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Estado de Minas TERCEIRA VIA

PSD: Kassab quer Pacheco na corrida ao Planalto e Kalil disputando MG

L�der nacional dos pessedistas, ex-prefeito de S�o Paulo aposta em presidente do Senado por pacifica��o nacional; paralelamente, palanques locais tomam forma


21/07/2021 04:00 - atualizado 21/07/2021 16:28

Presidente nacional do PSD e ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab quer Rodrigo Pacheco na disputa pela presidência da República (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Presidente nacional do PSD e ex-prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab quer Rodrigo Pacheco na disputa pela presid�ncia da Rep�blica (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O presidente nacional do Partido Social Democr�tico (PSD), Gilberto Kassab, � enf�tico ao afirmar que a legenda ter� candidato pr�prio � presid�ncia da Rep�blica. Ele adota tom igualmente assertivo ao dizer que, � mesa, s� h� uma possibilidade: a filia��o do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para participar da corrida ao Planalto.

Ex-prefeito de S�o Paulo e experimentado na vida p�blica, Kassab � otimista quando trata da chegada do parlamentar aos quadros da agremia��o.

"S� h� o Rodrigo Pacheco� o nosso plano A, plano B e plano C. Sou muito intuitivo. N�o trabalho com esse cen�rio (recusa de Pacheco em disputar o Planalto). Acho que o Rodrigo vai aceitar, sim, e ser� o nosso candidato", assinala, em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.



Pacheco ainda n�o respondeu ao convite do PSD. Kassab acredita que o senador est� correto – por causa, sobretudo, das responsabilidades atribu�das ao chefe do poder Legislativo.

Apesar disso, deposita muita esperan�a em um desfecho positivo. Os palanques regionais, na vis�o dele, t�m capacidade de dar sustenta��o � campanha nacional.

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, � visto pelo l�der pessedista como fundamental para dar for�a � chapa em torno do senador. Ele acredita na participa��o do chefe do poder Executivo municipal belo-horizontino na disputa com Romeu Zema (Novo). "Ser� nosso candidato ao governo se quiser – e tudo leva a crer que vai querer ser".

A polariza��o entre o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) n�o assusta Kassab, que cr� que os l�deres dos �ltimos levantamentos de inten��o de voto tentam descredibilizar eventual terceira via por receio de perda de votos.

Ele tamb�m n�o teme outras poss�veis candidaturas de centro, como a de Luiz Henrique Mandetta (DEM) ou de algum representante do PSDB.

Para o presidente do PSD, o partido se diferencia dos demais em virtude, justamente, das alian�as locais. "� muito dif�cil n�o ter candidato pr�prio. Vamos estar jogando fora todo o trabalho feito ao longo destes dois anos".

No que tange � disputa pelo Senado, Kassab garante que a prioridade � de Antonio Anastasia, que chega ao oitavo ano de mandato no ano que vem. Se quiser, o ex-governador poder� tentar a reelei��o, mas o suplente Alexandre Silveira, que comanda o diret�rio mineiro, pode ser op��o caso Anastasia queira deixar o Parlamento.

Leia, abaixo, a �ntegra da entrevista com Gilberto Kassab:

H� clara polariza��o entre Lula e Bolsonaro. Paralelamente, o senhor n�o esconde o desejo de construir uma terceira via ao Planalto. O que te faz crer que uma alternativa � vi�vel?

Existe uma polariza��o, mas ela est� acompanhada de uma rejei��o extraordinariamente alta. Seja o presidente Bolsonaro ou o ex-presidente Lula, a pr�-candidatura deles vem carregada de altos �ndices de rejei��o. Isso abre espa�o para uma candidatura. Mais de 50% dos eleitores veem com simpatia uma candidatura alternativa. Essa � a raz�o de o PSD, at� por sua hist�ria e por estar preparado, com quadros nos principais col�gios eleitorais do Brasil, disputando governos e Senado, nos permitir ter um candidato, e alavanc�-lo. Temos a percep��o que o Brasil quer uma alternativa a Lula e a Bolsonaro. O partido, em breve, vai iniciar as consultas internas para ver qual o melhor caminho, mas j� posso adiantar que minha percep��o pessoal � que o Brasil precisa – e o PSD quer – de um candidato.

E o perfil � o do senador Rodrigo Pacheco. Primeiro, por representar renova��o, mas com uma juventude qualificada. � um dos principais advogados do pa�s, muito bem-sucedido. Em determinado momento, abra�ou a vida p�blica. Se candidatou a deputado federal em uma elei��o muito dif�cil - e, na primeira vez, venceu. Se elegeu presidente da Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) o segundo cargo (mais importante) da C�mara. E, diante do bom trabalho como deputado, foi candidato a senador, se elegendo como o mais votado pelo estado, mostrando que sabe conversar com o eleitor. Depois, se elegeu presidente do Senado, o chefe do Poder Legislativo. Al�m de pessoa com boa forma��o moral, tornou-se pol�tico muito habilidoso. S�o credenciais fundamentais para dirigir o pa�s e vencer as elei��es. Essa � a raz�o de o PSD, atrav�s de mim, o convidar a se filiar e admitir uma candidatura a presidente. Sendo candidato, � fort�ssimo nome; se elegendo, ser� grande presidente. Far� Minas Gerais voltar aos tempos de Juscelino Kubitschek.

Em que p� est�o as conversas com Pacheco? O que faz o senhor crer que ele aceitar� o convite para se filiar ao PSD?

N�o posso falar em nome dele, que ainda n�o se manifestou. At� porque acho que ainda n�o � o momento de se manifestar. Tudo tem um tempo na pol�tica, e ele tem a enorme responsabilidade de dirigir o Senado. Tenho quase trinta anos de vida p�blica. Minha experi�ncia permite entender e admitir que n�o � o momento de Rodrigo Pacheco responder ao nosso convite. Mas tenho plena convic��o de que ele vai aceitar o convite, porque � inteligente e sabe que o Brasil precisa de algu�m com o perfil dele. (Pacheco) sabe que o PSD est� preparado para ter um candidato � presid�ncia, com os palanques regionais que temos, com figuras como Eduardo Paes no RJ, Geraldo Alckmin em SP, Ratinho (J�nior, governador do PR), Belivaldo (Chagas), governador do Sergipe e tantos outros. E, em especial, Alexandre Kalil, prefeito bem avaliado, que ser� nosso candidato ao governo se quiser - e tudo leva a crer que vai querer ser.

Kalil � a grande surpresa da pol�tica brasileira. Revelou-se bom dirigente de futebol e fez no seu clube do cora��o, pelo qual � apaixonado, uma gest�o muito vitoriosa. A gest�o j� tinha sido muito extraordin�ria quando o pai (Elias Kalil) dirigiu o Atl�tico. E foi um grande empres�rio. (Kalil) se consagrou como grande gestor e grande comunicador. Ele sabe falar diretamente com o eleitor; tem essa facilidade e carisma. Sinto, por tudo o que ou�o de amigos e companheiros de partido em Minas, que Kalil � um extraordin�rio candidato. Caso ven�a, vai ser um grande governador, como tem sido grande prefeito. Esses palanques regionais, tendo Minas como carro-chefe, v�o permitir a Pacheco ter uma base de lan�amento de sua candidatura muito expressiva.

Os debates em torno da candidatura de Pacheco, como o senhor ressaltou, dependem de conversas internas. H� outros nomes � mesa como possibilidades de representa��o do PSD na disputa presidencial? Se ele topar se filiar, mas resolver n�o disputar o Planalto, o que acontecer�?

S� h� o Rodrigo Pacheco. � o nosso plano A, plano B e plano C. Sou muito intuitivo. N�o trabalho com esse cen�rio (recusa de Pacheco em disputar o Planalto). Acho que o Rodrigo vai aceitar, sim, e ser� o nosso candidato.

Paralelamente aos planos do PSD, Luiz Henrique Mandetta (DEM), j� sinalizou a inten��o de concorrer � presid�ncia. O PSDB tamb�m cogita candidatos. N�o h� risco de pulveriza��o das candidaturas do dito centro?

Tenho muito respeito por todos esses partidos, mas o PSD n�o tem se reunido com essas legendas porque o objetivo deles � ter um �nico candidato. O PSD se preparou para ter um candidato - e construiu palanques regionais. Vai ser uma retroalimenta��o: a candidatura presidencial vai ajudar as candidaturas dos governadores, que ajudar�o a candidatura presidencial. Estamos oferecendo ao pa�s o que h� de melhor: uma candidatura como a de Rodrigo Pacheco para presidente; Geraldo Alckmin, em S�o Paulo; Alexandre Kalil em Minas Gerais; Eduardo Paes apoiando o presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz; Ratinho J�nior, que faz extraordin�ria gest�o no Paran�; Otto Alencar, comandando o partido na Bahia e sabendo, com intelig�ncia, construir o palanque adequado l�; o governador do Sergipe e tantos outros palanques regionais.

Os outros partidos - e falo de maneira respeitosa - n�o t�m tido essa preocupa��o e n�o t�m dado prioridade a essa quest�o. � muito dif�cil, para o PSD, n�o ter candidato pr�prio. Vamos estar jogando fora todo o trabalho feito ao longo destes dois anos.

O senhor disse que, se quiser, Kalil ser� o candidato do PSD ao governo mineiro. Como o partido avalia o prefeito de BH? Em que est�gio est�o as conversas para a eventual participa��o dele no pleito estadual?

(Kalil) tem total delega��o do partido em n�vel nacional e estadual para construir o seu projeto. Com uma diferencia��o: ele � prefeito de Belo Horizonte, muito cuidadoso e respons�vel, conduzindo muito bem a prefeitura nesta pandemia. Ele, em nenhum momento, vai deixar de priorizar as a��es de prefeito para se dedicar a uma pr�-campanha ou campanha. Esse � o Kalil, muito aut�ntico e de muita seriedade dirigindo BH. Mas o PSD trabalha, sim, com a hip�tese de ele ser candidato. Vamos dar todo o apoio. Minas Gerais merece ter um candidato da envergadura e da dimens�o de Kalil. Ele mostrou sua compet�ncia e talento � frente da Prefeitura de Belo Horizonte.

Como o partido pretende se posicionar na disputa pelo Senado em MG? Antonio Anastasia, que pode tentar a reelei��o, � o candidato natural?

O prefeito Kalil j� deixou claro publicamente que a alian�a feita em torno do seu projeto, com Rodrigo Pacheco, Anastasia, Carlos Viana e Alexandre Silveira (suplente de Anastasia no Senado) tem um processo de decis�o coletiva. Me parece que o senador Anastasia, n�o querendo ser candidato - tem dito que n�o gostaria, quer estar na vida p�blica com outras miss�es, mas n�o posso falar por ele, um senador de primeir�ssima qualidade - o Alexandre Silveira, que foi deputado e secret�rio de Estado diversas vezes, muito qualificado e identificado com Minas, ser� a pessoa mais qualificada para assumir a condi��o de candidato.

Politicamente, o senhor se considera mais perto de Lula ou Bolsonaro?

De nenhum. O PSD � um partido de centro. Politicamente, o distanciamento � muito grande. Essa � a raz�o de estarmos defendendo uma candidatura pr�pria, do Rodrigo Pacheco.

Lula disse ontem que a 3° via � uma desculpa utilizada por partidos sem candidatos com chances de vencer. Enquanto isso, Bolsonaro afirmou que 3° via � 'vaselina'. O que pensa dessas declara��es?

Diria que torcem para que n�o tenha candidato. Est�o no papel deles. Se eu fosse Bolsonaro ou Lula, tamb�m faria o que est�o fazendo; fingindo que est�o menosprezando, mas no fundo, n�o � fingir. Est�o torcendo para que n�o tenha. N�o sei os outros partidos, mas o PSD vai ter, sim (candidato). No momento certo. Rodrigo n�o � candidato e, com muita responsabilidade, est� se dedicando � presid�ncia do Senado, fazendo excelente gest�o com seu perfil pacificador, conciliador e transparente. Isso � o que o Brasil precisa.

Temos que virar a p�gina de um presidente, ao ganhar as elei��es, querer matar o advers�rio. Ou de o derrotado torcer para que o pa�s v� mal e, a�, ter chance de voltar. O derrotado tem que torcer para que o Brasil v� bem; os bons projetos t�m que ser aprovados, pois assim se conquista a simpatia do eleitor que lhe faltou para ganhar. O vitorioso tem que ser generoso, estender a m�o e somar o pa�s. Infelizmente, h� muitos anos n�o vemos essa pacifica��o. Rodrigo Pacheco, pelo seu perfil, ao estilo dos bons pol�ticos mineiros, com certeza, se elegendo presidente, vai saber unir o Brasil como, nos �ltimos anos, nossos presidentes n�o souberam.

Pacheco e Kalil se estranharam bastante na elei��o municipal em 2020. No entanto, de janeiro para c�, quando o PSD acertou apoio ao senador na disputa interna do Congresso, eles se aproximaram e t�m trocado elogios. O que, na sua opini�o, fez o quadro mudar?

A disputa eleitoral, quando temos pessoas maduras envolvidas, se dissipa e termina quando acaba o pleito. Quando fui candidato � reelei��o a prefeito de S�o Paulo (em 2008), enfrentei Geraldo Alckmin. Venci as elei��es, ele ficou em terceiro. No segundo turno, ele foi muito correto e me apoiou. Depois, o apoiei para governador e para presidente. Hoje, h� grandes chances de Alckmin se filiar ao PSD para ser candidato a governador.

N�o podemos deixar de registrar as diferen�as entre rela��es pessoais, rela��es pol�ticas e embate eleitoral. Elei��o � uma disputa, e disputa, qualquer que seja, sempre envolve muita tens�o e animosidade. Foi isso o que houve entre Kalil e Pacheco. Essa � a raz�o de estarem caminhando juntos hoje: os embates eleitorais ficaram circunscritos � campanha.

O PSD � um partido de car�ter diverso. Enquanto h� figuras como Otto Alencar, duramente cr�tico da postura de Bolsonaro diante da pandemia de COVID-19, h� parlamentares mais alinhados ao governo, como Carlos Viana (MG), vice-l�der no Senado. Como a legenda equilibra, internamente, vis�es t�o distintas?

A posi��o do partido � muito confort�vel. Apoiamos, para a presid�ncia da Rep�blica, o Geraldo Alckmin. No segundo turno, o partido liberou cada filiado para votar naquele que entendesse como o melhor candidato. Com Bolsonaro eleito, o PSD se declarou independente ao governo, como � at� hoje. Essa independ�ncia permitiu a alguns deputados e senadores estarem mais pr�ximos ao governo; e, a outros, estarem mais distantes. A conviv�ncia � harm�nica e respeitosa. A partir do ano que vem, estaremos todos juntos defendendo a nossa candidatura � presid�ncia.

Como o senhor avalia o trabalho do senador Omar Aziz no comando da CPI da COVID?

Ele tem tido uma conduta muito serena. Quem o conhece sabe disso. (Aziz) tem seus momentos de exalta��o, que transmitem muita pureza e autenticidade, mas � uma gest�o muito competente, respeitosa e cuidadosa. � um tema muito dif�cil para ser explorado e pesquisado. Infelizmente, a CPI tem identificado grandes equ�vocos na gest�o da pandemia. Se for para ser generoso na avalia��o preliminar da gest�o do governo na pandemia, a gest�o � uma bagun�a.

Qual a sua opini�o sobre o semipresidencialismo, proposta cujo debate � defendido por Arthur Lira, presidente da C�mara dos Deputados?

Para aqueles que defendem o semipresidencialismo - ou parlamentarismo - temos que dar sequ�ncia � reforma pol�tica aprovada em 2017. � essa reforma que vai nos permitir diminuir o n�mero de partidos, dando mais transpar�ncia, agilidade e efici�ncia � gest�o do Brasil. Um pa�s que tem 39 partidos - e t�nhamos isso antes da reforma de 2017 - � ingovern�vel. Voc� n�o consegue ter governabilidade como deve ser se n�o tivermos n�mero reduzido de siglas. O ideal � que possamos chegar, ao final dessa reforma, em 2030, com sete ou oito partidos, no m�ximo. A�, sim, fica vi�vel discutir o parlamentarismo. O que n�o tem muito sentido � esse debate n�o estar atrelado ao n�mero de partidos pol�ticos do pa�s.


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