O governador cassado do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que pediu ao presidente da Rep�blica, Jair Bolsonaro, que entregasse todos os hospitais federais e a verba necess�ria para fazer a reestrutura��o e administra��o no combate contra a covid-19. Segundo o ex-governador, a inten��o da gest�o estadual era construir 1.500 de hospitais de campanha, mas os planos "foram sabotados". "A conclus�o que eu chego � que n�o me deram os leitos e ainda sabotaram os hospitais de campanha exatamente para criar o caos", denunciou � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, nesta quarta-feira (16).
Wilson Witzel afirmou que, no in�cio de 2019, foram solicitados 800 leitos ao ent�o ministro da Sa�de Henrique Mandetta para a administra��o do Estado com foco no Sistema �nico de Sa�de (SUS). Em sua avalia��o, com tais leitos, o Rio de Janeiro poderia estar "mais preparado" no combate � pandemia. "Talvez nem fossem necess�rios os hospitais de campanha".
No processo de impeachment votado no in�cio de maio em que Witzel foi condenado, estava a gest�o dos hospitais de campanha do ex-governador. Ele foi condenado por crimes de responsabilidade na resposta do governo do estado � pandemia e, especificamente, pela requalifica��o da organiza��o social Instituto Unir Sa�de ao assumir contratos com a administra��o p�blica e a contrata��o da OS Instituto de Aten��o B�sica e Avan�ada � Sa�de (Iabas) para a constru��o e gest�o de hospitais de campanha no ano passado.
Ainda em cr�ticas � gest�o federal, Witzel refor�ou que "a ideia do governo federal era a contamina��o de rebanho". Segundo ele, foram feitas reuni�es para o combate da pandemia com especialistas que constataram que a contamina��o de rebanho e o isolamento vertical "n�o seriam suficientes para o Rio de Janeiro". Witzel afirma que tomou medidas restritivas em aeroportos, rodovias e esvaziamento das praias para que o Estado tivesse condi��es para avaliar o progresso da doen�a no territ�rio carioca.
O governador cassado ainda afirmou que n�o conseguiu se reunir com o ex-ministro da Sa�de Nelson Teich e esteve apenas uma vez com o tamb�m ex-ministro Eduardo Pazuello, em visita ao hospital de campanha do Maracan�. "Em todas essas oportunidades, os hospitais federais n�o foram colocados � disposi��o no Estado do Rio de Janeiro. Enquanto eu fui governador, eu n�o tive a colabora��o absolutamente nenhuma para poder fazer enfrentamento ao combate ao coronav�rus", declarou.
Persegui��o
Wilson Witzel prometeu, no depoimento � CPI da Covid, "aprofundar" suas acusa��es sobre estar sendo perseguido politicamente por institui��es de Estado em um nova e sigilosa oitiva. A CPI avalia tomar novo depoimento de Witzel sob segredo de Justi�a, como sugeriu h� pouco o ex-governador. "Reafirmo que me considero perseguido politicamente por uma institui��o que n�o deveria ser politizada, para aprofundar sobre isso, acredito que deva ser em segredo de Justi�a", afirmou Witzel.
O depoimento at� agora � marcado por uma s�rie de interrup��es do senador Fl�vio Bolsonaro (Patriota-RJ), em raz�o de questionamentos do relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a rela��o entre Witzel e a fam�lia Bolsonaro, que hoje est�o rompidos. "O que isso tem a ver com covid, na boa"?, questionou o filho de Jair Bolsonaro durante o interrogat�rio de Renan.
Integrantes da CPI come�aram a questionar a pertin�ncia de o relator fazer perguntas a Witzel n�o relacionas � pandemia, com endosso do pr�prio presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). "Se Fl�vio apoiou Witzel, se Witzel apoiou Fl�vio, � problema deles", pontuou Aziz.
Renan, com apoio de outros senadores da oposi��o, continuou perguntando ainda por qual raz�o o ex-governador declarou, em outra ocasi�o, que Fl�vio Bolsonaro deveria estar preso. "Est� me desrespeitando como senador, e vou querer falar", interrompeu Fl�vio. "Como essa quest�o � delicada e foi feita fora da situa��o da covid, trata da elei��o e outros fatos pe�o escusas para n�o comentar tal declara��o", respondeu Witzel.
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