O presidente Jair Bolsonaro espalhou uma desinforma��o sobre a Coronavac, vacina contra covid-19 desenvolvida pelo laborat�rio chin�s Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. "N�o tem comprova��o cient�fica ainda", disse o presidente, durante entrevista concedida na noite desta ter�a-feira (15) � SIC TV, afiliada da RecordTV em Rond�nia. A CoronaVac, contudo, j� passou pelos testes de fase tr�s e teve o uso emergencial aprovado n�o s� pela Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa), em 17 de janeiro, mas tamb�m pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS), ap�s apresentar dados de efic�cia.
Segundo Bolsonaro, a vacina da Pfizer "tem mais credibilidade que a que foi e est� sendo distribu�da aqui", em uma refer�ncia � Coronavac, que foi o primeiro imunizante aplicado no Pa�s e, at� hoje, � distribu�da em volume muito maior em rela��o �s doses do laborat�rio americano. Apesar de relatar "credibilidade" da vacina da Pfizer, Bolsonaro e seu governo demoraram meses para responder �s ofertas de doses da farmac�utica.
Em um novo aceno � sua base mais radicalizada, Bolsonaro ainda voltou a defender o chamado "tratamento precoce" para a covid-19 - a utiliza��o de medicamentos sem efic�cia comprovada contra a doen�a. "A ind�stria farmac�utica n�o se preocupa com rem�dios que s�o barat�ssimos, se preocupa com vacinas, que s�o caras", disse o presidente, durante a entrevista. "Sempre defendemos o tratamento precoce ap�s ouvir m�dicos", ressaltou.
Questionado sobre a possibilidade do Minist�rio da Sa�de atender � demanda por um parecer que flexibilize o uso de m�scaras por vacinados e j� infectados, hip�tese aventada na semana passada e criticada por especialistas, Bolsonaro ironizou. "Quem n�o dispensar a pessoa que est� vacinada de usar m�scara � negacionista, n�o acredita na vacina". Em seguida, o presidente disse que as multas para quem � flagrado sem utilizar m�scaras no Estado S�o Paulo, como ele foi no �ltimo s�bado em sua "motociata", tornaram-se um "neg�cio lucrativo" para o governador Jo�o Doria (PSDB).
Bolsonaro tamb�m fez novas cr�ticas � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid. "Nasceu capenga, a come�ar pelo presidente Omar Aziz, cuja esposa foi presa. O relator � Renan Calheiros, que tem inqu�ritos no Supremo". O l�der do Pal�cio do Planalto, por outro lado, chamou de "louv�vel" a postura de sua tropa de choque no colegiado, citando nominalmente os senadores Marcos Rog�rio (DEM-RO), Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorginho Mello (PL-SC).
Em linha com o que fez na ter�a-feira o ex-secret�rio de Sa�de do Amazonas Marcellus Camp�lo, Bolsonaro negou ter culpa na crise do oxig�nio vivida no Estado. "A curva de infectados subiu assustadoramente, ningu�m poderia adivinhar. Agora virou briga pol�tica no Estado, Omar Aziz e Eduardo Braga (membros da CPI( querem arrumar maneira de prejudicar o governador (do Amazonas, Wilson Lima (PSC))".
Armas
Bolsonaro voltou a defender que a libera��o para posse estendida de armas em propriedades rurais, v�lida para todo o im�vel e n�o apenas sede da fazenda, ajudou a coibir as invas�es de terras. Durante entrevista, o presidente tamb�m destacou a amplia��o do arsenal de armas � disposi��o da popula��o civil. "(Temos) tamb�m armas de calibre um pouco maior. N�o s�o fuzis ainda, mas s�o armas bastante pr�ximas disso. Isso tem levado tranquilidade ao campo", afirmou.
Em 2019, quando assumiu o governo, o presidente chegou a publicar decreto que ampliava o acesso de qualquer cidad�o a armas de fogo, inclusive fuzis de assalto. Apesar do documento, a compra de fuzis acabou vetada pelo Ex�rcito Brasileiro, ao qual coube a tarefa de regulamentar o acesso. Na decis�o, o bra�o das For�as Armadas manteve, entretanto, a previs�o de uso de pistolas de calibre 9mm e .45, antes de uso restrito das for�as de seguran�a.
Bolsonaro tamb�m comentou a autoriza��o do Minist�rio da Justi�a nesta ter�a-feira para uso da For�a Nacional de Seguran�a em Rond�nia por causa de conflitos agr�rios. "Alguns podem n�o gostar, mas temos um projeto no Congresso, que, acho que se aprovar, resolve em definitivo, chama-se: excludente de ilicitude", afirmou. Segundo o presidente, a aprova��o do texto seria "um fator de inibi��o para estes marginais".
Rodovia
Durante a entrevista, Bolsonaro tamb�m prometeu finalizar a constru��o da rodovia que ligar� Porto Velho (RO) e Manaus (AM) e disse que o ministro da Infraestrutura, Tarc�sio de Freitas, teria se comprometido com a obra. "Tarc�sio acha que n�o teremos problemas de licenciamento ambiental. Existem xiitas na quest�o ambiental, mas eles n�o s�o xiitas conosco", afirmou. O governo federal tem sido acusado pela oposi��o de desmontar as estruturas p�blicas de fiscaliza��o na prote��o ao meio ambiente.P
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