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Estado de Minas MANIFESTA��O

Diante de atos pr�-Bolsonaro, oposi��o muda discurso para ir �s ruas

H� manifesta��es marcadas em Bras�lia nesta quarta (26/5), e no s�bado (29/5), em capitais e cidades de m�dio porte, incluindo 76 munic�pios


26/05/2021 08:00 - atualizado 26/05/2021 09:24

(foto: Roberto Parizotti/Fotos Públicas )
(foto: Roberto Parizotti/Fotos P�blicas )
Pressionados pela mobiliza��o em defesa do governo Jair Bolsonaro nas �ltimas semanas, l�deres de movimentos sociais, centrais sindicais e grupos de oposi��o abandonaram a defesa do "fique em casa" na pandemia e marcaram novas manifesta��es contra o presidente e a gest�o federal, apesar dos riscos de as aglomera��es disseminarem a COVID-19. Agora, o discurso � de que � poss�vel ir �s ruas de forma segura para protestar contra o atraso na vacina��o e a postura do governo no combate � doen�a.

H� protestos marcados em Bras�lia nesta quarta, 26, e no s�bado, 29, em capitais e cidades de m�dio porte, incluindo 76 munic�pios. Coordenador nacional da Frente Brasil Popular, Raimundo Bonfim encara esses protestos como um "desafio": "Tomamos a decis�o de voltar �s ruas, de aumentar um degrau no tom das manifesta��es, at� para fazer uma avalia��o inclusive do ponto de vista dos cuidados sanit�rios".

A ideia � adotar regras r�gidas de organiza��o e distanciamento e at� distribuir m�scaras tipo PFF2 (considerada a mais segura por especialistas) para atrair manifestantes. Os motivos para a mudan�a de tom, segundo l�deres dos movimentos, s�o tanto a manuten��o de �ndices elevados de contamina��o e mortes devido � pandemia, quanto a crise socioecon�mica e o comportamento de Bolsonaro, que tem participado de sucessivos atos.

Os organizadores tamb�m querem explorar o desgaste provocado pelo avan�o da CPI da Covid no Senado e o momento de pior avalia��o do governo, como mostram as �ltimas pesquisas de opini�o. Levantamentos de inten��o de voto ainda demonstram queda no eleitorado disposto a reeleger Bolsonaro.

Uma parte da oposi��o, por�m, avalia que n�o � o momento para sair �s ruas e cobrar o impeachment do presidente. O PT, por exemplo, n�o tem divulgado as manifesta��es de s�bado em suas m�dias sociais, ao contr�rio de outros partidos e grupos que participam da mobiliza��o. Para alguns petistas, o desgaste de Bolsonaro nas pesquisas de inten��o de voto deve perdurar at� o pr�ximo ano, o que seria interessante do ponto de vista eleitoral. Conforme revelou a Coluna do Estad�o, sob esse ponto de vista, o ideal seria "deixar sangrar" o presidente at� a elei��o. "Os protestos s�o uma quest�o que cabe aos movimentos, respeito a autonomia deles", disse o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). "A avalia��o � que o governo Bolsonaro se apega a um grupo de fan�ticos e est� vivendo um desgaste profundo."

Programa��o


Hoje, centrais sindicais fazem uma mobiliza��o que tem o protesto contra a fome e o apelo para a renova��o do aux�lio emergencial no valor de R$ 600 como principais bandeiras. Neste caso, h� a previs�o de protesto presencial apenas em Bras�lia. J� no pr�ximo s�bado, movimentos sociais e partidos de esquerda sair�o �s ruas sob o mote "Fora Bolsonaro" em v�rios Estados.

As orienta��es para evitar a transmiss�o de COVID-19 durante os protestos circulam nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. Entre as medidas que os movimentos t�m recomendado para os protestos mais seguros est�o o uso preferencialmente da m�scara tipo PFF2 ou duas m�scaras, distanciamento entre os manifestantes de um a dois metros, escolha de locais sempre ao ar livre e evitar o transporte p�blico em hor�rios de pico. Os comunicados aconselham ainda a nunca retirar a m�scara no meio de um grupo para tomar �gua ou fumar, por exemplo, al�m de voltar direto para casa ap�s o protesto.

"Ficar em casa n�o tem ajudado a avan�ar no plano de vacina��o no Brasil, n�o tem ajudado a derrotar o Bolsonaro", afirmou a deputada federal S�mia Bomfim (PSOL-SP), que incentiva a participa��o nos atos. Ela argumentou que o pr�prio presidente "empurra" os insatisfeitos para manifesta��es de rua, uma vez que n�o houve pol�tica federal para garantir o isolamento social. "� preciso se manifestar para poder emparedar o governo no momento em que ele est� fragilizado, ent�o as condi��es pol�ticas justificam 'mudar um pouco a chave' e retomar uma agenda de rua."

Riscos


Especialistas ressaltam que n�o h� como evitar totalmente o risco de transmiss�o e que o Brasil vive um momento especialmente preocupante na pandemia. "H� desafios pr�ticos, porque n�o � muito f�cil manter esse distanciamento (m�nimo de 1,5m), e o risco � maior do que se a pessoa ficar em casa, ent�o n�o � o momento ideal especialmente porque provavelmente estamos vivendo um aumento da transmiss�o", afirmou o infectologista Eliseu Waldman, da Faculdade de Sa�de P�blica da USP. "� preciso ter o m�nimo de disciplina, se n�o voc� pode estar induzindo a popula��o ao cont�gio. H� novas variantes circulando, algumas que aparentemente levam a quadros mais graves. N�o � o recomend�vel. � uma op��o individual, quem achar que deve ir � manifesta��o deve ter responsabilidade, e as lideran�as tamb�m."

A coordenadora do F�rum de Ci�ncia e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Tatiana Roque, diz que j� houve ondas de protestos que observaram medidas de seguran�a sanit�rio no exterior e n�o teriam provocado alta nas infec��es. Ela cita o caso como os protestos do movimento Black Lives Matter nos Estados Unidos, entre maio e junho do ano passado.

A conclus�o consta de um estudo publicado por cinco pesquisadores do National Bureau of Economic Research, nos Estados Unidos, em janeiro. "A compreens�o das formas de transmiss�o mudou muito com o avan�o da pandemia e os estudos que foram surgindo", diz Tatiana. "A taxa de cont�gio ao ar livre, com m�scara, mantendo o distanciamento recomendado de 1,5 metro, � muito baixa."
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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