A Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) da Covid aprovou nesta quinta-feira, 19, uma s�rie de requerimentos para acessar informa��es sobre empresas que negociaram com o Minist�rio da Sa�de. Um dos principais focos est� na Precisa Medicamentos, que intermediou a compra da Covaxin, e em empresas que negociaram vacinas e medicamentos para o Minist�rio da Sa�de.
A CPI aprovou um novo bloco de requerimentos para aprofundar as informa��es em rela��o � Precisa. Os senadores quebraram o sigilo fiscal e pediram informa��es ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) de pessoas e empresas ligadas � Precisa Medicamentos, entre elas o dono da empresa, Francisco Maximiniano, convocado para prestar depoimento nesta quinta-feira, 19.
Os senadores aprovaram, por exemplo, a quebra de sigilos fiscal, banc�rio, telef�nico e telem�tico da Global Gest�o em Sa�de, outra empresa de Maximiano que j� foi alvo de investiga��o do Minist�rio P�blico Federal (MPF) por um contrato com o Minist�rio da Sa�de em 2017. Em rela��o � Precisa, o senador Tasso Jereissati (PSDB-SP) destacou que a quebra de sigilo da matriz da empresa j� foi aprovada pela comiss�o. Hoje, por sua vez, a comiss�o deu aval � transfer�ncia de informa��es de filiais da Precisa.
Conforme o Estad�o mostrou, Maximiano levou � �ndia uma comitiva de empres�rios com os quais sua rede de empresas fez transa��es milion�rias consideradas suspeitas. A CPI da Covid apura se alguma dessas movimenta��es financeiras serviram para lavagem de dinheiro. A comiss�o tamb�m pedir� ao Itamaraty informa��es sobre os contatos da Precisa com a fabricante da vacina Covaxin, Bharat Biotech, que suspendeu as negocia��es com a empresa brasileira ap�s o in�cio da investiga��o.
Representantes de duas empresas que negociaram com o Minist�rio da Sa�de foram convocados para prestar depoimentos. O s�cio da Belcher Farmac�utica Emanuel Catori e o executivo da World Brands Jaime Jos� Tomaselli ser�o chamados para depor, conforme os requerimentos aprovados. A CPI tamb�m aprovou uma s�rie de pedidos para solicitar informa��es sobre hospitais do Rio de Janeiro. O ex-governador Wilson Wtizel (PSC) apontou para um suposto esquema de corrup��o na gest�o do sistema.
Os senadores tamb�m apertaram o cerco contra o l�der do governo na C�mara, Ricardo Barros (PP-PR), e o ex-diretor de Log�stica do Minist�rio da Sa�de Roberto Dias, acusado de pedir propina para negociar vacinas. A CPI pediu a quebra de sigilo do l�der do governo para a Receita Federal. Al�m disso, pediu informa��es sobre investiga��es no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Sobre Roberto Dias, a comiss�o pediu ao Minist�rio da Sa�de e � Casa Civil informa��es sobre a atua��o do ex-diretor.
Apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-CE), um requerimento que pede sejam fornecidos � CPI extrato de mensagens, chamadas de voz e v�deo, bem como de telefones da agenda de contatos de todas as pessoas que j� foram alvo de quebra de sigilo telem�tico tamb�m foi aprovado pelos senadores.
Not�cias falsas
Com rea��o contr�ria da base governista, a CPI da Covid tamb�m aprovou uma s�rie de requerimentos para quebrar o sigilo banc�rio e fiscal de pessoas ligadas a portais de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na internet e acusados de disseminar not�cias falsas na pandemia.
O colegiado aprovou a quebra dos sigilos banc�rio e fiscal do blogueiro Allan Lopes dos Santos, acusado de disseminar informa��es falsas na internet e alvo de outra investiga��o, conduzida pela CPMI das Fake News no Congresso, al�m de outros gestores de portais. A CPI tamb�m pedir� informa��es sobre as movimenta��es financeiras ao Coaf.
O senador Eduardo Gir�o (Pode-PR) tentou retirar os requerimentos da pauta. "Pela liberdade", justificou, causando rea��o do grupo majorit�rio da CPI. "N�o fa�a isso senador", disse o presidente da comiss�o, Omar Aziz (PSD-AM). "Liberdade � fechar o Congresso Nacional?".
A CPI levantou suspeitas de ganhos de alguns portais da internet com a dissemina��o de informa��es falsas na pandemia. "Caluniar e mentir n�o � liberdade de express�o", advertiu a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).
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