O Brasil poderia ter evitado at� 400 mil mortes por covid-19 se tivesse adotado medidas necess�rias para conter o avan�o da doen�a, conforme estudos apresentados nesta quinta-feira, 24, na Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid. Os senadores convidaram dois especialistas para comentar os n�meros do novo coronav�rus e subsidiar a investiga��o, que p�e o governo do presidente Jair Bolsonaro no foco da apura��o.
O epidemiologista e professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Pedro Hallal, que coordena um centro de estudos do quadro da doen�a no Brasil, apresentou dados afirmando que quatro de cada cinco mortes pelo novo coronav�rus Brasil est�o em "excesso", ou seja, poderiam ter sido evitadas se o Pa�s seguisse as pol�ticas adotadas na m�dia em outros pa�ses.
Hallal citou que o Brasil tem 2,7% da popula��o mundial, mas apresenta 12,9% das mortes por covid-19 no mundo. "Ontem, uma de cada tr�s pessoas que morreram por covid no Brasil foi no Brasil", disse o pesquisador no in�cio do depoimento. "Pod�amos ter salvo 400 mil vidas no Brasil apenas se estiv�ssemos na m�dia mundial."
Outro estudo apresentado na CPI - pela diretora-executiva da Anistia Internacional e coordenadora do movimento Alerta, Jurema Werneck - indica que a pandemia de covid-19 provocou 305 mil mortes acima do esperado no Brasil em um ano. O c�lculo leva em conta os dados hist�ricos de mortalidade no Pa�s.
A especialista apontou redu��o relativa de 40% na transmiss�o se medidas mais restritivas, como isolamento social e prepara��o do sistema de sa�de, tivessem sido implementadas.
"Se tiv�ssemos agido como era preciso, a gente podia ainda no primeiro ano de pandemia ter salvo 120 mil vidas", disse Weneck durante a audi�ncia na CPI. "Poder�amos ter salvo pessoas se a pol�tica de controle de medidas n�o farmacol�gicas tivesse sido aplicada".
Tropa de choque enfrenta o tema Covaxin
O presidente Jair Bolsonaro acionou o ex-ministro da Sa�de Eduardo Pazuello ap�s ter sido avisado sobre um suposto esquema de corrup��o na compra da vacina indiana Covaxin, em mar�o deste ano, disse o senador Jorginho Mello (PL-SC), aliado do Planalto.
O Pal�cio do Planalto muniu a tropa de choque na CPI da Covid com argumentos e documentos para se defender das suspeitas na compra da vacina indiana Covaxin. Na manh� desta quinta-feira, antes da sess�o da comiss�o, senadores governistas se reuniram com assessores de Bolsonaro para tra�ar a estrat�gia de defesa.
O governo sustenta que n�o houve a compra de 20 milh�es da Covaxin e nenhum pagamento foi realizado, apesar de o pr�prio Minist�rio da Sa�de ter informado o contrato.
"O ministro Onyx (Lorenzoni disse) que quando esse deputado esteve falando de assuntos, falando n�o sei mais o que, o presidente falou imediatamente com o ministro Pazuello para pedir '�, v� um assunto a� da Covaxin' e o ministro foi ver, viu, e como n�o tinha nada depois de tr�s meses eles est�o requentando o assunto", disse o senador em entrevista coletiva no Senado.
Seguran�a
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), pediu provid�ncias para a seguran�a do empres�rio Francisco Maximiano, s�cio da Precisa Medicamentos. Ele intermediou a compra da vacina Covaxin pelo governo. Renan comparou o risco a Adriano da N�brega, morto em 9 de fevereiro ap�s ser investigado no esquema de "rachadinha" no gabinete de Fl�vio Bolsonaro. "Essa testemunha � importante como era o Adriano da N�brega. Precisamos garantir a seguran�a dele", disse o relator.
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