Eliane Nogueira, m�e do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, assumiu nesta quarta-feira, 28, a vaga do filho no Senado. Primeira suplente de Nogueira e sem experi�ncia em cargos pol�ticos, Eliane n�o escondeu a pouca familiaridade com a nova fun��o ao tomar posse.
"Lembro como se fosse ontem do dia em que fui escolhida para ser a primeira suplente de meu filho na chapa que concorreria ao Senado", afirmou a nova senadora em postagem no Instagram. "Apesar de inicialmente espantada, reforcei que estou � disposi��o para fazer o melhor pelo povo do meu Estado".
A nova senadora escreveu que os sentimentos de espanto e disposi��o se repetem agora. "� com esse mesmo sentimento que assumo hoje oficialmente o posto de senadora da Rep�blica pelo Estado do Piau�".
Na mesma rede social, Nogueira postou uma fotografia com a m�e. "Tive que pedir uma foto com a nova senadora do Piau�", brincou o novo ministro. O senador Elmano F�rrer (PI) e os deputados Andr� Fufuca (MA) ?-- presidente interino do Progressistas no lugar de Nogueira -- e Iracema Portella (PI), ex-mulher do ministro, tamb�m participaram da cerim�nia de posse da nova senadora.
Pediu de volta dinheiro apreendido
Apesar de n�o ter nenhuma experi�ncia em cargo eletivo, Eliane j� esteve envolvida, junto com o filho, em uma investiga��o do Supremo Tribunal Federal (STF) que apura repasses ao Progressistas para apoiar a elei��o de Dilma Rousseff, em 2014. Na �poca, foram apreendidas na casa da fam�lia Nogueira cerca de 11 mil euros e 9 mil d�lares. Eliane solicitou ao Supremo que a quantia fosse devolvida, mas o pedido foi negado.
A apreens�o foi feita com base em investiga��o que teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores do Grupo J&F;, dono da JBS, que disseram ter repassado cerca de R$ 43 milh�es ao Progressistas. Os pagamentos, segundo eles, foram repassados em esp�cie e em doa��es oficiais a Nogueira, em troca do apoio do partido na campanha para a elei��o presidencial de 2014.
Em nota divulgada quando Nogueira foi escolhido para a Casa Civil, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse que o senador "foi colocado sob foco de investiga��o num momento no qual havia, claramente, uma tend�ncia de criminaliza��o da pol�tica".
N�o � raro senadores terem parentes entre os suplentes. Trata-se de uma pr�tica permitida na legisla��o eleitoral. Um projeto de lei do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), no entanto, tenta proibir que o candidato a uma vaga no Senado indique parente ou c�njuge para a supl�ncia.
A proposta surgiu ap�s o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca durante opera��o da Pol�cia Federal, no ano passado. Na �poca, quem assumiria o cargo seria seu filho Pedro Rodrigues (DEM-RR), mas ele n�o chegou a trabalhar. O projeto ainda n�o tem previs�o de ser votado.
POL�TICA