo fazer com as For�as Armadas aquilo que nem a ditadura militar conseguiu.


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