No centro das apura��es sobre o processo de aquisi��o das vacinas indianas Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro, o empres�rio Francisco Emerson Maximiano atua no setor farmac�utico h� mais de uma d�cada. Nome tido como pr�ximo do l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), ele � dono de empresas que tiveram contratos contestados por �rg�os de investiga��o em gest�es do MDB e do PT, al�m de uma s�rie de processos judiciais de cobran�as de d�vidas.
Maximiano era esperado hoje na CPI da Covid, mas sua defesa alegou nesta ter�a-feira, 22, que ele n�o poderia prestar depoimento porque est� em quarentena por causa de uma viagem � �ndia.
Uma das empresas de Maximiano � a Precisa, que em janeiro deste ano havia se tornado a �nica representante no Pa�s da Bharat Biotech, fabricante indiana da Covaxin. Na ocasi�o, o empres�rio brasileiro viu grande oportunidade de neg�cios e, de posse do contrato de representa��o, procurou a Associa��o Brasileira de Cl�nicas de Vacina (ABCVAC), que organizou uma comitiva ao pa�s asi�tico.
O trunfo de Maximiano, segundo um integrante da associa��o, era o fato de a Bharat se apresentar como �nica empresa no mundo disposta a vender vacinas para o setor privado - embora ela tivesse dito, no comunicado, que a prefer�ncia seria a venda para o governo federal.
Os termos da aproxima��o entre a Precisa e a Bharat ainda n�o s�o claros para a CPI. A reuni�o que selou a parceria teve presen�a, virtual, do embaixador do Brasil na �ndia, Andr� Aranha Corr�a do Lago, segundo informa��es do fabricante indiano.
A Precisa � uma empresa que Maximiano adquiriu em 2014, vendida pela Orizon - empresa do grupo Bradesco. Desde 2012, ele era s�cio de outra companhia do setor, a Global Gest�o em Sa�de. Atualmente, al�m das duas empresas, ele � s�cio de outras nove companhias, sendo quatro do ramo da sa�de.
A Global j� teve contratos com o governo federal, conforme o Estad�o publicou em fevereiro. Enquanto Ricardo Barros era ministro da Sa�de, a empresa vendeu, mas n�o entregou, rem�dios de alto custo ao minist�rio, um preju�zo estimado em R$ 20 milh�es aos cofres p�blicos. O Minist�rio P�blico Federal move uma a��o contra a empresa e, contando os danos coletivos, cobra R$ 119 milh�es da Global na Justi�a.
Em mar�o, a revista Veja publicou que a empresa tamb�m havia sido multada em R$ 2,3 milh�es pela Petrobr�s por n�o cumprir contrato de fornecimento de medicamentos para funcion�rios da estatal. O contrato havia sido assinado em 2015, durante o governo Dilma Rousseff (PT). O contrato havia sido encerrado no mesmo ano, ap�s constata��o de fraudes na execu��o do acordo.
A pr�pria Precisa tamb�m j� era investigada pelo Minist�rio P�blico Federal antes de obter o contrato com a Bharat. Ela � um dos alvos da opera��o Falso Negativo, que desde o ano passado apura a venda de testes r�pidos contra a covid-19 com valores superfaturados e qualidade inferior ao recomendado na gest�o de Ibaneis Rocha (MDB). O contrato foi de R$ 20 milh�es.
D�bitos
Em S�o Paulo, Maximiano e suas empresas s�o alvo de a��es de cobran�a por atraso no pagamento de impostos e d�vidas trabalhistas. Em uma das companhias, a Interfarm�cia, ele � cobrado por antigos s�cios que alegam que tiveram de assumir d�vidas trabalhistas que ele deixou de arcar, segundo processo no Tribunal de Justi�a. Ele tamb�m chegou a ser acionado por n�o pagamento do aluguel de uma cobertura, no bairro do Campo Belo, que contratou em parceria de um empres�rio e da modelo Marthina Brandt, Miss Brasil de 2015.
O empres�rio, entretanto, tem um padr�o low profile. N�o h� fotos dele nas redes sociais e mesmo agentes do mercado e do setor farmac�utico o desconheciam antes do contrato com a Bharat.
A reportagem esteve nesta ter�a no endere�o indicado em documentos enviados � CPI como domic�lio de Maximiano, mas n�o o encontrou. O local na verdade � a sede da Precisa Medicamentos, em Barueri, na Grande S�o Paulo. A empresa informou que ele cumpria quarentena em casa. A Precisa n�o se pronunciou. A reportagem tamb�m tentou contato com Barros, mas ele n�o atendeu �s liga��es nem retornou as mensagens. O Estad�o n�o conseguiu localizar Marthina Brandt. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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