O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva classificou como "pat�tica" a realiza��o de um desfile de ve�culos militares blindados nos arredores do Congresso Nacional nesta ter�a-feira, 10. O evento tem como mote a entrega de convite a diversas autoridades da Rep�blica para participarem do dia de Demonstra��o Operativa da Opera��o Formosa. Para Lula, n�o era preciso "inventar um desfile militar" para entregar o convite. "Se Bolsonaro queria uma foto com militar cumprimentado ele, poderia ir no quartel, ou quem sabe chamasse seu fot�grafo dentro do Pal�cio, porque t� cheio de militar l� dentro", ironizou.
"A cena pat�tica de hoje de receber um convite para um pequeno desfile militar na frente do Pal�cio. Eu acho que nem Sarney, nem Fernando Henrique Cardoso, nem eu, Dilma, nem Temer, nunca precisamos disso. O cara quer entregar um convite, o cara pega um avi�o, desce em Bras�lia, vai no gabinete, entrega o convite e acabou", disse o ex-presidente em entrevista � R�dio ABC de Porto Alegre. "Isso � o jeito do Bolsonaro dizer que ele � o presidente desse pa�s", criticou Lula.
O desfile dos ve�culos blindados ocorre no mesmo dia em que a C�mara dos Deputados tem em sua pauta a vota��o da Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) do Voto Impresso, tema que virou bandeira do presidente Bolsonaro. A Marinha informou por meio de nota que o desfile foi planejado antes da agenda de vota��o. No entanto, a coincid�ncia da data causou desconforto a parlamentares, que acusam Bolsonaro de tentativa de intimida��o do Parlamento brasileiro.
Na agenda de conversa com atores pol�ticos, Lula negou que esteja buscando uma aproxima��o com a ala militar. "Eu n�o tenho carta pra conversar com militares. Se fizer uma carta, fa�o uma carta para conversar com o povo brasileiro, e dentro do povo brasileiro estar�o os militares", disse o ex-presidente, emendando: "se um militar quiser fazer pol�tica, ele renuncia ao cargo, tira a farda e se candidata a alguma coisa. N�o vejo problema. O que n�o d� � para aproveitar a institui��o e fazer pol�tica".
Elei��es 2022
O petista declarou ter vontade de ser novamente presidente da Rep�blica como uma forma de "fazer o Pa�s voltar a crescer". Em sua avalia��o, a esquerda no Brasil continua muito forte e o PT ainda tem muita for�a sobre a popula��o. "O PT continua sendo o mais importante partido democr�tico da Am�rica Latina", afirmou.
Questionado sobre as cr�ticas que o seu ex-ministro e agora presidenci�vel Ciro Gomes (PDT-CE) tem feito contra ele, Lula reiterou que compreende as cr�ticas de Ciro em busca do pleito do ano que vem. "Obviamente, Ciro n�o vai criticar quem est� atr�s dele", pontuou, em refer�ncia � lideran�a que ocupa nas pesquisas eleitorais. "S� desejo sorte ao Ciro, que ele continue em sua batalha, atirando para onde ele quiser, eu vou s� tentar me defender pra n�o ser acertado", declarou. Lula disse que, no momento, n�o pretende ficar nervoso com outro candidato.
O ex-presidente tamb�m encarou com mais ceticismo a possibilidade de o atual chefe do Executivo sofrer um impeachment. "Eu n�o sei se haver� tempo de votar o impeachment do presidente, e eu n�o sei qual ser� o resultado do relat�rio da CPI (da Covid), o fato � que n�s j� tivemos mais de 160 pedidos de impeachment, nenhum foi votado". O petista diz confiar em uma sa�da democr�tica e sem viol�ncia em 2022.
"Bolsonaro vai perder as elei��es e ele vai ter que entregar a faixa a quem ganhar", comentou. "Se quiser sair pela porta dos fundos, que saia. Se quiser fazer uma motociata, que fa�a. Mas o dado concreto � que a faixa de presidente da Rep�blica trocar� de pessoa", finalizou Lula.
POL�TICA