Sob press�o da CPI da Covid no Senado, do inqu�rito do qual � alvo por prevarica��o, da queda de popularidade e do crescimento dos atos de rua que pedem seu impeachment, o presidente Jair Bolsonaro subiu ontem o
tom das cr�ticas ao atual sistema de urna eletr�nica e fez novas amea�as.
"Ou fazemos elei��es limpas no Brasil ou n�o temos elei��es", disse ele a apoiadores, em frente ao Pal�cio da Alvorada. A afirma��o do presidente foi feita diante da perspectiva de ver sua bandeira do voto impresso derrotada no Congresso.
O aumento da escalada de cr�ticas e acusa��es de Bolsonaro � urna eletr�nica, sem apresentar provas, ocorre num momento de queda de popularidade e desgaste do governo diante das den�ncias de corrup��o na CPI da Covid. Al�m disso, manifesta��es de rua est�o mais frequentes. No s�bado passado houve protestos em todas as capitais e novos atos est�o sendo convocados. O MBL e o Vem Pra Rua, dois dos grupos que lideraram as manifesta��es pelo impeachment da ent�o presidente Dilma Rousseff, marcaram ato para o dia 12 de setembro.
Na �ltima ter�a-feira, tamb�m em conversa com eleitores, o presidente havia dito, mais uma vez, que o voto no Brasil � fraud�vel. "Se n�o tiver o voto impresso, n�o interessa mais o voto de ningu�m", afirmou. Em transmiss�o ao vivo nas redes sociais, h� uma semana, Bolsonaro disse que, se for derrotado nas elei��es de 2022, s� entregar� a faixa presidencial se o seu advers�rio tiver vencido de "forma limpa", termo usado novamente por ele ontem.
Dias depois, Bolsonaro acusou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lu�s Roberto Barroso, de fazer articula��es no Congresso contra a aprova��o da emenda que permite o voto impresso - chamado por ele de "voto audit�vel" - nas elei��es de 2022. A vota��o da proposta na Comiss�o Especial da C�mara, que analisa o assunto, estava prevista para ontem, mas foi adiada para o pr�ximo dia 15. "N�o podem botar em vota��o (agora) porque v�o perder, por causa da interfer�ncia do ministro Barroso. Um p�ssimo ministro", criticou.
"A democracia est� amea�ada por alguns de toga, que perderam a no��o de at� onde v�o seus direitos, seus deveres", disse o presidente, em entrevista � R�dio Gua�ba. A Secretaria de Comunica��o do TSE informou que Barroso est� em um compromisso acad�mico fora do Brasil "e pediu para n�o ser incomodado com mentiras e miudezas".
Em campanha � reelei��o, Bolsonaro tem dito que, se o voto impresso n�o for aprovado, pode haver uma "convuls�o social" no Brasil porque "no tapet�o n�o v�o levar". Na pr�tica, ele criou um discurso preventivo para justificar uma eventual derrota nas urnas. As �ltimas pesquisas t�m mostrado que, se as elei��es fossem hoje, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva venceria Bolsonaro.
Dois institutos diferentes apontaram ontem que o �ndice de reprova��o de Bolsonaro � o maior desde a posse, al�m da diminui��o de sua aprova��o. Pesquisa XP/Ipesp tamb�m indicou que 52% dos entrevistados consideram a administra��o como ruim ou p�ssima. Em outubro, eram 31%. Os que classificam o governo como bom ou �timo ca�ram de 39% a 25%.
Segundo o Datafolha, 51% avaliam o governo como ruim ou p�ssimo, 6 pontos porcentuais a mais do que o �ltimo levantamento, em maio. Aqueles que veem a gest�o como regular somam 24% da popula��o, 6 pontos a menos do que h� dois meses. J� os que avaliam como bom ou �timo s�o 24%, �ndice est�vel desde o levantamento passado.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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