Aziz diz que Onyx soa como 'miliciano amea�ando pessoas'; ministro pode ir � CPI

Para o presidente da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), declara��es do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia da Rep�blica, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), soam como "um miliciano amea�ando as pessoas". O presidente do colegiado afirmou ainda que o ministro deve ser convocado � CPI para prestar esclarecimentos sobre caso da compra pelo governo federal de vacinas contra a covid-19 acima do pre�o anunciado, conforme revelou o Estad�o/Broadcast.

Na manh� desta quinta-feira, 24, em entrevista � r�dio CBN de S�o Paulo, Aziz refor�ou o foco da CPI na investiga��o e criticou o tom das declara��es de Onyx, na noite de ontem, sobre o caso. Para Aziz, Onyx amea�ou Miranda, que j� � considerado como uma testemunha para a comiss�o. Durante uma coletiva, Onyx se dirigiu ao colega de partido afirmando que Deus estava vendo ele "mentir deslavadamente". "Vai ter que pagar, vai ter que se ver conosco", afirmou Lorenzoni.

Em rela��o ao contrato com a empresa indiana Bharat Biotech, foi revelado que o pre�o fechado para a compra do imunizante, de US$ 15 por dose, foi 1.000% mais alto do que o estimado pela pr�pria fabricante, seis meses antes. Ainda, conforme noticiou o Estad�o/Broadcast, Miranda levou a den�ncia de um suposto esquema de corrup��o envolvendo a compra do imunizante, no dia 20 de mar�o, para o presidente Jair Bolsonaro.

Investiga��o

Ao falar � CBN, Omar Aziz tamb�m afirmou j� ter enviado ao diretor geral da Pol�cia Federal (PF) um of�cio solicitando a informa��o se o houve ou n�o algum pedido de investiga��o, por parte do governo, de irregularidades ou superfaturamento no contrato com a Covaxin. Aziz disse que deve receber uma resposta da PF ainda nesta quinta.

O contrato de compra de 20 milh�es de doses da Covaxin, no valor de R$ 1,6 bilh�o, � alvo de investiga��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF). O pre�o unit�rio da dose foi fechado em US$ 15, quando, seis meses antes, havia sido estimado em US$ 1,34. De acordo com o presidente do colegiado, a den�ncia de que, avisado, o Executivo n�o investigou o contrato, tem potencial de dar "muita dor de cabe�a" para o governo, mas o caso ainda precisa de apura��o.

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter levado a den�ncia sobre um esquema de corrup��o da Covaxin ao pr�prio presidente, h� tr�s meses. A reuni�o, de acordo com Miranda, ocorreu em mar�o, no Pal�cio da Alvorada, pouco menos de 30 dias ap�s o contrato ter sido assinado. Segundo o deputado, Jair Bolsonaro afirmou que encaminharia o caso � Pol�cia Federal. Apesar do aviso, o governo seguiu com o neg�cio

'Derrubar a Rep�blica'

Aziz relatou que seu primeiro encontro com Miranda aconteceu ap�s ele se retirar brevemente da oitiva do deputado Osmar Terra (MDB-RS), na ter�a-feira (22). Durante a conversa, que contou com a presen�a do relator da comiss�o, senador Renan Calheiros (MDB-AL), e do senador Marcos Rog�rio (DEM-RO), o deputado teria cobrado comparecer � CPI junto de seu irm�o, o chefe de importa��o do Departamento de Log�stica do Minist�rio da Sa�de, Lu�s Ricardo Fernandes Miranda, e afirmado: "Voc�s v�o convocar meu irm�o? Tem que me convocar que eu tenho muito pra fazer, vou derrubar essa Rep�blica".