Presidente e ex-presidentes do TSE dizem que voto impresso � 'volta �s fraudes'

Os ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assim como o atual presidente, Lu�s Roberto Barroso, e o vice-presidente, Edson Fachin, divulgaram uma nota nesta segunda-feira, 2, em que defendem o sistema eleitoral vigente no pa�s desde 1996. No documento, assinado por dezoito ministros que presidiram a institui��o desde a redemocratiza��o, em 1988, o voto impresso, amplamente defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e por aliados do governo, � classificado como um mecanismo inadequado para garantir a seguran�a das elei��es.

"O voto impresso n�o � um mecanismo adequado de auditoria a se somar aos j� existentes por ser menos seguro do que o voto eletr�nico, em raz�o dos riscos decorrentes da manipula��o humana e da quebra de sigilo", diz a nota. "A contagem p�blica manual de cerca de 150 milh�es de votos significar� a volta ao tempo das mesas apuradoras, cen�rio das fraudes generalizadas que marcaram a hist�ria do Brasil'.

Os magistrados afirmam que as legisla��es produzidas pelo Congresso Nacional e o TSE foram respons�veis por "eliminar um passado de fraudes eleitorais que marcaram a hist�ria do Brasil, no Imp�rio e na Rep�blica". O texto ainda enfatiza a realiza��o de elei��es "livres, seguras e limpas" como a ess�ncia da democracia. O documento foi divulgado quatro dias ap�s o presidente Jair Bolsonaro realizar uma transmiss�o ao vivo em que, por mais de duas horas, levantou suspeitas sobre o sistema eleitoral do Pa�s e defendeu a ado��o do voto impresso como mecanismo adicional de auditagem dos votos.

O pol�tico prometia apresentar provas de que as elei��es de 2014 e 2018, que o elegeu, teriam sido fraudadas. No evento, Bolsonaro reposicionou o seu discurso dizendo ter "ind�cios" de fraude. As supostas evid�ncias de manipula��o das elei��es apresentadas pelo presidente eram um compilado de not�cias falsas, v�deos datados e fora de contexto que circulam h� anos na internet e an�lises enviesadas das etapas de auditagem dos votos. Para evitar a propaga��o de desinforma��o, o TSE montou uma for�a-tarefa com 16 pessoas para verificar os dados apresentados pelo presidente. A nota divulgada hoje destaca que em 25 anos de uso da urna eletr�nica nunca foram constatadas elei��es fraudadas.

'Desde 1996, quando da implanta��o do sistema de vota��o eletr�nica, jamais se documentou qualquer epis�dio de fraude nas elei��es. Nesse per�odo, o TSE j� foi presidido por 15 ministros do Supremo Tribunal Federal. Ao longo dos seus 25 anos de exist�ncia, a urna eletr�nica passou por sucessivos processos de moderniza��o e aprimoramento, contando com diversas camadas de seguran�a", afirmam os ministros. "As urnas eletr�nicas s�o audit�veis em todas as etapas do processo, antes, durante e depois das elei��es".