Pol�ticos de oposi��o destacam protestos contra Bolsonaro nas redes sociais

Senadores, deputados e vereadores de oposi��o ao governo Jair Bolsonaro registraram a manifesta��o contra o presidente neste s�bado, 19, em suas redes sociais. Alguns pol�ticos estiveram no protesto presencialmente, outros acompanharam virtualmente.

Ao contr�rio dos atos pr�-governo, os manifestantes usam m�scaras e distribuem �lcool em gel. H� pontos de distanciamento social, mas tamb�m de aglomera��o.

O senador Humberto Costa (PT-PE) registrou as manifesta��es em suas redes sociais. No entanto, como integrante da CPI da Covid, o senador decidiu n�o comparecer presencialmente nos atos. Ele pontuou que o PT, no entanto, est� apoiando os protestos. "Dirigentes est�o indo participar", disse ao Broadcast Pol�tico.

Questionado sobre o fato de a oposi��o estar dividida sobre comparecer �s manifesta��es, em raz�o da pandemia, Costa classificou o receio como natural. "Estamos na imin�ncia de uma terceira onda. Agora, ningu�m pode impedir os movimentos sociais e as pessoas de se manifestarem. A situa��o est� cr�tica por conta desse governo", afirmou o senador.

O senador Paulo Rocha (PT-PA), l�der do partido no Senado, participa das manifesta��es em Bel�m. O petista, que j� tomou as duas doses da vacina contra a covid, mostrou sua presen�a (de m�scara) em uma rede social.

O deputado federal Pedro Ucazai (PT-SC) participou da manifesta��o em Bras�lia e tamb�m registrou em suas redes sociais

O vereador Chico Alencar (PSOL-RJ), ex-deputado federal, participou do ato no Rio de Janeiro. "Nosso mandato est� presente. J� chegamos ao ato #19JForaBolsonaro, com m�scaras PFF2, �lcool e muita disposi��o pra luta. Milhares nas ruas clamando pelo #ForaBolsonaro", escreveu em sua rede social.

Bras�lia

Em Bras�lia, al�m de pedirem o impeachment de Bolsonaro e o avan�o da vacina��o, pessoas tamb�m protestam contra a proposta de Reforma Administrativa, que tramita no Congresso e � uma das apostas da equipe econ�mica do ministro da Economia, Paulo Guedes. Os manifestantes tamb�m inflaram um boneco gigante com o uniforme dos Correios, estatal que o governo Bolsonaro planeja privatizar.

Os manifestantes ocupam o gramado central da Esplanada dos Minist�rios. Com o Congresso isolado pelo policiamento, os manifestantes organizaram uma caminhada pela Esplanada at� se posicionarem diante de um carro de som estacionado no local mais pr�ximo poss�vel do Parlamento, que funciona como uma esp�cie de palanque improvisado para os discursos.

Com muitas faixas pedindo a sa�da do presidente e cobrando refor�o nos aux�lios sociais, a manifesta��o teve forte presen�a de militantes de partidos de oposi��o, especialmente PT e PSOL. "Derrotar Bolsonaro n�o � uma tarefa para amanh�, derrotar Bolsonaro � uma tarefa para hoje", afirmou o deputado distrital F�bio F�lix, do PSOL.

A organiza��o do protesto distribuiu m�scaras e �lcool gel para os participantes da manifesta��o. Embora tenha havido uma tentativa de reduzir a aglomera��o com uma esp�cie de distribui��o de setores separados por faixas de protestos, boa parte dos presentes acabou se reunindo em frente ao carro de som do evento.

No exterior

Assim como no �ltimo dia 29, protestos contra o presidente tamb�m foram registrados no exterior. Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes j� se reuniram. Segundo informou a ag�ncia de not�cias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles pediram mais vacinas e o impeachment de Bolsonaro, al�m de denunciarem a viol�ncia contra os povos ind�genas.

Durante o ato em Berlim, cruzes no ch�o lembraram os quase 500 mil mortos pela covid-19 no Brasil e as v�timas do massacre do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Al�m da cidade alem�, tamb�m j� foram registrados atos em Londres, Dublin, Viena e Zurique.

Estimativa

Os atos de hoje, dia em que o Brasil pode atingir a marca de 500 mil mortos pela covid-19, d�o continuidade ao movimento que levou milhares �s ruas no �ltimo dia 29, e iniciou uma nova fase de mobiliza��o de movimentos sociais, centrais sindicais e partidos de oposi��o. Com pr�-bolsonaristas indo a p�blico para demonstrar apoio ao chefe do Executivo, organiza��es contr�rias a Bolsonaro optaram por retomar a cartilha de protestos de ruas, mesmo com a pandemia do novo coronav�rus.

As manifesta��es devem atrair o dobro do n�mero de participantes registrado no �ltimo dia 29 de maio, quando 500 mil pessoas foram �s ruas para pedir o impeachment de Bolsonaro e mais vacinas contra a covid-19. Esta � a estimativa de um dos organizadores do movimento, o consultor em Sa�de P�blica e Meio Ambiente Roberto Ferdinand, que � integrante da coordena��o nacional e internacional da Marcha Mundial do Clima.

"Talvez o medo do coronav�rus co�ba a ida das pessoas, mas � s� por causa disso, pois a grande maioria da sociedade j� est� contra Bolsonaro", disse Ferdinand. "Podemos chegar a 1 milh�o de pessoas, mesmo com o receio da covid-19. Estamos orientando uso de m�scara triplo com filtro ou N95, distanciamento e que cada um leve seu �lcool gel individual".

Ferdinand afirma que a "Campanha Fora, Bolsonaro" vai mobilizar pessoas de pelo menos 320 cidades do Brasil, al�m de v�rios outros pontos no exterior. Outros organizadores falam em mobiliza��es em mais de 400 cidades. Mais ou menos 200 movimentos sociais integram o protesto, segundo Ferdinand, incluindo, al�m da Marcha Mundial do Clima, a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo, a Frente pela Vida, oito centrais sindicais e igrejas, tanto cat�lica quanto algumas denomina��es evang�licas.

"Vamos para a rua gritar 'Fora, Bolsonaro', 'Comida no Prato e Vacina no Bra�o', 'Tire o presidente, mas n�o tire a m�scara' e, muito importante, pelo fim da destrui��o ambiental e dos povos ind�genas", disse o consultor. "Assim como Bolsonaro faz na pandemia, com declara��es contra a m�scara, ele faz no meio ambiente. O discurso dele destr�i. N�o conseguiu mudar a lei, mas no discurso destr�i o meio ambiente, porque passa a ideia de que isso n�o � importante e incentiva desmatadores. Acusamos Bolsonaro de ser genocida e ecocida".