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Estado de Minas Entrevista

Deputada Joice Hasselmann diz que desafeto tem acesso ao pr�dio onde mora

Parlamentar acordo com o rosto cheia de fraturas, mas n�o sabe se caiu da cama ou foi agredida por algu�m que invadiu o apartamento


25/07/2021 04:00 - atualizado 25/07/2021 07:25

Deputada Joice Hasselmann(foto: FACEBOOK/REPRODUÇÃO)
Deputada Joice Hasselmann (foto: FACEBOOK/REPRODU��O)

Ap�s acordar ferida em seu apartamento funcional na Asa Norte e identificar seis les�es na face e nas costelas, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) pediu abertura de investiga��o.

A parlamentar suspeita que uma terceira pessoa tenha entrado no apartamento, onde ela estava com o marido e feito as agress�es a ela. As dilig�ncias, de acordo com a congressista, est�o sendo conduzidas pela Pol�cia Legislativa e pelo Minist�rio P�blico.

Em entrevista ao Correio Braziliense/Estado de Minas, Joice revela ser alvo de amea�as pelas redes sociais, de insinua��es indiretas sobre sua seguran�a e que um desafeto tem acesso f�cil ao pr�dio onde ela mora.

“Dei dois nomes � pol�cia”, conta. No entanto, na noite em que ocorreram as les�es, nem ela nem o marido relatam sinais de invas�o no apartamento em que vivem. Ela n�o descarta que as fraturas tenha sido causadas por uma queda.
 
A senhora ainda sente dores relacionadas �s les�es?
Eu ainda sinto algumas dores. Mas j� estou bem melhor.

A senhora estava assistindo a uma s�rie e adormeceu?
Eu tomo um rem�dio. � o mesmo rem�dio h� 20 anos, para adormecer. Ele leva mais ou menos uns 20 minutos para fazer efeito. A s�rie tem mais ou menos 40 minutos. Ent�o, na metade do cap�tulo, tomei para conseguir terminar. Na hora em que terminou, desliguei a televis�o e fui dormir. Coloquei meu tamp�o de ouvido, uso por ter o sono muito leve. Adormeci por volta da 1h de s�bado para domingo. Depois, �s 7h03, acordei no ch�o, de bru�os, em volta de uma po�a de sangue, com dente quebrado. Eu achei que tinha ca�do, que teria tido um mal s�bito, batido a boca e sa�do sangue do nariz. A conclus�o �bvia, n�. Fui buscar socorro. Me arrastei at� o criado-mudo, peguei o celular para ligar para o meu marido. A gente dorme em quartos separados, desde sempre, porque ele ronca muito. Ele me atendeu na segunda liga��o e saiu correndo, �bvio, eu ligando pra ele de manh�. Saiu correndo, foi l� me atender e prestou os primeiros socorros. A gente se preocupou se eu estava com as faculdades neurais plenas. Ele fez os exames todos, ele � neurocirurgi�o. Eu estava entendendo, falando, enxergando, com dor pela queda, �bvio. Mas, inicialmente, a gente achou que fosse um tombo.

''Sofro amea�as de morte. Mas eu tamb�m n�o descarto a possibilidade de ter ca�do v�rias vezes''



A senhora acordou no mesmo ambiente em que dormiu?
Meu quarto tem tr�s ambientes. Tem o quarto onde fica a cama e tem um corredor longo, em frente, que d� acesso ao banheiro. Foi nesse corredor que eu acordei.

A senhora acredita que uma terceira pessoa entrou no apartamento?
� uma das hip�teses mais prov�veis pelo volume de traumas e pelo fato de estar desacordada. Mas eu tamb�m n�o descarto a possibilidade de ter ca�do v�rias vezes. Mas o que � estranho, falando com especialistas, com os m�dicos, com o meu marido mesmo… Quando eu acordei estava de bru�os, com o rosto no ch�o. Depois eu descobri que estava com um galo na nuca. Para eu estar desacordada, teria que ter tomado uma pancada ou ca�do e batido a parte da nuca, a parte de tr�s da cabe�a. Ent�o, como eu estava de frente? Se eu estava desacordada, n�o teria como estar de frente. � uma conta que n�o fecha. Mas, assim, n�o � imposs�vel que eventualmente tenha acontecido isso (acidente). Mas como � pouco prov�vel, decidimos pedir a investiga��o para saber se algu�m entrou aqui. At� porque, n�o � de hoje que sofro amea�as de morte. Minha lista de desafetos pol�ticos d� para fazer de ordem alfab�tica os nomes.

O medicamento que a senhora toma seria suficiente para manter o sono durante as agress�es ou seria necess�ria outra droga para dop�-la?
Como algu�m iria me dopar comigo dormindo? S� se fosse com uma agulhada, e eu iria acordar. N�o tem l�gica isso.

A senhora n�o tomou nada al�m do rem�dio antes de dormir?
Se eu fui desacordada por uma terceira pessoa foi com uma pancada, n�o com rem�dio. N�o tem sentido. Como algu�m vai abrir minha boca e enfiar um rem�dio na marra? Eu iria me lembrar. Posso n�o me lembrar depois de ingerir o rem�dio, mas na hora eu iria me lembrar. Ent�o, a �nica possibilidade � se algu�m bateu na minha cabe�a e obviamente eu falei isso para a Depol. Se algu�m entrou aqui foi coisa de profissional, n�o de amador. Qualquer karateca, qualquer profissional, agressor, sabe onde bater em uma cabe�a para que voc� desacorde. Nessa hip�tese, “ah, n�o sei o qu�”, algu�m teria que ter me dopado antes. A�, eu n�o teria assistido � s�rie, n�o teria tomado o rem�dio.

Ent�o a senhora n�o tomou nada antes de adormecer, como um ch�, al�m do rem�dio?
N�o tomei nada. Jantei normalmente, tomei minha ta�a de vinho, que tomo todo dia. Fui dormir cinco horas depois do jantar e tomei meu remedinho, que tomo todo dia. Para mim, j� � �gua com a��car, pois faz 20 anos que tomo. Tenho insistido bastante para trocar o rem�dio, ampliar a dose, mas o meu marido n�o deixa. Ele me faz dormir profundamente por tr�s horas. Passou essas tr�s horas, passou o efeito e qualquer coisa me acorda.

A senhora descartou a possibilidade de viol�ncia dom�stica…
Isso � a coisa mais canalha que existe. Isso � babaquice de louco bolsonarista, viol�ncia dom�stica. � a coisa mais rid�cula. Isso n�o � uma ofensa contra o meu marido, � uma ofensa contra mim. O qu� que �? O povo est� achando que sou mulher de malandro, que vou apanhar e ficar quieta? Se houvesse pelo menos uma amea�a de viol�ncia dom�stica eu iria denunciar na pol�cia. Meu marido � um pr�ncipe comigo, um lorde.

Se algu�m invadisse o apartamento e a agredisse, pela dist�ncia entre os quartos seu marido n�o iria ouvir?
Mas a� eu teria que gritar, n�. Para ele ouvir alguma coisa eu teria que gritar. Como eu iria gritar desacordada? As pessoas me fazem perguntas que eu n�o tenho muita resposta. Do meu quarto at� o quarto do meu marido s�o tr�s c�modos. Apartamento funcional antigo � grande. At� o quarto do meu marido tem um corredor supercomprido, que � o corredor do closet. A�, tem outro corredor, tem um banheiro grande, tem o quarto do meu marido, que � grande. Todas as portas ficam fechadas, porque a gente tem gatinhos. Se deixa aberta, os gatinhos n�o deixam a gente dormir.

Tem alguma entrada no pr�dio que � poss�vel acessar sem passar pela guarita, para quem tem a chave?
Tem a garagem, que n�o passa pela guarita. Mas a� teria que ter ajuda de um parlamentar ou motorista de parlamentar. Todos os parlamentares e motoristas j� t�m os carros cadastrados e entram direto.

� uma pessoa que abre o port�o da garagem?
N�o. Todos temos o controle. Mas se a gente est� sem o controle, d� uma buzinadinha e eles abrem. Eu at� pensei na possibilidade de algu�m entrar por outro apartamento de andar mais baixo e ter acessado a escada, porque da� n�o passa pela c�mera de seguran�a.

A senhora teve acesso �s c�meras de seguran�a do pr�dio?
N�o, pedi para a pol�cia pegar isso. Assim que suspeitamos que algu�m pode ter entrado aqui, estou tratando como suspeita, com muita responsabilidade. Assim que suspeitei, pedi � Depol para fazer o levantamento das c�meras, mas n�o s� de agora, do fim de semana, mas sim de um m�s, pois quem fez isso � profissional, n�o amador.

Quem est� investigando?
A Pol�cia Legislativa, o Conselho Nacional do Minist�rio P�blico, a Ouvidoria Nacional das Mulheres do Minist�rio P�blico, para quem dei toda autonomia para pedir material de outras investiga��es. Pedi para eles compartilharem todas as informa��es com a pol�cia de S�o Paulo, que j� investiga outras amea�as contra mim, pol�cia que n�o tem interfer�ncia do governo.

Foi realizada alguma per�cia no apartamento ou no pr�dio?
N�o, n�o foi feita porque a gente s� suspeitou disso na quarta de manh�, e aconteceu na madrugada de domingo. N�o tem muito sentido. Vamos raciocinar, uma pessoa normal que raciocina. A pessoa caiu, bateu a cabe�a, saiu sangue do nariz, o quarto est� sujo de sangue. O que voc� faz? Voc� deixa l� o sangue ou voc� limpa tudo e vai cuidar do ferimento. Tem at� umas pessoas bem burrinhas, bem limitadas na internet, que ficam perguntando por que n�o chamou a per�cia. N�o passou pela minha cabe�a a possibilidade de um atentado. Achei que tivesse sido um mal s�bito. Fui internada h� um ano e meio com um problema grave de sa�de, que achei que era at� um princ�pio de infarto. N�o era, depois descobri que era outra coisa. Me passou tudo pela cabe�a, como princ�pio de infarto, AVC. Minha m�e teve um AVC na minha idade, que at� deixou ela com um lado do corpo paralisado, e depois voltou. Ent�o, tinha que ser muita teoria da conspira��o eu estar ca�da ali e achar que algu�m tinha entrado. Eu s� pensei depois de receber os resultados dos exames com os traumas de coluna, no rosto.

Inicialmente, a senhora pensou que seriam les�es graves e foi imediatamente ao hospital?
N�o. De jeito nenhum. Eu estava com dor. Pensei que estava com dor porque dei com a cara no ch�o, e claro que vai doer. Meu dente foi mo�do. E o dente � um lugar muito sens�vel, e do�a muito. Meu marido me deu o primeiro banho, na banheira, pois ele estava com medo de que eu ca�sse. Ele me tirou da banheira, me enxugou, me colocou na cama. Depois que eu j� estava alimentada, ele me deu �gua de coco para me hidratar, me deu comida doce. Depois que ele cuidou de mim, mais tarde, quando eu fui tomar banho de chuveiro, e ele estava me olhando, com medo de eu levar outra queda, eu passei a m�o na cabe�a, eu dei um grito. Ele perguntou o que foi e eu disse que estava com um galo na cabe�a.

Nesse momento a senhora procurou o hospital?
N�o. Primeiro, procurei o grupo para ver meus dentes. Porque at� a� a gente desconfiava de uma queda. Eu at� perguntei como eu teria batido a parte de tr�s da cabe�a e a frente. Mas a minha preocupa��o era com os dentes. Fui atr�s de uma indica��o de dentista, pois n�o conhe�o ningu�m aqui. Todos s�o de S�o Paulo. Fui em uma cl�nica para fazer todos os exames. A� a tomografia dent�ria � diferente da tomografia de cr�nio e meu marido estava insistindo para que eu fizesse a tomografia de cr�nio e eu n�o queria porque estava cansada, feia. N�o queria aparecer desse jeito. O dentista viu a tomografia e falou: “Tem coisa a�, � melhor fazer os outros exames”. Eu liguei para o doutor Kalil e ele disse que meu marido tinha raz�o, que era melhor eu ir ao hospital fazer a tomografia de cr�nio. A preocupa��o inicial era intracraniana, para saber se n�o tinha nenhum AVC, nada que pudesse ter causado desmaio. Ele at� usou a express�o: aqui, casa de ferreiro n�o vai ter espeto de pau. Ele pediu cinco tomografias, dos joelhos, cr�nio, da face, da cervical. O laudo saiu na quarta de manh� e a partir do laudo � que a gente come�ou a fazer a segunda suspeita.

A senhora desconfia de algu�m que possa ter feito isso?
Dei dois nomes � pol�cia, que s�o desconfian�as, mas n�o vou acusar, pois s�o casos recentes. Mas eu passei para a pol�cia e eles v�o investigar.

Mas s�o pessoas que j� amea�aram a senhora?
Uma delas n�o diretamente, mas mandou recados indiretos, mas tem acesso muito f�cil aqui ao pr�dio. E a outra � o �bvio ululante. S�o pessoas que est�o me amea�ando sempre e nem t�m vergonha. Me amea�am publicamente nas redes sociais.


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