CPI aprova quebra de sigilo de Pazuello, Ara�jo e membros de 'gabinete paralelo'

A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira, 10, a quebra do sigilo telef�nico de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro e integrantes de suposto "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto incentivando o discurso antivacina e favor�vel ao tratamento precoce. A aprova��o das medidas teve rea��o contr�ria de aliados de Bolsonaro e pode refor�ar as provas da responsabilidade do governo federal no descontrole da crise.

A CPI quer acessar informa��es telef�nicas, como liga��es realizadas e recebidas, e telem�ticas, como dados de acesso e troca de mensagens. Entre os alvos, est�o os ex-ministros Eduardo Pazuello (Sa�de) e Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores). Integrantes do gabinete paralelo tamb�m ter�o os dados acessados, como o m�dico Paulo Zanotto.

Al�m disso, a CPI da Covid aprovou a quebra do sigilo do auditor do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) Alexandre Marques, autor de um estudo paralelo que questionou o n�mero de mortes por covid-19 no Pa�s e foi usado por Bolsonaro, sendo desmentido pelo pr�prio TCU.

Os integrantes da comiss�o deixaram de fora os requerimentos para quebrar o sigilo telef�nico do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e de outros aliados do presidente da Rep�blica, como a m�dica Nise Yamaguchi. O presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), argumentou que adotaria a medida apenas para pessoas envolvidas em atos investigados objetivamente pela CPI.

A comiss�o tamb�m decidiu abrir os sigilos banc�rio, fiscal, telef�nico de tr�s empresas de comunica��o que prestaram servi�os para o governo federal: EPR, Calya/Y2 e Artplan. Os dados que a CPI ter� acesso envolvem informa��es do in�cio da pandemia, em 2020, at� o momento.

Governistas tentaram evitar a vota��o dos requerimentos apresentando argumentos regimentais e legais, mas foram derrotados. "Quem est� perdendo aqui � o Brasil", disse o senador governista Marcos Rog�rio (DEM-RR). A rea��o veio em seguida, quando integrantes da oposi��o apresentaram o n�mero de mortos pelo novo coronav�rus no Pa�s. "480 mil vidas, rapaz", afirmou o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM).

A CPI aprovou duas novas convoca��es e deve ouvir o ministro da Controladoria-Geral da Uni�o (CGU), Wagner Ros�rio, e o ex-secret�rio-executivo do Cons�rcio Nordeste Carlos Gabas. A inten��o � coletar informa��es sobre o repasse de recursos federais para Estados e munic�pios e apurar eventuais desvios cometidos por prefeitos e governadores - uma demanda de integrantes do governo na investiga��o.