Titulares do "time sub-30" da C�mara, jovens deputados t�m negociado seus passes com partidos como PSL, Cidadania, MDB, PSDB, Progressistas, PSD e Podemos. Destaques no plen�rio e nas redes sociais, parlamentares como Tabata Amaral (PDT-SP), Felipe Rigoni (PSB-ES), Kim Kataguiri (DEM-SP), Enrico Misasi (PV-SP) e Luisa Canziani (PTB-PR) est�o na mira de legendas que querem renovar seus quadros e ganhar uma cara mais jovem e moderna para as elei��es de 2022.
A maioria dos 14 deputados com at� 30 anos recebeu convites para "pular a cerca" partid�ria. Nem todos pretendem deixar suas atuais legendas, mas negociam mais liberdade e espa�o nas decis�es que, em geral, s�o tomadas por "caciques" das siglas. Enquanto alguns buscam "novos desafios" por causa de diverg�ncias internas, outros est�o mesmo atr�s da sobreviv�ncia pol�tica, j� que o fim das coliga��es e o fantasma da cl�usula de barreira v�o dificultar a vida dos partidos menores nas elei��es de 2022.
Rigoni � um dos assediados por v�rios partidos, mas ainda n�o decidiu se vai para o DEM ou PSDB. Eleito em 2018 para seu primeiro mandato, ele ganhou voz nas principais discuss�es da C�mara, principalmente as relacionadas � educa��o.
Em abril, o Tribunal Superior Eleitoral assegurou a Rigoni o direito de mudar de legenda sem correr o risco de perder seu mandato. "N�o quero mais fazer parte de um partido e ficar deslocado. No pr�ximo, vou querer participar das decis�es, construir junto. Fundo partid�rio � menos importante pra mim. Estou procurando quem est� topando a terceira via",disse.
Tabata Amaral, que rompeu com o PDT ap�s votar a favor da Reforma da Previd�ncia, tamb�m garantiu no TSE o direito de mudar de legenda sem perder o mandato. Outra ativista da �rea de educa��o, � assediada por diversos partidos.
O Cidadania, por exemplo, extinguiu a regra que obriga um parlamentar a votar conforme orienta��o da legenda. Foi uma mudan�a sob medida para atrair Tabata. A deputada, por�m, est� mais pr�xima do PSB, partido de seu namorado Jo�o Campos, ex-deputado e atual prefeito do Recife (PE).
Quem n�o buscou a Justi�a, ter� de esperar at� mar�o de 2022, quando se abre a pr�xima "janela partid�ria" - per�odo de seis meses que antecede a elei��o e no qual deputados podem trocar de legenda, sem correr o risco de perder o mandato. Mas l�deres mais experientes admitem, nos bastidores, que a decis�o do TSE sobre Rigoni e Tabata rasgou n�o apenas a fidelidade partid�ria como um dos pilares das legendas: o chamado "fechamento de quest�o", quando a sigla decide um posicionamento conjunto a ser seguido por todos os parlamentares.
Rebeldes
Muitos desses deputados "sub-30" se destacam por posicionamentos mais ao centro e por votarem contra a orienta��o de seus partidos em temas caros para as siglas tradicionais. � o caso de Kim Kataguiri, ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), que contrariou os interesses da sigla ao votar contra a reda��o final da medida provis�ria de privatiza��o da Eletrobr�s e � Lei dos Partidos.
Enquanto o DEM se mant�m pr�ximo ao presidente Jair Bolsonaro, Kim � um cr�tico contumaz do atual governo. O deputado n�o quis comentar os convites que tem recebido, mas o Estad�o/Broadcast apurou que o PSL foi um dos que sondaram o parlamentar.
Pr�xima do presidente da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), a deputada Luisa Canziani (PTB-PR) tamb�m deve deixar a sigla em breve. "O PTB virou uma seita", disse ela, referindo-se aos posicionamentos da legenda presidida pelo ex-deputado Roberto Jefferson, fiel a Bolsonaro. Luisa tamb�m recebeu convites do PP e do PSD, mas ainda n�o decidiu seu novo destino.
Outros parlamentares mais jovens t�m resistido ao ass�dio e garantem que v�o se manter onde est�o. Aos 26 anos, Emanuel Pinheiro (PTB-MT) disse ter recebido convite de ao menos cinco legendas, mas garante n�o ter a inten��o de deixar a sigla. "Trabalho para fortalecer o PTB", afirmou.
L�der da bancada do PV na C�mara, Enrico Misasi reconhece o ass�dio sobre ele e outros jovens parlamentares, mas n�o pretende migrar: "Perceberam que tem um pessoal da renova��o pol�tica, que entrou para fazer pol�tica a s�rio e para construir pol�tica p�blica, n�o para colocar fogo no parquinho".
Renova��o
Dirigentes de partidos admitem a busca por nomes jovens e de destaque na pol�tica para a renova��o de seus quadros nas elei��es de 2022. Alguns oferecem fatias generosas do fundo eleitoral e tempo de TV para campanhas. Outros prometem autonomia dentro das agremia��es. A presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), por exemplo, confirma ter convidado alguns desses parlamentares: "Buscamos os oriundos de movimentos (de renova��o pol�tica), que n�o ficam na aba de governo nenhum".
Por tr�s da sondagem aos parlamentares mais jovens est� uma tentativa de renova��o de imagem e at� de sobreviv�ncia dos partidos tradicionais, disse o cientista pol�tico do Instituto Travessia, Bruno Soller. "Deputados jovens ajudam a suavizar a imagem dos partidos e a eleger outros parlamentares nos Estados", afirmou. J� os assediados, disse o cientista pol�tico, especialmente quem rompeu com a sigla original, tamb�m precisa de novas legendas para garantir a reelei��o. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
POL�TICA