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Estado de Minas DAN�A DAS CADEIRAS

Bolsonaro inicia minirreforma para fortalecer o Centro no governo

Senador Ciro Nogueira, l�der do bloco de partidos que formam base do presidente, dever� assumir a Casa Civil


26/07/2021 04:00 - atualizado 26/07/2021 07:12

Jair Bolsonaro dá mais poder ao Centrão para fortalecer sua base fragilizada no Congresso(foto: ALAN SANTOS/PR - 30/5/21)
Jair Bolsonaro d� mais poder ao Centr�o para fortalecer sua base fragilizada no Congresso (foto: ALAN SANTOS/PR - 30/5/21)

Bras�lia – O presidente Jair Bolsonaro pretende se reunir hoje com o senador piauiense Ciro Nogueira, presidente nacional do Partido Progressistas (PP), para definir o novo comando da Casa Civil, que ser� entregue ao parlamentar do Centr�o, o bloco de partidos que ganha mais for�a no governo federal.

� frente da Casa Civil, o cora��o do governo, Ciro Nogueira vai refor�ar a presen�a do bloco partid�rio no seleto grupo de ministros que despacham no Pal�cio do Planalto. Antes dele, j� havia tomado posse, como ministra da Secretaria de Governo, a deputada Fl�via Arruda (PL-DF), levada ao cargo pelas m�os do presidente da C�mara, Arthur Lira (PP-AL), que tem demonstrado fidelidade a Bolsonaro.

Um dos principais caciques do Centr�o, Lira � respons�vel, entre outras compet�ncias, por determinar o in�cio da tramita��o dos pedidos de impeachment contra o presidente da Rep�blica.

 
Presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira já sinalizou que aceitará ser ministro da Casa Civil (foto: MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO - 21/10/20)
Presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira j� sinalizou que aceitar� ser ministro da Casa Civil (foto: MARCOS OLIVEIRA/AG�NCIA SENADO - 21/10/20)
O governo Bolsonaro ficou conhecido, entre outras particularidades, por ser estruturado em diferentes alas. Nelas, a disputa por espa�o � uma constante. Cada grupo desses, seja ideol�gico, seja econ�mico ou militar, teve seus dias de protagonismo, at� ser escanteado pela crise da vez, ou “atropelado”, na express�o usada pelo general Luiz Eduardo Ramos, atual chefe da Casa Civil, ao saber que, com outros fardados, estava sendo ejetado da articula��o pol�tica.

A partir de agora, a rela��o com o Congresso estar� nas m�os dos caciques dos partidos que comp�em o Centr�o, a mais nova ala desta gest�o, mas uma velha conhecida nos bastidores das negocia��es do poder em Bras�lia.
 
A sa�da do general Ramos da Casa Civil, na minirreforma ministerial que Bolsonaro come�a a formalizar hoje, � o desfecho mais recente dessa disputa por espa�os dentro do governo. O militar ser� substitu�do no cargo pelo por Ciro Nogueira), uma das principais lideran�as do Centr�o — bloco que, em troca de cargos e outras benesses da m�quina p�blica, deu tamb�m sustenta��o a governos anteriores, como os dos ent�o presidentes Michel Temer (MDB), Dilma Rousseff (PT), Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
 
Ao longo de todo esse tempo, o Centr�o vem atuando como o fiel da balan�a na rela��o do Congresso com o Executivo. Sua atua��o foi determinante, por exemplo, para manter ou tirar presidentes do cargo, aprovar ou rejeitar reformas e estabelecer o ritmo da pauta de vota��es, principalmente quando o governo tem dificuldades em construir uma base parlamentar.
 
O general Ramos foi o �ltimo entre os militares abatidos pelas press�es do Centr�o para assumir o controle da articula��o com o Congresso, �s quais Bolsonaro — desgastado com as investiga��es da CPI da COVID, com baixos �ndices de popularidade e alvo de mais de 130 pedidos de impeachment na C�mara — foi obrigado a se curvar. Nessas voltas que a pol�tica d�, hoje a sobreviv�ncia do mandato do presidente depende diretamente da “velha pol�tica” e do “toma l� d� c�” que ele havia prometido extinguir e que s�o o principal modus operandi do Centr�o.

 

NEGOCIA��ES


A partir da minirreforma ministerial, Ciro Nogueira — que at� antes do recesso parlamentar vinha apresentando desempenho discreto na base governista da CPI da COVID — comandar� negocia��es importantes com o Legislativo, como a indica��o de nomes para cargos no Executivo e a libera��o de verbas de emendas parlamentares. Tamb�m caber� ao l�der do Centr�o encontrar uma solu��o para o impasse criado ap�s a decis�o do Congresso que triplicou os recursos do Fundo Eleitoral, de R$ 2 bilh�es para R$ 5,7 bilh�es.
 
O Centr�o foi levado para o governo pelo pr�prio Luiz Eduardo Ramos, no auge do prest�gio da ala militar e em meio ao avan�o de investiga��es inc�modas para Bolsonaro, como a do caso Queiroz. Muito provavelmente pela falta de traquejo pol�tico, o general acabou abrindo um atalho para o bloco tomar de vez o comando do Executivo.

O Centr�o mostrou que � grupo pol�tico profissional e acabou dando um n� na ala militar, que estava bonita na foto, com Braga Netto (general, atualmente ministro da Defesa), Ramos e todo mundo. Se o governo queria profissionais na pol�tica, ent�o chamou o Centr�o, e deu no que estamos vendo agora”, diz o cientista pol�tico Andr� Pereira C�sar, da Hold Assessoria Legislativa.
 
O analista tamb�m alerta para o fato de o apoio do Centr�o ser de momento, podendo, inclusive, perdurar. “Se o governo retomar a musculatura pol�tica e a popularidade, superar o desemprego e outros desafios da economia, avan�ar na vacina��o para que o povo possa voltar a circular com seguran�a, ou seja, enquanto o governo n�o atingir isso, esse apoio do Centr�o estar� em risco, e o pre�o desse apoio vai subir”, destaca.
 
Andr� Pereira acrescenta que tamb�m pode pesar na balan�a do Centr�o o favoritismo do ex-presidente Lula nas pesquisas de inten��o de voto. “Tem um outro ator pol�tico no outro lado da rua, chamado Lula, que j� trabalhou com o Centr�o e que est� muito forte nas pesquisas. Ent�o, a perspectiva de poder leva o Centr�o, pragm�tico por natureza, por ess�ncia, a olhar para o outro lado da rua”, ressalta. “Se Bolsonaro, caminhando para o final do ano, n�o responder �s demandas da sociedade, o Centr�o pode ir para outro lado.”
 
Ele d� como exemplo o ex-prefeito e ex-ministro Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, uma das siglas do Centr�o. O pol�tico paulista tem se afastado do governo e trabalhado na articula��o de uma terceira via para concorrer �s elei��es do ano que vem. Tudo indica que o nome do candidato ser� o do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que, por sua vez, tamb�m se distanciou de Bolsonaro.
 
“Kassab est� pulando fora a cada dia mais. O Centr�o nunca perdeu, nunca perde e n�o vai ser agora que vai perder. S�o profissionais, no bom sentido. O Centr�o n�o carrega caix�o, pois sabe da import�ncia que tem. Ent�o, o jogo � esse”, frisa o cientista pol�tico. “Ganhe (Jo�o) Doria (governador de S�o Paulo pelo PSDB), ganhe Lula, reeleito Bolsonaro ou ganhe Ciro Gomes (PDT), n�o importa. J� que o sistema � esse, de presidencialismo de coaliz�o, � o jogo que se tem para jogar”, completa Andr� Pereira.


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