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Estado de Minas CPI DA COVID

V�deos indicam participa��o em gabinete paralelo e CPI quer ouvir Weintraub

Requerimentos de convoca��o para a CPI da COVID foram protocolados pelos senadores Humberto Costa (PT-PE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE)


23/05/2021 15:42 - atualizado 23/05/2021 18:51

(foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
(foto: Alex Ferreira/C�mara dos Deputados)
Senadores que integram a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da COVID querem convocar o advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presid�ncia da Rep�blica, para prestar esclarecimentos sobre a exist�ncia de um "gabinete paralelo" de aconselhamento do presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento � pandemia.

Em discurso de agosto de 2020 no Pal�cio do Planalto e em lives nas redes sociais, Weintraub deu indica��es de que pode ter coordenado o grupo, que teria influenciado decis�es do governo no combate � doen�a. Os v�deos foram reunidos e divulgados neste s�bado (22/5), pelo portal Metr�poles.

Os requerimentos de convoca��o foram protocolados pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE). Como o advogado mora hoje nos Estados Unidos, onde atua como representante do Brasil na Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), o depoimento poder� ser feito por videoconfer�ncia. A convoca��o ainda precisa ser aprovada pela comiss�o.

A exist�ncia de um "minist�rio paralelo" foi citada pelos ex-ministros da Sa�de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Segundo eles, esse grupo era contr�rio �s orienta��es do Minist�rio da Sa�de, mas tinha as recomenda��es acompanhadas por Bolsonaro na tomada de decis�o sobre a pandemia, inclusive na prescri��o de cloroquina e hidroxicloroquina, medicamentos sem efic�cia comprovada contra a covid-19.

Em seu depoimento � CPI, Mandetta citou uma tentativa de colocar, via decreto presidencial, a prescri��o para covid-19 na bula da cloroquina. "Fui chamado ao terceiro andar (do Pal�cio do Planalto) porque tinha l� uma reuni�o com v�rios ministros e m�dicos que iam propor esse neg�cio de cloroquina (...). Quer dizer, ele (Bolsonaro) tinha esse assessoramento paralelo. Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, um papel n�o-timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido daquela reuni�o que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indica��o da cloroquina para coronav�rus", disse Mandetta em um dos pontos mais importantes de seu depoimento.

"Quando teve H1N1, ningu�m esperou publica��o para dar Tamiflu e entrar na bula. A� fala assim 'n�o, ent�o vamos botar na bula que o m�dico da ponta pode dar, j� que a gente est� vivendo numa emerg�ncia?'. (Algu�m responde) 'N�o, n�o pode'. 'Mas fez no Tamiflu'. 'Mas hoje n�o pode'. Por que n�o pode hoje?", disse Weintraub em live de 12 de abril de 2020 com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente.

Na mesma live, o ent�o assessor da Presid�ncia contou como Bolsonaro delegou a ele a "fun��o". "Seu pai virou pra mim e disse: '� magrelo, voc� que � porra louca, vai l� e estuda isso da�'. A� comecei a ler artigo cient�fico, artigo que o pessoal come�a a soltar. Esses caras me mandando, o Luciano Dias Azevedo, Paulo Zanotto, e falei pra ele (Bolsonaro): cloroquina t� funcionando, j� tem resultado. Passei pra ele os estudos, ele l�. Eu passo no zap e depois t� impresso na mesa dele."

O v�deo compilado pelo Metr�poles tamb�m resgata um discurso de Weintraub, que � irm�o do ex-ministro da Educa��o Abraham Weintraub, durante evento no Pal�cio do Planalto em 14 de agosto de 2020.

"Eu, a partir de fevereiro (de 2020), como assessor do presidente, ent�o � uma oportunidade que me foi dada pelo presidente, eu comecei a entrar em contato com os m�dicos. Os m�dicos que tenho refer�ncia, como o doutor Luciano Azevedo, a doutora Nise (Yamaguchi), o Paulo Zanotto", afirmou na ocasi�o. Os tr�s profissionais citados atuaram em defesa do tratamento precoce contra a COVID-19.

Em seu requerimento, o senador Alessandro Vieira destacou a necessidade de "esclarecer a potencial condi��o de participante ou coordenador de um estrutura extraoficial de assessoramento do presidente da Rep�blica no combate � pandemia".

O senador Humberto Costa (PT-PE) tamb�m protocolou requerimento. "Vamos convocar Arthur Weintraub. Esse gabinete paralelo, que operou nas sombras e nos trouxe a essa trag�dia que vivemos, est� vindo � luz com os atos que cometeu. Isso precisa ser esclarecido pelos seus respons�veis diante da CPI", disse o parlamentar.

Nas reuni�es da CPI da Covid, alguns senadores j� disseram que, quando necess�rio ouvir pessoas que residam no exterior, a videoconfer�ncia poderia ser a solu��o. "Em regra, depoimento no exterior se d�o por carta rogat�ria, onde alguma autoridade local faz os questionamentos enviados pela autoridade brasileira. No caso da CPI, existe a possibilidade de deslocamento de membros da CPI para essa dilig�ncia. � preciso checar, todavia, as restri��es caudadas pela pandemia", disse Vieira, que � a favor do depoimento presencial.

Demiss�o


O senador Humberto Costa tamb�m pediu a convoca��o da m�dica infectologista Luana Ara�jo, para depor como testemunha, ap�s ela ter desistido de comandar a Secretaria Extraordin�ria de Enfrentamento � Covid-19 apenas dez dias depois de ter sido anunciada para o posto pelo ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga.

Luana Ara�jo � pr�-vacina e cr�tica ao uso de ivermectina, medica��o que � difundida entre bolsonaristas para combater a covid-19, mas n�o tem efic�cia comprovada contra a doen�a. Segundo o requerimento do senador, a demiss�o da m�dica teria sido feita "a mando do Presidente da Rep�blica", da� a necessidade de ouvi-la na condi��o de testemunha.

O minist�rio confirmou a sa�da de Luana Ara�jo, neste s�bado, mas n�o deu explica��es. No in�cio da noite de ontem, em entrevista coletiva, o ministro da Sa�de negou que uma press�o do Planalto tenha resultado na desist�ncia da m�dica, mas demonstrou irrita��o com os questionamentos e n�o esclareceu os motivos da sa�da da infectologista. "N�o tem press�o do Pal�cio do Planalto. Esse � um assunto que eu considero encerrado. Dra. Luana � uma excelente m�dica, e n�s vamos buscar um perfil semelhante ao dela para trabalhar aqui conosco", afirmou Queiroga.

A reportagem tentou contato com Luana, mas n�o houve retorno.


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