O ministro Lu�s Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a argumentar contra a implementa��o do voto impresso no Pa�s, tema que virou bandeira do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Barroso apresentou como argumento contra o sistema a log�stica envolvendo o transporte dos votos "no Pa�s do roubo de carga", al�m da dificuldade de implementa��o da modalidade. Citou tamb�m o risco de judicializa��o devido a poss�veis diverg�ncias em uma recontagem. Para Barroso, o voto impresso n�o � mecanismo a mais de auditoria, "ele � um risco para o processo eleitoral".
"Qual a raz�o pela qual o TSE tem se empenhado contrariamente ao voto impresso? � que n�s vamos ter que transportar 150 milh�es de votos no Pa�s do roubo de carga, da mil�cia, do Comando Vermelho, do PCC, do Amigos do Norte, j� h� a� um primeiro problema", argumentou.
Barroso, que destacou a seguran�a das urnas eletr�nicas, tamb�m refor�ou que o sistema com voto impresso s� presta para recontagem manual, o que, segundo ele, seria um "terror". "Se o candidato a presidente da Rep�blica pedir recontagem, n�s vamos ter 150 milh�es de votos contados manualmente, aquelas mesas apuradoras que faziam o terror da vida brasileira antes das urnas eletr�nicas", disse.
Para o ministro, a �nica forma de implementar o sistema seria atrav�s de mecanismo de contagem autom�tica, coisa que, segundo ele, j� n�o � mais poss�vel fazer a tempo para a pr�xima elei��o. E mesmo com esse sistema, Barroso afirma ser um paradoxo implementar o passo extra de verifica��o. "O voto impresso seria imprimido pela mesma urna que estaria sob suspeita, portanto, se fraudar o eletr�nico, frauda o impresso. Vamos gastar R$ 2 bilh�es de reais, criamos um inferno administrativo para essa licita��o, com o risco de fraude, e pior, quebra de sigilo", afirmou.
O presidente do TSE tamb�m apontou como um dos riscos da implementa��o do sistema a judicializa��o das elei��es. "A contagem manual vai dar diferen�a em rela��o � contagem eletr�nica. At� caixa de banco ou caixa de empresa no final do dia voc� tem que fazer uma reconcilia��o, e a� v�o pedir anula��o de urna para dizer que deu defasagem, deu desencontro, nesse Pa�s em que se judicializa tudo, vai se judicializar tamb�m a elei��o", concluiu o ministro.
Em meio aos esc�ndalos do governo envolvendo a compra de vacinas, o presidente Bolsonaro, de olho nas elei��es de 2022, tem colocado em xeque a seguran�a das urnas eletr�nicas. Para o chefe do Executivo, haveria uma articula��o dentro do STF para colocar o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT), de volta ao poder por meio de fraude.
Sem apresentar provas, Bolsonaro tem feito a afirma��o contra a seguran�a do processo eleitoral para seus apoiadores. Em uma de suas conversas com seus eleitores, na sa�da do Pal�cio da Alvorada, Bolsonaro chegou a sugerir que far� uma live com hackers demonstrando as poss�veis fragilidades do sistema.
Barroso tamb�m argumentou contra a possibilidade de um hacker prejudicar o sistema eleitoral. "As urnas n�o entram em rede", afirmou o ministro. "As pessoas dizem: 'mas atacam a Nasa, atacam o FBI, atacam o Pent�gono, porque n�o v�o atacar o TSE?'. At� atacam, mas mesmo que ataquem o TSE, mesmo que derrubem o sistema do TSE - o que nunca aconteceu - as urnas n�o entram em rede, e, portanto, n�o h� como fraudar o resultado eleitoral", pontuou.
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