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Estado de Minas POL�TICA

CPI da Covid exp�e interesse de militares em faturar com pandemia


19/08/2021 17:10

O lobby de militares em favor de empresas duvidosas, utilizando-se do acesso facilitado ao Minist�rio da Sa�de na gest�o do general Eduardo Pazuello, est� ligado ao interesse em faturar na pandemia por meio do governo federal. Esta � a avalia��o de integrantes da CPI da Covid, para quem o surgimento de egressos das For�as Armadas nas negocia��es era baseado no desejo de obter uma "Letter of Intent" (LOI) - ou carta de inten��es - da Sa�de.

A carta, por si s�, n�o garantiria ao grupo concluir a venda de supostas vacinas ao minist�rio, mas t�-la poderia ser decisiva para outros neg�cios. A credibilidade de um documento oficial seria importante para impressionar, por exemplo, prefeituras. Integrantes da CPI compartilham a suspeita de que, ao negociar produtos que n�o existiam e obter a LOI, militares e outros intermedi�rios poderiam levar prefeituras a erro, obter algum tipo de vantagem il�cita e causar preju�zo a clientes.

Depoimentos e documentos recebidos pela comiss�o indicam a participa��o direta de pelo menos quatro militares em a��es para abrir portas no minist�rio a supostas vendedoras de imunizantes: os coron�is da reserva Glaucio Octaviano Guerra, Marcelo Blanco da Costa e Helcio Bruno de Almeida e o cabo Luiz Paulo Dominghetti, da Pol�cia Militar de Minas Gerais.

De acordo com senadores que mapeiam o trabalho dos intermediadores, todos eles tinham condi��es de saber que as ofertas de empresas como a Davati Medical Supply e a World Brands n�o tinham lastro. No entanto, as tratativas prosseguiram porque um acerto inicial com o governo brasileiro "elevaria o patamar" das empresas e abriria novas possibilidades.

Em comum, esses "militares-empres�rios" t�m a ida para a reserva na faixa dos 40 anos com aposentadoria superior a R$ 20 mil e forma��o de alto n�vel que os capacita para trabalhar no mercado privado oferecendo servi�os de consultoria de seguran�a e intelig�ncia.

O tenente-coronel Helcio Almeida, 63 anos, � presidente do Instituto For�a Brasil, entidade que se prop�e a estudar "solu��es para os problemas sociais, econ�micos e pol�ticos do Pa�s". O instituto, por�m, � acusado de disseminar fake news contra vacinas que o pr�prio militar tentou vender.

O militar reformado atuou para que o reverendo Amilton de Paula conseguisse reuni�o no Minist�rio da Sa�de. O reverendo foi um dos que tentaram emplacar um acordo para a Davati, empresa dos EUA que n�o tinha doses em estoque e oferecia imunizantes da AstraZeneca. Na CPI, o coronel ficou em sil�ncio quando questionado se seu instituto receberia algum valor caso os imunizantes fossem vendidos � pasta. "A �nica conclus�o a que n�s podemos chegar � de que estava nos dois lados do balc�o", disse a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

Procurada, a defesa de Helcio afirmou que o militar, "imbu�do de boa-f�, limitou-se a aceitar compartilhar uma reuni�o que j� estava pr�-agendada com uma empresa que anunciava uma relevante possibilidade de vacina��o ao Pa�s". Disse ainda que, no �nico encontro, "todos os assuntos foram registrados em ata oficial, comprovando a absoluta lisura com que a mat�ria foi tratada".

'Parceria'

Aos 49 anos, o coronel Marcelo Blanco est� aposentado do Ex�rcito desde 2018. Ele foi assessor do Departamento de Log�stica do minist�rio at� janeiro. Fora da pasta, abriu uma empresa de consultoria dias antes de ter levado Dominghetti, vendedor da Davati, a um jantar com o ent�o diretor do departamento, Roberto Dias.

Em 30 dias, trocou mais de cem liga��es com o policial, que relatou ter ouvido de Dias, nesse encontro, um pedido de propina. � CPI, ele confirmou que mantinha conversas com interlocutores da Davati, mas que todas visavam neg�cios no mercado privado. Para o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), entretanto, tratava-se de "lobby na perspectiva de ter uma parceria comercial". Procurado, Blanco disse que a tese "� desconectada da realidade".

A americana Davati surgiu em Bras�lia a partir de articula��o de outro coronel. Glaucio Guerra, de 51 anos, est� na reserva da Aeron�utica desde 2016. Hoje, se apresenta como consultor para empresas americanas que desejam ampliar a �rea de atua��o na Am�rica do Sul, Central, �sia e Oriente M�dio. � amigo de Herman C�rdenas, dono da Davati, e foi quem colocou o americano em contato com Cristiano Carvalho, que viria a se tornar representante comercial da empresa no Brasil. � CPI, o vendedor disse que Guerra era "um apoio nos EUA". Guerra negou ter qualquer rela��o profissional com C�rdenas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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