Apesar da press�o e das amea�as do presidente da Rep�blica Jair Bolsonaro, o voto impresso sofreu sua primeira grande derrota no Congresso nesta quinta-feira, 5. O relat�rio do deputado Filipe Barros (PSL-PR) para a volta da contagem manual do resultado das elei��es e da impress�o do comprovante de vota��o foi derrotado por 23 votos contr�rios e 11 favor�veis. Deputados da oposi��o e at� mesmo da base do governo foram contra a proposta.
Doze partidos orientaram suas bancadas a votar contra o projeto - PT, PL, PSD, MDB, PSDB, PSB, Solidariedade, PSOL, PCdoB, PV, DEM e Rede. Apenas o PSL, PP, Podemos, PTB e o Republicanos (partido da Igreja Universal) indicaram o voto favor�vel. Liberaram seus deputados a votar como quiserem: Cidadania e o Novo.
Al�m de determinar a obrigatoriedade da impress�o do voto, o relat�rio de Barros reduz o poder do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas investiga��es sobre processos de vota��o e permite que eleitores possam acompanhar a contagem manual dos votos na se��o eleitoral. H� ainda uma altera��o que, segundo especialistas, derruba a regra de que as mudan�as s� poderiam ocorrer um ano ap�s aprovadas, ou seja, as mudan�as teriam validade imediata e para as elei��es de 2022.
A proposta � criticada por especialistas e pelo pr�prio presidente do TSE, ministro Lu�s Roberto Barroso, que enxerga um retrocesso nos sistema eleitoral do Pa�s. Essa postura do magistrado fez dele o alvo principal dos ataques de Bolsonaro nos �ltimos tempos.
Nessa escalada de cr�ticas, Bolsonaro afirmou nesta semana que sua luta n�o � contra o TSE ou STF, mas contra uma pessoa apenas: ministro Lu�s Barroso, que, segundo ele, "se arvora como o dono da verdade". A apoiadores que se re�nem em frente ao Pal�cio da Alvorada, o presidente disse ainda que "n�o aceitar� intimida��es" e que n�o permitir� que se viole a Constitui��o e sugeriu que exista um "compl�" para eleger o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em 2022.
Mais cedo nesta quinta, o presidente da C�mara, Arthur Lira (Progressistas-AL), sinalizou que poderia pautar a PEC no plen�rio mesmo derrotada na comiss�o. Apesar disso, na avalia��o de parlamentares contr�rios � proposta, algo assim seria dif�cil porque significaria que Lira, ao pautar um texto j� rejeitado pela comiss�o, estaria "chamando para si" a crise institucional que o texto representa. O l�der do MDB, Isnaldo Bulh�es (AL), � um dos que acham dif�cil o voto impresso ser votado."Eu acredito que n�o chegar� em plen�rio", disse ao Estad�o.
Para evitar que a proposta fosse rejeitada, o presidente da C�mara tentou convencer os deputados a adiarem a comiss�o, mas n�o obteve sucesso. Uma hora antes da reuni�o come�ar, 34 deputados j� haviam registrado presen�a. O n�mero m�nimo para realizar a comiss�o era 18.
O l�der do PSL, deputado Major Vitor Hugo (GO), j� admitia antes mesmo da vota��o que o cen�rio "n�o era positivo" para a aprova��o do voto impresso.
"A vota��o da PEC do voto impresso na comiss�o especial ser� feita hoje. A sess�o est� prevista para as 20 hrs. O cen�rio, infelizmente, n�o � positivo", disse o deputado bolsonarista no Twitter.
Deputados da oposi��o e de centro foram contra a medida. "N�s devemos come�ar a debater o que interessa nesse Pa�s", afirmou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). "Votamos pelo arquivamento dessa PEC golpista do governo de Jair Bolsonaro".
"O presidente Bolsonaro age como uma crian�a mimada, o dono da bola", afirmou o deputado Israel Batista (PV-DF). "Estamos debaixo do governo que mais produziu fake news no Brasil".
O deputado Major Vitor Hugo se manifestou favor�vel ao texto e defendeu que o plen�rio analise a proposta. "Somos totalmente a favor do voto impresso com contagem p�blica dos votos. O Plen�rio precisa se manifestar sobre esse tema. Depois das provas apresentadas ontem pelo PR e pelo Filipe, o Pa�s precisa de seguran�a e transpar�ncia nas elei��es"
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