No Rio, Castro j� ensaia projeto de reelei��o

Desde que o impeachment encerrou precocemente o mandato de Wilson Witzel (PSC), em abril, o novo governador do Rio, Cl�udio Castro (PL), passou a preparar a sua tentativa de reelei��o. Coincidentemente, um dos grandes ativos do ex-interino para 2022 surgiu no mesmo dia em que Witzel foi cassado.

Foi o leil�o de concess�o da Cedae, a estatal de �gua do Estado, que rendeu aos cofres fluminenses R$ 22,7 bilh�es. A bolada, em tese, dar� ao mandat�rio recursos e chance de deixar uma marca no Estado, tornar-se conhecido do eleitorado e tentar um novo mandato.

O dinheiro chega no momento em que Castro come�a a mexer as pe�as para construir o seu projeto eleitoral.

Na semana passada, o governador foi a Bras�lia se filiar ao PL - at� ent�o, continuava no mesmo PSC de Witzel. A sigla do ex-deputado Valdemar da Costa Neto, preso e condenado no mensal�o, passa a ter o Rio como �nico Estado sob seu comando. Com estrutura partid�ria consistente, a nova casa do governador controla hoje 22 prefeituras fluminenses, quase um quarto do total de 92 munic�pios do Rio.

Embalados pelo dinheiro da Cedae, projetos de infraestrutura e eventos ligados a programas sociais devem marcar o pr�ximo ano de Castro, ansioso por popularidade. At� 2018 um vereador discreto, tido como bom de bastidores, o cantor cat�lico teve a vida transformada radicalmente ap�s a vit�ria eleitoral ao lado de Witzel. A mudan�a tornou-se ainda mais profunda menos de dois anos depois. Foi quando aconteceu o afastamento do ex-governador por suspeitas de corrup��o na Sa�de durante a pandemia.

Em seu caminho para tentar a sonhada reelei��o, Castro ter� um desafio. Dever� tentar se equilibrar entre dois perfis: o de pol�tico bem articulado com diferentes setores e o de aliado Jair Bolsonaro. Um dos poucos governadores considerados pr�ximos ao presidente, Castro passou a ser chamado de "negacionista" pela oposi��o nos �ltimos meses, depois de atitudes consideradas contr�rias ao combate � covid. Em mar�o, promoveu uma festa de anivers�rio na Regi�o Serrana que gerou aglomera��o e cr�ticas.

Castro e aliados buscam criar roupagem de centro-direita para uma composi��o eleitoral. Al�m do PL, entrariam na alian�a partidos como DEM, Republicanos, Solidariedade, PP e PSL.

O DEM, ali�s, era um dos destinos cotados pelo governador antes de escolher a nova casa. A legenda passa por reformula��o ap�s o racha entre seu presidente, ACM Neto, e o ex-presidente da C�mara dos Deputados Rodrigo Maia. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.