Para apoiadores, Moro n�o definiu ainda se est� disposto a se lan�ar como candidato ao Planalto. Mas, segundo o senador Oriovisto Guimar�es (Podemos-PR), de quem � pr�ximo politicamente, ele tamb�m n�o descartou a possibilidade de participar da disputa. O prazo para essa decis�o seria em outubro, j� com o cen�rio pol�tico um pouco mais definido.
"Temos um di�logo excelente com Moro", conta o senador Oriovisto. "Ele j� nos disse que, se resolver entrar na pol�tica, vai se filiar ao Podemos. Fizemos algumas reuni�es e estamos insistindo nisso com ele. Moro ainda n�o aceitou ser candidato a presidente, mas tamb�m n�o disse n�o. Ele est� pedindo tempo para pensar. E a hora de fazer campanha para que ele aceite � agora", diz.
A mobiliza��o pr�-Moro j� discute a organiza��o de eventos para impulsionar seu nome, como jantares de empres�rios que est�o sendo marcados para atrair a ades�o ao movimento. Outros partidos tamb�m est�o sendo contatados sobre um eventual projeto em torno da candidatura de Moro para garantir musculatura pol�tica a uma poss�vel campanha presidencial.
Vereador do Novo em S�o Paulo, Fernando Holiday tamb�m viu de forma positiva a possibilidade de o ex-ministro entrar na corrida presidencial. "O brasileiro tem a esperan�a de que Moro saia candidato em 2022. Moro � centrado, possui carreira ilibada e tem coragem de enfrentar a m�quina corrupta que destr�i o Pa�s", afirmou o pol�tico.
Oriovisto Guimar�es diz que o quadro pol�tico atual criou um "v�cuo pol�tico" onde Moro poderia se transformar numa alternativa eleitoral expressiva.
"O Brasil est� vivendo uma pol�tica bipolar. � uma coisa absurda. Hoje, a op��o est� entre a corrup��o de esquerda e a corrup��o de direita. S�o duas corrup��es com cores ideol�gicas diferentes. Mas s�o governos igualmente corruptos. Um est� envolvido com rachadinhas, com neg�cio de vacina, Queiroz. Do Lula n�o precisa nem falar. Depois do mensal�o e do petrol�o, n�o precisa falar de corrup��o do PT mais. N�o � poss�vel que o Brasil se resuma a essas duas op��es", diz o senador paranaense.
Sua avalia��o � de que h� um crescente desembarque de eleitores de Bolsonaro que est�o desiludidos com o desempenho de seu governo e com as den�ncias de irregularidades. "Vivemos numa democracia e queremos continuar vivendo numa democracia. Ent�o, temos que entender e admitir que � leg�timo que quem queira eleger o Lula, lute por ele. � leg�timo que quem queira reeleger o Bolsonaro, lute por ele. N�o podemos ser intolerantes com ningu�m. Mas tamb�m n�o queremos que ningu�m seja intolerante conosco. Porque n�o queremos nem um, nem outro. Queremos uma terceira via. Queremos algu�m que materialize, que encarne civilidade, democracia, cultura, �tica, preparo, respeito � liturgia do cargo. Bolsonaro n�o tem nada disso."
Apesar do entusiasmo de seus apoiadores, a constru��o da candidatura de Moro n�o � t�o simples assim. Depois que o Supremo Tribunal Federal anulou as decis�es que condenaram o ex-presidente Lula e consideraram o ex-juiz parcial, houve ineg�vel perda de capital pol�tico e desgaste de imagem. Al�m disso, sua turbulenta passagem pelo governo Bolsonaro tamb�m contribuiu para enfraquecer seu nome como op��o na constru��o de uma terceira via.
At� poucos meses atr�s, Moro participava regularmente de conversas com outros integrantes do chamado grupo de centro, como os governadores Jo�o Doria e Eduardo Leite, o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta e Jo�o Amo�do, do Novo. Aos poucos, o grupo foi se desarticulando e as conversas em torno de uma candidatura comum praticamente acabaram. Com o julgamento do Supremo ainda recente, Moro preferiu assumir um papel mais discreto. Mas com o r�pido derretimento pol�tico de Bolsonaro, a press�o para que se lance como candidato recome�ou.