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Estado de Minas NO SENADO

An�lise: Queiroga tentou se equilibrar em terreno pantanoso

Sem querer endossar a hidroxicloroquina, mas sem desejar confrontar as crendices de Bolsonaro, o ministro da Sa�de se omitiu em depoimento � CPI da COVID


06/05/2021 19:47 - atualizado 06/05/2021 20:32

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, presta depoimento na CPI da COVID(foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO )
Ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, presta depoimento na CPI da COVID (foto: DIDA SAMPAIO/ESTAD�O CONTE�DO )
Para n�o se indispor com o problem�tico chefe, mas tamb�m evitando entrar para o rol do negacionismo – o que definitivamente arruinar� a reputa��o de qualquer m�dico minimamente s�rio – o quarto ministro da Sa�de do governo Bolsonaro, terceiro a depor na CPI da Pandemia, se equilibrou de forma vacilante em terreno pantanoso.

 

 

Sem querer endossar a hidroxicloroquina – j� banida dos protocolos de todos os organismos cient�ficos e internacionais para o tratamento da COVID-19 – mas sem desejar confrontar as crendices de Bolsonaro, Queiroga se omitiu, deixando claro: quem faz a pol�tica de enfrentamento � COVID no Brasil � o presidente da Rep�blica. A CPI, j� entendeu isso. Resta saber, poder� convocar Jair Bolsonaro? Juridicamente, ser� esta uma possibilidade, ainda que sem precedentes na hist�ria deste pa�s?

 

Em todas as quest�es envolvendo o uso da hidroxicloroquina, a demora do governo em se mexer para comprar as vacinas, o posicionamento presidencial em rela��o ao distanciamento social e ao uso de m�scaras, Queiroga sacou da cartola a resposta padr�o ao estilo: “Meu papel n�o � ser cr�tico das a��es do presidente da Rep�blica ou de outros integrantes do governo".
 
E encontrou na CPI, como de resto os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e o pr�prio Nelson Teich, senadores da base bolsonarista que fizeram proselitismo com a hidroxicloroquina e a ivermectina, alegando uma “divis�o” entre m�dicos. Mas receberam chapoletada cir�rgicas, principalmente do senador Otto Alencar (PSD-BA), de longe o mais preparado para inquirir as testemunhas.

A quest�o da hidroxicloroquina � um ponto importante sob investiga��o da CPI. Afinal, desde junho do ano passado que j� havia se pacificado entre �rg�os de pesquisa cient�fica de respeitabilidade, que o medicamento n�o tem efic�cia no tratamento da COVID-19.
 
Mesmo assim, o presidente da Rep�blica insiste na toada e sob a gest�o do ex-ministro Eduardo Pazuello, o Minist�rio da Sa�de implementou a distribui��o dos medicamentos sem comprova��o, conhecidos como "tratamento precoce", e incluiu a cloroquina no protocolo de tratamento do SUS.

Ou seja, em vez de privilegiar a aquisi��o de vacinas, promoveu a cloroquina. Da� a insist�ncia da CPI em torno do dito f�rmaco.

Questionado novamente pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se concordava com o uso do medicamento, Queiroga desconversou: "Est� sendo elaborado um protocolo e eu sou �ltima inst�ncia decis�ria, se eu manifesto uma opini�o aqui eu invalido a decis�o."

O ministro tamb�m respondeu que ele n�o autorizou a distribui��o de cloroquina durante sua gest�o e que n�o sabe se o Minist�rio da Sa�de tem distribu�do o medicamento.

Ele tampouco soube responder o senador Randolfe Rodrigues (AP-Rede), quando este lhe perguntou se encontrou 4 milh�es de comprimidos de cloroquina estocados no minist�rio quando assumiu.

"N�o sei. N�o me deparei para verificar os estoques deste f�rmaco", disse.
 
Para desviar o foco da artilharia, deu a not�cia: o Minist�rio da Sa�de publicar� em edi��o extra do Di�rio Oficial da Uni�o, uma dispensa de licita��o para a compra de 100 milh�es de doses de vacinas para COVID-19 da farmac�utica americana Pfizer, ao valor total de R$ 6,6 bilh�es.

Sobre qualquer outro tema, sobraram evasivas. Disse que n�o foi consultado por Bolsonaro sobre a ideia de um decreto contra medidas restritivas de estados e munic�pios contra a COVID-19.

E garantiu ter autonomia, algo que nem Nelson Teich nem Mandetta encontram � frente da pasta. Enfim, Queiroga rodopiou, balan�ou, mas agarrado ao emprego, empurrou o “testemunho”. Acrescentou pouco. Da pr�xima vez, melhor chamar o chefe.


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