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Estado de Minas POL�TICA

'� importante dar um sinal de unidade no campo democr�tico'


30/07/2021 08:27

Diretor executivo da Funda��o Fernando Henrique Cardoso e um dos dirigentes do projeto Plataforma Democr�tica, o cientista pol�tico Sergio Fausto defende que o PSDB e o PT mantenham um canal de di�logo para que os partidos possam estar juntos em um eventual 2� turno da elei��o presidencial de 2022 caso o advers�rio seja o presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz In�cio Lula da Silva, ao se encontrarem em maio, "deram um sinal claro de que, em que pese muitas diferen�as entre as for�as que representam, ambos est�o no campo democr�tico." Ao Estad�o, Sergio Fausto disse ainda ser "c�tico" em rela��o � viabilidade de um candidato que represente uma terceira via na disputa pelo Planalto.

Existem pr�-candidaturas presidenciais j� apresentadas por partidos do centro pol�tico. Qual a chance de alguma delas liderar a chamada terceira via?
Aos olhos de hoje, a probabilidade de surgir uma candidatura competitiva que aglutine todas as for�as de centro, que v�o do Ciro Gomes (do PDT) ao (Luiz Henrique) Mandetta (do DEM), � remota.

Entre as op��es apresentadas, acredita que o governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), � um nome vi�vel?

Sou c�tico sobre o Doria ser esse nome, em que pese que, ao meu ju�zo, ele vem fazendo um bom governo em S�o Paulo. Ele n�o conseguiu at� o momento agregar as for�as pol�ticas e ser visto como um ponto de converg�ncia. Doria tem dificuldade em ultrapassar as fronteiras de S�o Paulo, e mesmo no Estado � um candidato que encontra resist�ncias. Ele ter� que fazer seus c�lculos.

O que acha da proposta do semipresidencialismo?

Como sistema te�rico experimentado em alguns pa�ses, como Portugal e Espanha, ele tem algumas vantagens sobre o sistema atual. Seria menos custoso e traum�tico lidar com crises. Mas tenho duas observa��es a fazer. A primeira � em rela��o ao timing. Seria um erro implantar no pr�ximo mandato. Seria um pecado. Voc� n�o muda o sistema de governo na �ltima hora. A segunda � que precisaria passar por um referendo popular para ter legitimidade.

Que leitura o sr. faz do encontro, em maio, entre ex-presidentes FHC e Lula?

Ao se encontrarem, eles deram um sinal claro de que, em que pese muitas diferen�as entre as for�as que representam, ambos est�o no campo democr�tico.

Isso pode ser entendido como uma sinaliza��o de que eles estar�o juntos em um eventual segundo turno contra Jair Bolsonaro?

Sim, e isso vale para os dois lados. Hoje tudo indica que o ex-presidente Lula estar� no 2� turno, mas na hip�tese de outro candidato do centro democr�tico enfrentar o Bolsonaro, espero que o PT o apoie.

O PSDB e o PT devem manter desde j� canais de di�logo?

Neste momento � importante dar um sinal muito claro de que h� unidade no campo democr�tico, que basicamente se define pela oposi��o ao campo liderado por Jair Bolsonaro. Dentro do campo democr�tico, eu espero que surja uma alternativa � candidatura colocada pelo PT na figura do ex-presidente Lula. Falar agora sobre um eventual apoio ao Lula ano que vem seria colocar o carro na frente dos bois.

Por que n�o aconteceu em 2018?

A pol�tica brasileira durante um longo per�odo se estruturou na polariza��o entre PT e PSDB. O custo do apoio do PSDB � candidatura do PT seria bastante elevado. Parte desse eleitorado (tucano) deslizou para a direita e apoiou Bolsonaro j� no 1� turno. Vamos lembrar que no 2� turno em 2018 o PSDB disputou o 2� turno para governador com chance de vit�ria em v�rios Estados onde o Bolsonaro havia tido vota��o expressiva. Isso gerou um custo eleitoral proibitivo para o PSDB. Al�m do que, as lideran�as do partido j� tinham feito um movimento � direita. Houve uma press�o muito grande sobre o presidente Fernando Henrique Cardoso, que tem uma trajet�ria de centro-esquerda, para que ele apoiasse o Fernando Haddad. Mas para ele esse gesto teria um custo pol�tico importante, afinal ele � presidente de honra do partido, mas teria muito pouco efeito eleitoral.

Para quebrar a polariza��o e voltar a ter protagonismo, o PSDB precisa voltar ao discurso antipetista?

N�o contem comigo para isso, mas � prov�vel que o candidato que surja no centro queira polarizar com o Lula. A esquerda ter� um lugar no 2� turno. O antipetismo � um recurso eleitoral f�cil, mas me parece um erro.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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