O comando da CPI da Covid-19 no Senado afirmou na noite deste quarta-feira, 2, em nota p�blica, que o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em cadeia nacional de r�dio e televis�o � "consequ�ncia do trabalho da comiss�o e da press�o da sociedade brasileira que ocupou a rua contra o obscurantismo". A nota diz, no entanto, que a fala de Bolsonaro vem com "um atraso fatal e doloroso".
O comunicado � assinado pelo presidente do colegiado, senador Omaz Aziz (PSD-AM), pelo vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e pelo relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em apoio � nota, tamb�m assinam os seguintes membros da CPI: Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Braga (MDB-AM), titulares, e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Rog�rio Carvalho (PT-SE), suplentes.
De acordo com o texto, o Brasil esperava de Bolsonaro o tom em favor das vacinas em 24 de mar�o de 2020, "quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doen�a, qualificando-a de 'gripezinha'". "Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefens�vel. A fala deveria ser materializada na aceita��o das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milh�es de doses, suficientes para metade da popula��o brasileira", diz a nota.
Para o comando e os integrantes do colegiado, o pronunciamento do presidente da Rep�blica, embora sinalize um recuo no negacionismo, vem tarde demais. "Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ci�ncia, estimular aglomera��es, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a covid-19", afirmam. Os senadores encerram o comunicado lamentando as mortes pelo novo covonav�rus que poderiam ser evitadas.
Mais cedo, em pronunciamento na TV, Bolsonaro disse que todos os que quiserem ter�o vacinas em 2021 e fez um balan�o de seu governo at� agora. Durante a fala, foram registrados panela�os em v�rias cidades.
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