
O assunto fake news sempre esteve presente nas sess�es da comiss�o. Senadores de oposi��o e independentes, que integram a ala majorit�ria, j� falavam sobre o “gabinete do �dio” enquanto apurava-se a exist�ncia de um grupo negacionista de assessoramento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamado pela CPI de “gabinete paralelo”. O grupo alimentava o mandat�rio com informa��es negacionistas sobre a COVID-19, como o uso de medicamentos sem efic�cia comprovada contra a doen�a respirat�ria.
Al�m dessa vertente, a CPI tamb�m j� se debru�ou nas apura��es sobre a organiza��o e as omiss�es do governo durante a pandemia. No meio do caminho, surgiram informa��es sobre suspeita de irregularidades na compra de vacinas, que se tornou a principal linha de investiga��o. Agora, a ideia � abrir uma frente contra as not�cias falsas.
O tema voltou a ganhar for�a, em especial, na �ltima semana, e foi refor�ado durante o �ltimo depoimento antes do recesso, do representante da empresa americana Davati Medical Supply no Brasil, Cristiano Carvalho. A companhia ganhou os holofotes depois que o cabo da Pol�cia Militar Luiz Paulo Dominghetti, apontado como vendedor aut�nomo de vacinas, disse que ao tentar vender 400 milh�es de doses do imunizante da farmac�utica AstraZeneca ao Minist�rio da Sa�de recebeu pedido de propina de US$ 1 a dose. Cristiano contou que teve uma reuni�o com parte do alto escal�o do Minist�rio da Sa�de ap�s articula��o do tenente-coronel da reserva H�lcio Bruno de Almeida, presidente da organiza��o de extrema-direita Instituto For�a Brasil.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), confirmou ao Correio Braziliense/Di�rios Associados que o grupo e o financiamento e divulga��o de not�cias falsas devem se tornar uma nova frente de trabalhos. O vice-presidente do colegiado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), concorda. “O Instituto For�a Brasil � um personagem novo. Ele nos leva � CPMI das Fake News. Pelo que vimos, esse instituto financia sites negacionistas em rela��o � pandemia. Uma s�rie de requerimentos que pretendemos aprovar � em rela��o a isso”, aponta.
Um dos integrantes mais atuantes da comiss�o, Humberto Costa (PT-PE), ressalta que � preciso aprofundar a apura��o relativa � desinforma��o. Nessa linha de apura��o, o colegiado pretende buscar apoio, durante o recesso das equipes que estavam assessorando a Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) das Fake News. A CPI da COVID aprovou, na �ltima semana, requerimento para colabora��o da equipe t�cnica da CPMI.
Financiamento
O vice-presidente do comit� que investiga a atua��o do governo na pandemia diz que � importante n�o s� combater as fake news, como tamb�m identificar v�nculos de financiamento que os principais sites de desinforma��o tiveram, por parte do governo, por parte de empresas que se beneficiaram com a venda de medicamentos sem efic�cia no combare � COVID-19. A CPI, que tinha previs�o inicial de terminar em 90 dias, acabaria em agosto, mas foi renovada por igual per�odo e segue at� novembro, com potencial de desgaste ainda maior para o presidente Bolsonaro.
Al�m da nova frente sobre o Instituto For�a Brasil e o financiamento e dissemina��o de not�cias falsas, outros temas podem surgir com a an�lise de documentos que a comiss�o j� reuniu desde 27 de abril. Apesar de n�o haver agenda elaborada do colegiado, est� na lista para depor aos senadores o dono da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiniano. A empresa � representante do laborat�rio Bharat Biotech no Brasil, que � alvo da CPI no caso Covaxin.
Os senadores falam em reconvocar o ex-secret�rio-executivo da Sa�de, coronel Elcio Franco. A senadora Simone Tebet (MDB-MT), que apesar de n�o ser membro da comiss�o, tem atuado de forma significativa, destaca que o recesso vai ajudar. “Precis�vamos desse recesso. Documentos v�o trazer novos elementos”, afirma