'Fiquei muito espantado', diz Maierovitch sobre atua��o de 'gabinete paralelo'

Convidado para depor � CPI da Covid, o m�dico sanitarista Cl�udio Maierovitch criticou o comportamento de colegas de profiss�o que integrariam o suposto "gabinete paralelo" de assessoria ao presidente Jair Bolsonaro em assuntos da pandemia. Sobre a m�dica Nise Yamaguchi, que � comiss�o negou fazer parte de um assessoramento paralelo, Maierovitch disse ter ficado "espantado". "Fui colega de faculdade. Sabendo da experi�ncia anterior, agora assumindo posi��es e defesa de atitudes anticient�ficas, eu estranhei muito", afirmou o sanitarista, ex-presidente da Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa).

Sobre o virologista Paolo Zanotto, Maierovitch fez as mesmas considera��es e ainda pontuou que, apesar de o m�dico opinar com frequ�ncia sobre tratamento precoce, essa n�o � a �rea de estudo de Zanotto. "Com todo respeito, ele � um bi�logo, virologista, n�o foi formado para tratar pessoas", disse o m�dico. Ele ainda classificou o deputado e ex-ministro Osmar Terra (MDB-PR) como algu�m hoje mais atuante na pol�tica do que na Medicina.

"Alguma coisa aconteceu, algum v�rus provavelmente n�o biol�gico, que acometeu pessoas que tinham trajet�ria importante, mas enveredaram em oposi��o ao conhecimento cient�fico", afirmou Maierovitch.

Ele e a microbiologista e pesquisadora da Universidade de S�o Paulo (USP) Natalia Pasternak, que tamb�m fala � CPI nesta sexta-feira, avaliaram que bons quadros t�cnicos hoje n�o estariam dispostos a trabalhar no governo Bolsonaro. "Muitos quadros t�cnicos que conhe�o n�o se disporiam a trabalhar. O que muitos falam � 'n�o vou sujar meu nome, meu curr�culo, trabalhando nesse meio'", disse o m�dico.

Maierovitch foi endossado por Pasternak. "� um meio negacionista. Muitos bons cientistas e t�cnicos n�o se sentem confort�veis de trabalhar em governo em que a ci�ncia est� sendo negada e atacada, os coloca em situa��o muito dif�cil", afirmou.