
Entrar em forma n�o � f�cil. Mas depois de todo esse trabalho �rduo, por quanto tempo podemos manter esses resultados?
A verdade � que mesmo depois de dedicar um enorme esfor�o ao treinamento, dar um tempo na rotina de exerc�cios pode significar ficar fora de forma muito mais r�pido do que o tempo que levamos para entrar em forma.
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Para entender como podemos perder o que ganhamos com tanta facilidade, primeiro precisamos compreender como conseguimos entrar em forma.
O segredo para isso — seja melhorar o condicionamento cardiovascular ou a for�a muscular — � exceder a "carga habitual".Isso significa fazer mais do que o nosso corpo est� acostumado.
O esfor�o que isto implica faz com que o corpo se adapte � exig�ncia e fique mais tolerante, levando a n�veis mais elevados de resist�ncia f�sica.
Agora, o tempo que leva para algu�m entrar em forma depende de v�rios fatores, incluindo o n�vel de condicionamento f�sico da pessoa, a idade, o qu�o duro ela treina e at� mesmo o ambiente em que se exercita — o calor e a polui��o podem afetar a resposta fisiol�gica ao exerc�cio, por exemplo.
Mas alguns estudos sugerem que apenas seis sess�es de treinamento intervalado podem aumentar o consumo m�ximo de oxig�nio (VO2 max), uma medida do condicionamento f�sico geral, e melhorar a efici�ncia com que nosso corpo � capaz de se abastecer, usando o a��car armazenado em nossas c�lulas durante o exerc�cio.

No caso do treinamento de for�a, � poss�vel observar um aumento na for�a muscular em apenas duas semanas, mas as mudan�as no tamanho dos m�sculos n�o ser�o vistas at� de oito a 12 semanas.
Capacidade cardiovascular
Quando paramos de treinar, a rapidez com que perdemos a forma tamb�m depende de muitos fatores, incluindo o tipo de condicionamento de que estamos falando (como for�a ou condicionamento cardiovascular).
Vejamos o caso de um corredor de maratona, por exemplo, que est� no auge da sua forma atl�tica e pode correr uma maratona em duas horas e 30 minutos.
Esta pessoa passa de cinco a seis dias por semana treinando, correndo um total de 90 km.
Al�m disso, passou os �ltimos 15 anos de sua vida desenvolvendo esse n�vel de prepara��o f�sica.
Agora, digamos que ela pare de treinar completamente. Como o corpo n�o tem mais a press�o do treinamento for�ando-o a permanecer em forma, o maratonista vai come�ar a perder a forma em algumas semanas.
A capacidade cardiorrespirat�ria — indicada pelo VO2 m�ximo de uma pessoa (a capacidade m�xima de oxig�nio que algu�m pode usar durante o exerc�cio) — diminuir� cerca de 10% nas primeiras quatro semanas ap�s a pessoa parar de treinar.
Esta taxa vai continuar caindo, num ritmo mais lento durante per�odos mais longos.

Curiosamente, embora os atletas de alto rendimento (como, por exemplo, o maratonista) tenham um decl�nio acentuado no VO2 m�ximo nas primeiras quatro semanas, essa queda acaba se estabilizando e eles conseguem manter um VO2 mais alto do que a m�dia.
Mas no caso das pessoas comuns que deixam de se exercitar, o VO2 m�ximo cai drasticamente, de volta aos n�veis pr�-treinamento, em menos de oito semanas.
A raz�o pela qual o VO2 m�ximo diminui se deve �s redu��es nos volumes de sangue e plasma, que diminuem em at� 12% nas primeiras quatro semanas ap�s a pessoa parar de treinar.
E os volumes de plasma e sangue caem devido � falta de press�o exercida sobre o cora��o e os m�sculos.
O volume de plasma pode diminuir em at� cerca de 5% nas primeiras 48 horas ap�s a interrup��o do treinamento.
O efeito da diminui��o dos volumes de sangue e plasma � que haver� menos sangue sendo bombeado pelo corpo a cada batimento card�aco. Mas esses n�veis caem apenas at� o ponto de partida — o que significa que n�o v�o piorar.

Claro, a maioria de n�s n�o � maratonista, mas tampouco est� imune a esses efeitos.
No momento em que deixamos de nos exercitar, o corpo come�ar� a perder essas adapta��es cardiovasculares a um ritmo muito semelhante ao dos atletas de alto rendimento.
Treinamento de for�a
Quando se trata de for�a, as evid�ncias mostram que, em m�dia, 12 semanas sem treinar causam uma diminui��o significativa na quantidade de peso que somos capazes de levantar.
Felizmente, pesquisas sugerem que voc� mant�m um pouco da for�a que ganhou antes de parar de se exercitar.
O que � intrigante � que, apesar da diminui��o significativa da for�a, h� apenas uma redu��o m�nima no tamanho das fibras musculares.
A raz�o pela qual perdemos for�a muscular tem a ver, em grande parte, com o fato de que n�o estamos mais colocando nossos m�sculos sob press�o.
Por isso, quando n�o estamos mais trabalhando nossos m�sculos com for�a, eles se tornam "pregui�osos", fazendo com que o n�mero de fibras musculares diminua, e menos m�sculos sejam recrutados durante uma atividade.
E isto faz com que sejamos menos capazes de levantar o peso que costum�vamos levantar.

O n�mero de fibras musculares usadas durante o exerc�cio diminui em cerca de 13% ap�s apenas duas semanas sem treinamento — embora isso pare�a n�o ser acompanhado por um decl�nio na for�a muscular.
Isso sugere que as perdas observadas durante os per�odos mais longos sem exerc�cio s�o uma combina��o desta diminui��o inicial na quantidade de fibras musculares que usamos, mas tamb�m do decl�nio mais lento na massa muscular.
O frequentador ass�duo de academia m�dio que levanta pesos sentir� uma diminui��o no tamanho de seus m�sculos e, com o tempo, achar� mais dif�cil levantar cargas pesadas, j� que ter� menos fibras musculares sendo recrutadas.
Por isso, mesmo depois de todo esfor�o para entrar em forma, come�amos a perder condicionamento cardiovascular e for�a dentro de 48 horas ap�s a interrup��o do exerc�cio.
Mas n�o come�amos a sentir estes efeitos por pelo menos duas a tr�s semanas no que se refere ao aspecto cardiovascular, e de cerca de seis a 10 semanas no caso da for�a muscular.
As taxas de "destreinamento" s�o semelhantes para homens e mulheres, e at� mesmo para atletas mais velhos.
Mas quanto mais em forma voc� estiver, mais devagar perder� o que ganhou.
* Dan Gordon � professor associado de fisiologia na Universidade Anglia Ruskin, no Reino Unido.
Justin Roberts � professor associado de sa�de e nutri��o f�sica na mesma universidade.
Este artigo foi publicado originalmente no site de not�cias acad�micas The Conversation e republicado aqui sob uma licen�a Creative Commons. Leia aqui a vers�o original (em ingl�s).
Leia a vers�o original desta reportagem (em ingl�s) no site BBC Future.
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