Nise: recebi do presidente informa��o de tratamento com cloroquina que j� existia

Em depoimento � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, a m�dica Nise Yamaguchi confirmou nesta ter�a-feira ter conversado com o presidente Jair Bolsonaro sobre o tratamento precoce como estrat�gia para combater a pandemia da covid-19. Nise tamb�m afirmou que a conversa partiu do pr�prio mandat�rio.

A m�dica disse j� conhecer previamente a discuss�o, mas que durante reuni�o que contou com a presen�a do presidente, ela recebeu dele a informa��o de um tratamento contra covid com o uso de cloroquina estava sendo discutido na Fran�a. Segundo a m�dica, esta foi a �nica oportunidade em que ela conversou com o presidente sobre o tema.

A afirma��o de que ela teria tido poucas intera��es com o presidente foi confrontada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que leu uma not�cia onde a m�dica afirmava que o presidente a conhecia e que eles se falavam "o tempo todo". Vieira ent�o sugeriu que a sess�o fosse encerrada para que Nise fosse convocada na posi��o de testemunha.

Poupando Bolsonaro

A m�dica e defensora do tratamento repetiu a f�rmula usada por aliados do presidente Jair Bolsonaro na comiss�o e se esquivou de opinar sobre a conduta do presidente frente as vacinas. "N�o estou aqui para desapoiar ou apoiar conduta de nenhuma pessoa, isso � do f�rum individual", afirmou Nise, dizendo ainda que nunca falou com o presidente sobre o programa de imuniza��o. "Opini�o a gente n�o d�, a gente tem que dar evid�ncias cient�ficas", disse a m�dica, que ainda foi apresentada a v�deos de Bolsonaro falando sobre as vacinas.

"Isso � uma quest�o que se refere ao governo Brasileiro", afirmou Nise em refer�ncia a cl�usula de responsabilidade nos contratos criticada por Bolsonaro. Segundo ela, essa quest�o n�o demandaria uma decis�o cient�fica, mas "pol�tica e econ�mica".

Questionada ainda pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre as consequ�ncias da postura do presidente e do atraso na compra dos imunizantes, Nise respondeu que � o "atraso que existe no in�cio do tratamento" que tem "determinado tantos mortos". "N�o s� isso, mas nesse momento temos tamb�m problema de diagn�stico", afirmou.

A m�dica disse ainda que a tese da imunidade de rebanho n�o � defendida por ela, mas uma "realidade".