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Estado de Minas POL�TICA

Ex-chefe da PF do Amazonas diz que provas contra Ricardo Salles s�o 'clar�ssimas'


08/06/2021 14:36

Piv� do inqu�rito aberto para investigar o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o presidente afastado do Ibama, Eduardo Bim, sob suspeita de obstru�rem a maior investiga��o ambiental da Pol�cia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros, o delegado Alexandre Saraiva, ex-chefe da corpora��o no Amazonas, disse que as provas contra ambos s�o 'clar�ssimas.'

"As provas da Handroanthus s�o toras. Aquilo tem uma log�stica muito espec�fica para ser movimentada e muito custosa. Aquilo n�o some da noite para o dia. Depois as caixas contando os documentos que foi ele mesmo [Ricardo Salles] que entregou. Tudo o que tinha que se provar, est� provado. Os laudos est�o prontos. S�o laudos contundentes. Est� tudo ali", disse em entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Saraiva foi exonerado ap�s acusar o ministro de usar o cargo para patrocinar interesses privados na Opera��o Handroanthus, que mirou extra��o ilegal de madeira na Amaz�nia no final do ano passado. "A atua��o dele � clar�ssima e in�dita. Isso nunca aconteceu", acrescentou ao comentar a press�o ministerial frente ao trabalho de investiga��o da Pol�cia Federal.

O delegado, que atua na Amaz�nia h� uma d�cada, disse que formalizou a not�cia-crime junto ao Supremo Tribunal Federal por 'obriga��o'. "Ficou muito claro que havia ali um dever de informar o Supremo Tribunal Federal. Documentos que demonstravam a grilagem de terras de forma grotesca, mas ao mesmo tempo ardilosa", afirmou.

Ainda segundo ele, a Pol�cia Federal � uma institui��o s�lida e sua substitui��o pelo colega Leandro Almada n�o deve comprometer os trabalhos de investiga��o da superintend�ncia no Amazonas. "O meu substituto � pessoa de minha absoluta confian�a. � uma institui��o culturalmente e institucionalmente forte. Mesmo saindo uma pessoa, a engrenagem continua rodando. N�o adianta voc� tirar um delegado", comentou.

Questionado sobre a entrevista concedida por Ricardo Salles ao Estad�o em abril do ano passado, quando o ministro do Meio Ambiente lan�ou d�vidas sobre a apreens�o de madeira recorde feita pela PF no Amazonas e afirmou que as toras confiscadas eram regulares, Saraiva voltou a dizer que o material tem origem ilegal. "Isso n�o � verdade. N�o est� tudo certinho. Est� tudo errado e muito errado", afirmou.

O delegado tamb�m colocou sob suspeita a decis�o judicial que liberou parte do material apreendido. "S�o decis�es, essas especificamente, muito estranhas. Por exemplo, deste mesmo juiz que, de f�rias, determinou a devolu��o de maquin�rio, sob pena de multa de R$ 200 mil para mim e para os agentes que estavam no local", afirmou. "S�o decis�es que n�o s�o par�metro."

Doutor em ci�ncias ambientais, Saraiva defendeu que, no est�gio atual, a extra��o ilegal de madeira se tornou mais prejudicial � floresta do que a atividade agropecu�ria. Em sua avalia��o, o avan�o do desmatamento preocupa ainda mais pela in�rcia do Ibama. "O Ibama n�o est� trabalhando. Isso � ineg�vel", criticou.

O delegado ainda fez cr�ticas contundentes � Lei Complementar 140, que transferiu da Uni�o para os Estados a atribui��o para autorizar planos de manejo florestal e corte raso. "Foi muito ruim, mas essa mesma lei complementar concede ao Ibama a possibilidade de fiscalizar subsidiariamente. E isso o Ibama n�o vinha fazendo", disse.

Saraiva tamb�m classificou como 'p�ssimas' as mudan�as promovidas por Salles nas regras para aplica��o de multas contra crimes ambientais. "� uma coisa completamente desarrazoada. N�o tem l�gica", disse ao opinar que nunca se viu uma situa��o pior da fiscaliza��o ambiental. "Me parece que existe sim uma inten��o clara em tornar a fiscaliza��o menos eficaz. � ineg�vel", acrescentou sobre a gest�o do ministro do Meio Ambiente.

Perguntado sobre as trocas no comando na corpora��o durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, o delegado afirmou n�o ver riscos ao trabalho das superintend�ncias. "A Pol�cia continuou funcionando", disse. Saraiva chegou a ser cotado para assumir o bra�o fluminense da Pol�cia Federal durante a crise aberta entre Bolsonaro e o ex-ministro S�rgio Moro, que deixou o governo acusando o presidente de tentar interferir politicamente na corpora��o. Na avalia��o do delegado, a produtividade na superintend�ncia no Rio de Janeiro 'melhorou bastante' ap�s a substitui��o no comando da unidade.


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