O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e o comandante do Ex�rcito, Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, passam por novo teste ao participar, nesta quinta-feira, da inaugura��o de uma ponte na Amaz�nia com o presidente Jair Bolsonaro, que transforma todos os seus eventos em atos pol�ticos, destaca o Estad�o. Paulo S�rgio � general de quatro estrelas da ativa.
O evento do presidente com os dois generais ser� exatamente no mesmo dia em que se completa o prazo de 72 horas para que o tamb�m general da ativa Eduardo Pazuello, de tr�s estrelas e ex-ministro da Sa�de, apresente sua defesa pela participa��o num trio el�trico, no Rio, domingo passado, durante uma manifesta��o de claro cunho pol�tico, ao lado de Bolsonaro.
Ap�s a entrega da defesa de Pazuello, que vence no fim da tarde, o comandante Paulo S�rgio ter� oito dias, at� a sexta-feira da pr�xima semana, para decidir se haver� puni��o ao ex-ministro e qual ser� ela. A grada��o vai de mera advert�ncia at� pris�o de, no m�ximo, 30 dias, passando tamb�m pela possibilidade de suspens�o.
Ao lado disso, h� a expectativa de que Pazuello antecipe sua passagem para a reserva. Pelas regras, ele tem at� agosto de 2022 para permanecer na ativa, mas, desde que assumiu o Minist�rio da Sa�de, vem sendo instado a adiantar essa decis�o. O ex-ministro da Sa�de � general intendente e atingiu o m�ximo posto no servi�o, ou seja, tr�s estrelas.
Com a ida ao trio el�trico na manifesta��o pol�tica, a perman�ncia de Pazuello na ativa � considerada inadmiss�vel. O pr�prio vice-presidente Hamilton Mour�o j� admitiu publicamente que essa � uma sa�da inevit�vel para amenizar a situa��o do ex-ministro.
H� intensa press�o de oficiais-generais das tr�s For�as para uma puni��o exemplar a Pazuello, porque a participa��o em atos pol�ticos � proibida pelo Estatuto Militar e pelo Regimento Disciplinar do Ex�rcito, dois documentos que s�o ensinados aos alunos das escolas militares j� na primeira semana de aula. Deixar passar a atitude de Pazuello em branco criaria um precedente considerado muito perigoso.
De outro lado, h� um temor no Comando do Ex�rcito de que o comandante Paulo S�rgio determine, por exemplo, a pris�o de Pazuello e seja desautorizado por Bolsonaro, que, como presidente, � comandante em chefe das For�as Armadas. Jamais ocorreu algo assim, j� que se trata de uma decis�o monocr�tica do comandante, mas, com Bolsonaro, tudo � tido como poss�vel.
Desautorizar comandante do Ex�rcito, que acaba de assumir ap�s a crise provocada com a demiss�o do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e de todos os tr�s comandantes - do Ex�rcito, da Marinha e da Aeron�utica -, seria arriscado para o pr�prio Bolsonaro e poderia, inclusive, inviabilizar a perman�ncia de Paulo S�rgio no Comando. Logo, o momento � de muitas conversas e muita tens�o.
POL�TICA