Acompanhado pelo ex-ministro da Sa�de general Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarc�sio Gomes de Freitas, e mais uma dezena de apoiadores - todos sem m�scaras e sobre um carro de som - o presidente Jair Bolsonaro discursou ontem para milhares de apoiadores no Aterro do Flamengo, no Rio.
A presen�a de Pazuello, uma general de divis�o da ativa, em manifesta��o pol�tico-partid�ria sem que ele exer�a cargo no governo que justifique sua ida ao local, causou constrangimento na c�pula do Ex�rcito e rea��es de pol�ticos. O comando da For�a deve tratar do caso nesta segunda-feira. � que a legisla��o - o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar - pro�bem que militares da ativa participem desse tipo de ato ou se manifestem politicamente. Recentemente, a institui��o apertou o cerco a oficiais que faziam posts pol�ticos em redes sociais.
Na quarta-feira, o ministro-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional, general Augusto Heleno, disse � Comiss�o de Fiscaliza��o e Controle da C�mara que militares da reserva podem ir a manifesta��es, ao contr�rio de quem est� na ativa. "Os da ativa n�o podem e ser�o devidamente punidos se aparecerem em manifesta��es pol�ticas". A exce��o s�o as manifesta��es autorizadas pelo comando.
Mas o comandante do Ex�rcito, Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, foi surpreendido pela presen�a de Pazuello no Aterro do Flamengo. O PSDB divulgou nota na qual criticou a presen�a de Pazuello no evento. "Um general de divis�o do Ex�rcito Brasileiro participando de um evento de natureza pol�tica n�o condiz e n�o respeita a institui��o da qual faz parte. Como institui��es do Estado brasileiro, nossas For�as atingiram grau de maturidade institucional e o respeito de toda sociedade." O presidente do Cidadania, Roberto Freire, pediu a puni��o de Pazuello. "O Alto Comando do Ex�rcito n�o pode deixar passar tal gesto de quebra de hierarquia e indisciplina." Segundo ele, as For�as Armadas devem deixar claro que n�o ser�o transformadas em instrumento pol�tico.
Com a m�scara no queixo, Pazuello passou no meio da multid�o de apoiadores e subiu ao carro de som onde estava o presidente. J� sem m�scara, um sorridente Pazuello acenou para os manifestantes. Bolsonaro chamou o ex-ministro de "nosso gordinho". Ao depor na CPI da Covid, Pazuello foi questionado sobre ter aparecido sem m�scara em um shopping em Manaus. Ele admitiu o erro e pediu desculpas. No domingo, no entanto, n�o houve essa preocupa��o.
No ato, Bolsonaro afirmou lamentar "cada morte no Brasil, n�o importa a motiva��o da mesma". "Mas n�s temos que ser fortes, temos que viver e sobreviver. Fique bem claro: o meu Ex�rcito Brasileiro jamais ir� �s ruas pra manter voc�s dentro de casa". A fala encerrou um passeio de moto no Rio. Entre os apoiadores, uma minoria usou m�scaras. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, criticou o ato. "Previs�vel espet�culo de covarde omiss�o que ignora hospitais lotados e a nova cepa indiana. Pobre do Brasil, pobre do meu Rio." (Colaborou Pedro Venceslau)
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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POL�TICA
Ex�rcito apura ida de Pazuello a ato pol�tico
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