O relator da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o empres�rio Carlos Wizard e o ex-assessor internacional do presidente Jair Bolsonaro, Arthur Weintraub, est�o fazendo "turismo de impunidade" ao n�o comparecer para prestar depoimento no colegiado. Os dois est�o fora do Brasil e foram convocados para esclarecer participa��o no chamado "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto na pandemia.
Carlos Wizard pediu para ser ouvido virtualmente, solicita��o negada pela CPI. O presidente da comiss�o, Omar Aziz (PSD-AM), decidiu acionar a Justi�a para a condu��o coercitiva e a apreens�o do passaporte de Wizard quando este estiver em territ�rio nacional. Wizard informou que viajou aos Estados Unidos para acompanhar o tratamento m�dico de um familiar.
"O que eles est�o fazendo, porque t�m dinheiro, � uma esp�cie de turismo de impunidade" disse o relator em coletiva de imprensa. "Viajam para o exterior para driblar o prazo da CPI. Isso evidentemente p�e obst�culos no caminho da investiga��o e n�s n�o vamos concordar que essas coisas aconte�am."
Renan Calheiros afirmou que mais da metade dos fatos investigados pela CPI j� est�o comprovados. Nesta sexta-feira, ele apresentou uma lista com 14 pessoas que se tornaram oficialmente investigadas. Na mesma coletiva de imprensa, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), declarou que o relat�rio de Renan, quando for apresentado, ser� "blindado" e que aqueles que defendem Bolsonaro ser�o "abandonados".
O prazo de funcionamento da CPI termina no final de julho. A inten��o da c�pula da comiss�o � que n�o haja recesso para que o per�odo seja cumprido sem prorroga��o. A pr�xima fase da investiga��o, disse Randolfe, envolver� as suspeitas de desvios na sa�de do Rio de Janeiro. Para ele, h� um "acumpliciamento criminoso" entre agentes privados e p�blicos na pandemia.
A CPI far� uma sess�o secreta com o governador cassado do Rio Wilson Witzel. A inclus�o de governadores como investigados, refor�ou o relator, depender� de decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, a avalia��o � de que o Judici�rio n�o dar� aval para o Senado investigar os chefes de Executivos estaduais.
Queiroga
Renan Calheiros tamb�m afirmou que o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, "mentiu muito" ao prestar depoimento no colegiado. Queiroga e outras 13 pessoas foram oficialmente classificadas como investigadas pela CPI.
Documentos enviados pelo Itamaraty � CPI mostram que o ministro da Sa�de "tentou vender o tratamento precoce e a cloroquina" em conversa com a Organiza��o Mundial de Sa�de, de acordo com o relator. Na CPI, ele afirmou que o tratamento precoce n�o tem efic�cia comprovada contra o novo coronav�rus.
"Ele finge que � ministro, defende o uso de m�scara e o presidente diz que ele estar� obrigado a fazer um decreto minimizando o uso de m�scara. Defende autonomia concorrente dos Estados e o presidente da Rep�blica entra, com a participa��o dele, contra essa autonomia concorrente", afirmou o relator da CPI da Covid, na coletiva.
Renan classificou como irrespons�vel as declara��es de Jair Bolsonaro nas redes sociais refor�ando a tese de imunidade de rebanho. "Ele continua induzindo as pessoas a n�o se vacinarem. Continua, dessa forma, matando pessoas", disse o relator.
A CPI resolveu convocar representantes do Facebook e Youtube ap�s Bolsonaro declarar, em transmiss�o ao vivo, que a infec��o por covid � mais eficiente do que a vacina. Os senadores querem que as plataformas tomem provid�ncias para banir a veicula��o desse tipo de conte�do.
Para Renan Calheiros, Bolsonaro continua induzindo pessoas � morte com respaldo do ministro da Sa�de. "Ele (Queiroga) vai ter que ser investigado para que ele entenda que precisa parar com essa loucura, que ele n�o pode continuar, a pretexto do cargo que ocupa, fazer essas atrocidades ou concordar com as atrocidades que s�o feitas diariamente pelo presidente da Rep�blica."
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