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Estado de Minas POL�TICA

�s For�as Armadas, Pazuello afirma que n�o foi a ato pol�tico


28/05/2021 08:05

Alvo de processo disciplinar aberto pelo Comando do Ex�rcito, o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Sa�de, apresentou nesta quinta-feira, 27, sua defesa e disse n�o ter participado de um ato pol�tico ao lado do presidente Jair Bolsonaro, no domingo, 23, no Rio. Pazuello afirmou, na justificativa, ter sido convidado pelo presidente para um passeio de moto, quando foi surpreendido com o pedido para subir em um carro de som, ao lado do presidente.

Com esse argumento, o general da ativa negou ter cometido uma transgress�o �s normas do Ex�rcito. O general da ativa destacou, ainda, que n�o � filiado a nenhum partido e disse que o Pa�s n�o vive um per�odo eleitoral. A informa��o foi antecipada pela CNN e confirmada pelo Estad�o. Em transmiss�o ao vivo pelas redes sociais, na noite de ontem, Bolsonaro adotou a mesma linha de defesa de Pazuello, na tentativa de livrar o general de uma puni��o mais severa.

"� um encontro que n�o teve nenhum vi�s pol�tico, at� porque eu n�o estou filiado a partido pol�tico nenhum ainda", afirmou Bolsonaro na live. "Foi um movimento pela liberdade, pela democracia, em apoio ao presidente. N�o tinha nenhuma bandeira vermelha, nenhuma foice ou martelo", emendou o presidente, em sintonia com a justificativa apresentada por Pazuello.

O presidente fez v�rios elogios ao ex-ministro da Sa�de, que deixou a pasta em mar�o com o Pa�s batendo recorde de mortes por covid-19. Bolsonaro disse na live que Pazuello � "um tremendo gestor", tendo se destacado no Ex�rcito desde a prepara��o para a Olimp�ada do Rio, em 2016.

A participa��o de militares da ativa em atos pol�tico-partid�rios � proibida pelo Regulamento Disciplinar do Ex�rcito. A pena para quem desobedecer a essas ordens varia de advert�ncia a pris�o por at� 30 dias. Pazuello foi aconselhado a antecipar sua ida para a reserva - que deve ocorrer apenas em agosto de 2022 -, na tentativa de receber puni��o mais branda, como uma advert�ncia verbal, por exemplo, mas n�o aceitou.

O general avalia que, se sair da ativa agora, passar� � CPI da Covid a imagem de que se acovardou. Pazuello j� prestou depoimento � CPI, mas foi reconvocado pelos senadores depois de subir a um carro de som com Bolsonaro e discursar sem m�scara de prote��o contra coronav�rus.

Generais ouvidos pelo Estad�o avaliaram que a transgress�o disciplinar cometida por Pazuello tem potencial para um novo embate entre o Pal�cio do Planalto e o Comando do Ex�rcito. O receio � que a tentativa de blindagem de Pazuello, por parte de Bolsonaro, leve � ren�ncia do comandante, Paulo S�rgio Nogueira de Oliveira, que ontem acompanhou o presidente em viagem a S�o Gabriel da Cachoeira (AM).

Para contornar o confronto, por�m, o Ex�rcito pode aplicar apenas uma repreens�o, em vez de optar pela pena mais grave. O ministro da Defesa, Braga Netto, tenta encontrar uma solu��o de meio-termo para evitar uma crise entre o presidente e o comandante.

Repreens�o

A solu��o "m�dia" prevista no regulamento � a repreens�o, descrita como uma forma de censura "en�rgica", feita por escrito pelo comandante. � publicada em boletim interno da caserna e, por vir a p�blico nas For�as Armadas, vira uma m�cula no curr�culo de um general, principalmente no topo da carreira.

A repreens�o � mais grave do que uma advert�ncia verbal - a mais branda das puni��es. A pris�o de Pazuello vem sendo considerada hip�tese remota por generais que acompanham o caso, justamente porque pode amplificar a crise.

Apesar das negativas do ex-ministro da Sa�de, a transgress�o disciplinar foi fartamente documentada. A inexist�ncia de antecedentes, por�m, pode ser considerada como atenuante.

Bolsonaro fez ontem um aceno �s For�as Armadas e pregou respeito aos "seus" militares. O presidente viajou para o extremo norte da Amaz�nia, com o objetivo de inaugurar uma ponte de madeira em S�o Gabriel da Cachoeira e visitar uma �rea ind�gena Ianom�mi.

Em pronunciamento pol�tico, diante de ministros militares - Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) -, al�m do general Paulo S�rgio, e de oficiais do Comando Militar da Amaz�nia, Bolsonaro chamou todos de "amigos". Ao falar de sua elei��o, em 2018, disse que divide a responsabilidade com os militares.

'Respeito'

Um trecho do encontro foi divulgado nas redes sociais do presidente. "O governo respeita os seus militares", afirmou Bolsonaro, usando uma express�o que n�o � do agrado dos oficiais, j� que as For�as Armadas s�o institui��es de Estado, e n�o de um governo. Bolsonaro j� provocou insatisfa��o na caserna ao se referir v�rias vezes � corpora��o como "meu Ex�rcito".

O general Paulo S�rgio acompanhou atenciosamente as palavras de Bolsonaro, olhando para ele, de bra�os cruzados. No fim, aplaudiu o discurso do presidente, assim como os demais � mesa.

O comandante do Ex�rcito est� prestes a decidir qual puni��o aplicar � transgress�o disciplinar cometida por Pazuello. A possibilidade de uma escalada de tens�o na crise entre o Pal�cio do Planalto e o Ex�rcito existe e generais consideram que o comandante pode renunciar, caso seja desautorizado.

Bolsonaro afirmou que o Brasil ainda n�o vive um per�odo de normalidade e que a liberdade depende das For�as Armadas, embora n�o tenha citado os clamores por interven��o militar de sua base de apoiadores.

"Tenho certeza de que voc�s agir�o dentro das quatro linhas da Constitui��o, se necess�rio for. Espero que n�o seja necess�rio, que a gente parta para a normalidade", disse o presidente.

Norma serve para 'evitar a anarquia', afirma Mour�o

O vice-presidente Hamilton Mour�o disse ontem que a poss�vel puni��o a ser aplicada ao general Eduardo Pazuello por participar de ato pol�tico com o presidente Jair Bolsonaro se baseia em normas "para evitar a anarquia". "A regra tem que ser aplicada para evitar que a anarquia se instaure dentro das For�as (Armadas)", afirmou o vice, que � general da reserva.

"Assim como tem gente que � simp�tica ao governo, tem gente que n�o �. Ent�o, cada um tem que permanecer dentro da linha que as For�as Armadas t�m que adotar. As For�as Armadas s�o apartid�rias, n�o t�m partido, o partido das For�as Armadas � o Brasil", observou Mour�o.

Pazuello � alvo de um procedimento disciplinar por ter participado de um ato com apoiadores do governo, no Rio, no domingo. O fato de o ex-ministro da Sa�de estar ao lado de Bolsonaro - comandante supremo das For�as Armadas - foi apontado como poss�vel atenuante � conduta do general, uma vez que ele estaria cumprindo ordens do presidente. Mour�o discordou: "Isso a� � um entendimento meio canhestro".

O vice-presidente defendeu puni��o ao ex-ministro da Sa�de. "Eu sei que Pazuello j� entrou em contato com o comandante informando ali, colocando a cabe�a dele no cutelo, entendendo que cometeu um erro", disse Mour�o no in�cio da semana.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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