O vice-presidente Hamilton Mour�o criticou novamente a forma como o governo federal se comunicou com a popula��o durante a pandemia do novo coronav�rus. Mour�o disse nesta quarta-feira, 23, que informar corretamente � um "princ�pio de lideran�a" e citou a distribui��o de not�cias falsas. "Tem muita coisa que circula pela internet. Umas s�o verdadeiras, outras nem tanto. Nessas horas, tem que ter uma informa��o precisa e veraz, para que as pessoas entendam o que est� acontecendo", disse em conversa com jornalistas.
O general ainda cobrou sensibilidade de integrantes do governo em rela��o ao crescente n�mero de mortes por covid-19. "Ningu�m no governo pode ficar achando: n�o, est� morrendo gente a�. N�o sou eu, n�o � meu filho, n�o � minha filha. Negativo". "Acho que, sem exce��o, todos aqui no governo perderam algu�m. Podem n�o ser da fam�lia, mas amigos pr�ximos, amigos de uma vida inteira que se foram", lamentou.
Mour�o reiterou a vis�o exposta nesta ter�a, 22, em entrevista � GloboNews, quando afirmou que o governo deveria ter realizado "campanha de esclarecimento da popula��o sobre a realidade da doen�a". Na contram�o de Mour�o, o presidente Jair Bolsonaro j� defendeu a redu��o dos investimentos em pe�as publicit�rias com informa��es sobre a pandemia. "Algu�m precisa de propaganda na televis�o sobre covid ou todo mundo sabe o que est� acontecendo?", questionou o presidente em conversa com apoiadores na sa�da do Pal�cio da Alvorada no �ltimo dia 15.
Na conversa com jornalistas de hoje, o vice-presidente evitou falar sobre as acusa��es de irregularidades nos contratos do governo para a compra da vacina Covaxin e de suposto favorecimento � empresa Precisa Medicamentos, respons�vel pela vacina indiana no Brasil.
Mour�o fez cr�ticas � CPI da Covid, que, segundo ele, n�o debate a��es do governo "extremamente importantes para mitigar os efeitos da pandemia". Mencionou os programas de aux�lio emergencial e de manuten��o do emprego. "Medidas foram tomadas para socorrer a economia, as pessoas que trabalham, as empresas que produzem e a pr�pria quest�o social, com recursos que foram colocados na m�o dos mais vulner�veis", disse.
Na avalia��o do vice, posicionamentos dele contr�rios �s ideias de Bolsonaro n�o s�o o motivo de seu isolamento dentro do governo, mas admite que existem diferen�as entre os dois. "O presidente tem uma forma de ver as coisas. Ele � o decisor. Eu tenho outra maneira de ver. N�o vou contra as decis�es do governo. Agora, algumas observa��es eu fa�o", disse.
O general afirmou que n�o precisa deixar o governo caso concorra ao Senado nas elei��es de 2022, mas n�o confirmou desejo de se tornar parlamentar. Admitiu tamb�m que sua presen�a na chapa de Bolsonaro n�o � necess�ria por n�o pertencer a um partido grande. "Com a elei��o polarizada como est� nesse momento, o presidente vai precisar de uma composi��o mais forte que a que o elegeu, que foi praticamente nenhuma em 2018. Consequentemente, algum partido daqueles que o apoiarem v�o solicitar para compor a chapa com um vice-presidente".
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