Integrantes da CPI da Covid no Senado v�o investigar a eleva��o do pre�o das doses da vacina Covaxin nas negocia��es entre o Minist�rio da Sa�de e as empresas Bharat Biotech e Precisa Medicamentos. A Bharat � a fabricante indiana do imunizante e a Precisa atuou como intermedi�ria brasileira na negocia��o.
Conforme revelou o Estad�o, documento do Minist�rio da Sa�de informava que o valor da dose era US$ 10 por unidade, de acordo com reuni�o realizada em 20 de novembro entre representantes do governo e das empresas. Por�m, o pre�o fechado no contrato foi de US$ 15, um porcentual 50% maior. O valor global do contrato, de R$ 1,614 bilh�o (j� convertida a moeda), saiu R$ 534 milh�es mais caro do que o pre�o original.
"N�s vamos ter que investigar quem pediu para botar cinco d�lares a mais nessa. Essa � uma den�ncia muito s�ria, ser�ssima. A CPI tem que investigar a fundo quem � que est� tirando essas vantagens. Com certeza n�o � s� o cara da Precisa", disse o presidente da comiss�o, Omar Aziz, ao Estad�o.
Nesta semana, a CPI agendou depoimentos de pessoas envolvidas nas negocia��es, como o ex-diretor de Log�stica do Minist�rio da Sa�de, Roberto Dias, e a servidora da pasta Regina C�lia de Oliveira, apontada pelo deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e pelo irm�o dele, o tamb�m servidor da pasta Luis Ricardo Miranda, como respons�vel por autorizar a importa��o das vacinas.
"A pressa em fazer a compra da vacina Covaxin, porque tinha essas vantagens, n�o era a mesma com a Pfizer, porque n�o tinha essas vantagens", afirmou Omar Aziz.
O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que a CPI requisitar� o acesso aos documentos revelados pelo Estad�o. "Essa informa��o fortalece os ind�cios de corrup��o que avaliamos que existem no caso Covaxin/Precisa", disse Randolfe. "Mais um ind�cio de sobrepre�o na compra de vacina. N�o fa�o prejulgamentos nem para condenar, nem para absolver. Agora, den�ncia de roubo em vacina n�o � algo que se possa deixar de investigar", completou o vice-presidente da C�mara, Marcelo Ramos (PL-AM).
'Cronologia'
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) ressaltou que ainda existem fatos que precisam ser esclarecidos bem como toda a rede de pessoas envolvidas. Ele destacou que a Covaxin alterou o pre�o de comercializa��o da vacina no mercado internacional e chegou a informar ao Minist�rio da Sa�de, mas a mudan�a s� foi feita ap�s assinatura de contrato com o Minist�rio da Sa�de. "O que chama a aten��o � a cronologia", comentou.
A senadora Simone Tebet, que tem participado dos depoimentos da CPI da Covid-19, disse que a informa��o da eleva��o do pre�o � grave. "Os elementos probat�rios s� crescem. O aumento do pre�o da dose da Covaxin no meio da transa��o � um forte ind�cio de esquema fraudulento, superfaturado, da tentativa de compra dessa vacina desconhecida', disse a senadora ao Broadcast/Estad�o. "O aumento faz parte dos esquemas de propina", afirmou.
A Precisa Medicamentos havia informado que desconhecia "a exist�ncia" do documento do Minist�rio da Sa�de em que foi registrado o custo de US$ 10 por dose da Covaxin. A empresa negou que tenha havido oferta nesse valor e disse em nota que "tentou obter junto ao fabricante a redu��o do pre�o, mas isso n�o foi poss�vel". Disse ainda que "o Brasil conseguiu o menor pre�o p�blico internacional praticado pela Bharat Biotech em todo mundo."
O Minist�rio da Sa�de e a Bharat Biotech n�o haviam se manifestado sobre o assunto. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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POL�TICA
CPI vai investigar aumento de pre�o da dose da Covaxin
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