Com as duas doses da vacina contra a covid-19 aplicadas em apenas 10,37% da popula��o at� esta sexta-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro ligou o tema � campanha da reelei��o, no ano que vem. "A primeira dose foi em 18, a segunda dose vai ser em 22", disse ele.
A afirma��o, seguida por gargalhadas, foi feita por Bolsonaro ao retornar ao Pal�cio da Alvorada, no in�cio da noite, em resposta a um apoiador que falava de "preju�zos � juventude", causados por advers�rios. Primeiro, o presidente reclamou de adolescentes que o criticam. Em seguida, p�s a elei��o na conversa.
"Que interesse eu tenho em falar uma coisa que n�o fosse verdade? Interesse nenhum. O Jo�o 8:32 derrotou esses caras em 2018", afirmou Bolsonaro numa refer�ncia ao trecho do evangelho de Jo�o, cap�tulo 8, vers�culo 32 ("E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertar�"). Depois, sem que ningu�m tivesse abordado o assunto vacina, Bolsonaro emendou o coment�rio sobre a "segunda dose", em 2022.
Sem m�scara de prote��o facial, Bolsonaro n�o mencionou, durante a conversa, nenhuma medida para agilizar o processo de vacina��o nem as quase 460 mil v�timas de covid-19.
O presidente aproveitou a presen�a de f�s para criticar advers�rios pol�ticos e o Supremo Tribunal Federal (STF). Afirmou, por exemplo, que o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, "est� colad�o" no ex-presidente Lula em Alagoas.
Bolsonaro tamb�m atacou o ministro do STF Marco Aur�lio Mello. Nesta sexta, o magistrado criticou a a��o movida pela Advocacia-Geral da Uni�o (AGU) para questionar medidas restritivas de circula��o adotadas por tr�s Estados - Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paran�.
"O Marco Aur�lio debochou da a��o. Um ministro n�o pode prejulgar nada. Ele vai embora agora em julho, est� acabando o tempo dele, 75 anos", declarou Bolsonaro, numa refer�ncia � aposentadoria compuls�ria do ministro. "Eu n�o sei por que agir dessa maneira. Quem segura o sal�rio dele, a economia que eu segurei, com medidas variadas, para compensar as demiss�es que iam acontecer em massa?"
O Estad�o apurou que, como o Supremo j� discutiu o tema e admitiu a autonomia de Estados e munic�pios para adotar medidas sanit�rias no combate ao coronav�rus, a tend�ncia � a de que a a��o seja rejeitada.
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