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Estado de Minas EX-PRESIDENTE

''Terceira via em 2022 � homenagem ao eleitor", diz Temer em entrevista

Ex-presidente considera um avan�o a forma��o de uma candidatura que se distinga da polariza��o entre Bolsonaro e Lula


19/06/2021 09:54 - atualizado 19/06/2021 10:14

"O v�rus n�o escolhe integrante de uma ou outra agremia��o partid�ria. Atinge a todos", pontua Temer (foto: MiNERVINO )

Os �ltimos tr�s posts no Twitter do ex-presidente da Rep�blica Michel Temer s�o de condol�ncias. Pelas mortes do ex-vice-presidente Marco Maciel; do servidor aposentado da C�mara dos Deputados Mozart Vianna; e do ex-prefeito de S�o Paulo Bruno Covas. O quinto post mais recente, l� de mar�o, � uma esquiva: “Recebi a not�cia de que amigos lan�aram a minha candidatura. Fico lisonjeado, porque � um reconhecimento ao meu governo. Mas a �nica candidatura a que me disponho � a tomar a 2ª dose da vacina. Nada mais!”.

Ao Correio, Temer garante n�o ter mudado de ideia. “N�o est� nos meus planos. J� passei pela Presid�ncia da Rep�blica”, diz, taxativo. Aposta numa terceira via – “acho �til que surja como homenagem ao pr�prio eleitor, que ter� op��o entre as v�rias correntes que se apresentarem”, mas diz que o MDB s� tomar� decis�es sobre candidaturas no ano que vem.
O ex-presidente defende um sistema de semipresidencialismo para o Brasil, que, segundo ele, reduziria a instabilidade pol�tica. “O impeachment cria traumas institucionais. Nossa Constitui��o n�o tem 33 anos, e dois impedimentos j� se verificaram. N�o h� presidente que n�o tenha sido objeto de pedidos de impedimentos. E ser� assim sempre, gerando impasses institucionais”, lamenta o ex-presidente da Rep�blica, tamb�m respeitado como constitucionalista.

Apontado pelo ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha de ter “liderado” o processo de impeachment de Dilma Rousseff, Temer responde com poucas palavras: “O impedimento derivou do povo nas ruas. Cumpriu-se a Constitui��o Federal, simplesmente”.

Em rela��o � pandemia, Temer evita cr�ticas, mas reconhece que o presidente da Rep�blica poderia ter centralizado toda a atividade de combate � pandemia, chamando governadores, chefes dos Poderes e at� a oposi��o para trabalharem juntos. “O v�rus n�o escolhe integrante de uma ou outra agremia��o partid�ria. Atinge a todos”, diz.

O senhor j� foi citado como poss�vel candidato a presidente da Rep�blica. Pensa em concorrer em 2022?

N�o est� nos meus planos. J� passei pela Presid�ncia da Rep�blica.

O senhor conversou com Rodrigo Pacheco h� alguns dias. Considera que ele tem atributos para representar a terceira via?

N�o tenho d�vida de seus atributos. � preciso que ele se articule com todos os candidat�veis � chamada terceira via.

Acredita que surgir� uma terceira via, ou a polariza��o PT versus Bolsonaro j� est� posta?

Acho �til que surja como homenagem ao pr�prio eleitor, que ter� op��o entre as v�rias correntes que se apresentarem.

Esta semana, o senhor disse que pensou em apresentar um projeto que estabeleceria o semipresidencialismo e que isso n�o evoluiu. Por que n�o evoluiu?

Exerci uma esp�cie de semipresidencialismo quando ocupei a Presid�ncia da Rep�blica, chamando o Congresso Nacional para governar comigo. Deu resultado. Tanto que pude levar adiante reformas constitucionais h� muito pensadas e jamais efetivadas. Foi tamb�m o que permitiu a recupera��o do PIB e das estatais, com a consequente redu��o da infla��o e dos juros.

O semipresidencialismo no Brasil diminuiria a instabilidade pol�tica?

Sem d�vida alguma. O impeachment cria traumas institucionais. Nossa Constitui��o n�o tem 33 anos, e dois impedimentos j� se verificaram. N�o h� presidente que n�o tenha sido objeto de pedidos de impedimentos. E ser� assim sempre, gerando impasses institucionais. No semipresidencialismo, o presidente da Rep�blica � eleito e ter� poderes significativos, mas partilhar� o governo com o primeiro ministro, por ele nomeado, que ter� sede no Parlamento. Para formar o governo, portanto, para ter governo, � preciso maioria parlamentar. Se perder a maioria, cai o governo com muita naturalidade, sem traumas de natureza institucional. Al�m do que, haver�, conceitualmente, dois partidos: o da situa��o, que permitiu a forma��o do gabinete; e a oposi��o, que se antagoniza com o governo. Ademais, o Legislativo passa a ser tamb�m executor, o que lhe dar� maior responsabilidade pela governabilidade.

Sistema de governo com a chefia da administra��o p�blica partilhada entre o presidente e um primeiro-ministro reduziria discuss�es sobre impeachment e poderia diminuir o n�mero de partidos pol�ticos? Seria o ideal para o momento?

Certamente, sim.

V� alguma amea�a �s institui��es ou � democracia como fruto da polariza��o?

N�o vejo. As institui��es est�o solidificadas, e o povo n�o admite a destrui��o da democracia.

O MDB nunca se uniu em torno de uma campanha presidencial. Por que seria diferente agora?

O MDB nada decidiu at� o presente momento. Vamos esperar o ano pr�ximo, que � o adequado para decis�es dessa natureza.

Analisando o per�odo em que exerceu a Presid�ncia, o que o senhor faria diferente, al�m da recep��o a Joesley Batista no Alvorada?

O que posso dizer � que aquele gesto impediu que eu completasse as reformas, j� que a tribut�ria e administrativa estavam formatadas, e a da Previd�ncia pronta para ir ao plen�rio. Aquele fato s� fez atrasar a reforma da Previd�ncia por dois anos, mas foi fruto do nosso governo, apesar de terem tentado impedi-la.

O ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha escreveu em livro que o senhor liderou o processo de impeachment de Dilma Rousseff tr�s meses antes de ir a plen�rio. Como v� os relatos dele?

O impedimento derivou do povo nas ruas.

Arrepende-se do impeachment da presidente Dilma?

Cumpriu-se a Constitui��o Federal, simplesmente.

O senhor administrou a C�mara por tr�s vezes. Como avalia a presid�ncia de Arthur Lira?

Acho que o Congresso Nacional tem tido muito protagonismo, e nesse contexto entra a presid�ncia do deputado Arthur Lira.

Como a pandemia pode refor�ar os valores humanistas da sociedade? Que ensinamento este momento nos deixa?

Tristemente, em raz�o dos �bitos, mas registro que a pandemia refor�ou os la�os de solidariedade humana.

Como v� a perda de tantos brasileiros pela COVID? Os governos deveriam ter sido mais c�leres nas decis�es? A import�ncia da uni�o em torno de um projeto suprapartid�rio para mitigar os efeitos da pandemia nos pr�ximos anos � poss�vel?

Acho que cada um cumpriu o seu papel. Mas, para o meu paladar pol�tico, o presidente da Rep�blica poderia ter centralizado toda atividade de combate � pandemia, chamando governadores, chefes dos Poderes e at� a oposi��o para trabalharem juntos. At� a esta �ltima, se poderia argumentar que o v�rus n�o escolhe integrante de uma ou outra agremia��o partid�ria. Atinge a todos.


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